43% dos estudantes de ensino médio participam de movimentos sociais - PORVIR
Crédito: Maud zendessin/Fotolia.com

Inovações em Educação

43% dos estudantes de ensino médio participam de movimentos sociais

Movimento Todos pela Educação ouviu jovens com idade para estar nessa etapa de ensino a respeito de sua atuação política e descobriu ainda que 8% deles estão ligados a pelo menos três iniciativas

por Vinícius de Oliveira ilustração relógio 14 de junho de 2017

A pesquisa “Repensar o Ensino Médio”, mais recente publicação do Movimento Todos Pela Educação, aponta que 43% dos jovens em idade para estar nessa etapa de ensino participaram no último ano de algum movimento social, como manifestação pública, abaixo-assinado, greve, debates, atividades em grupos religiosos ou voluntariado. Uma parcela de 8% se mostra ainda mais engajada e atua em pelo menos três iniciativas.

Apesar dos trabalhos de campo terem sido feitos entre os meses de setembro e novembro de 2016, quando os movimentos de ocupação já haviam arrefecido, a amostra 1.551 jovens de 15 a 19 anos da pesquisa mostra que o jovem está disposto a se posicionar e questionar o mundo a sua volta, segundo afirma Carolina Fernandes, coordenadora de relações institucionais do movimento. “Mais que os 43%, esse número é um sinal que o estudante reivindica participação no movimento estudantil dentro da escola, que precisa se reorganizar para abrir esses espaços de diálogo. A escola tem que ser começo de tudo, entender as demandas e se colocar à disposição para que o aluno continue a ter essa vontade de participar por toda sua vida”, afirma.

O relatório do Todos Pela Educação coloca esse cenário de potencial engajamento dos alunos como relevante para o fortalecimento das instituições democráticas da escola e para que novos mecanismos de participação orgânica sejam criados, de como previsto no PNE (Plano Nacional de Educação).

Dentro desse universo que questiona a realidade escolar ou o mundo a sua volta, a forma de atuação é bastante diversa. O relatório aponta que a taxa de participação é bastante elevada entre os jovens da classe A, menor entre os jovens da classe C e se eleva conforme a idade. Em outro comparativo, estudantes de escola pública dizem participar mais de manifestações e greve, enquanto seus pares no ensino privado se engajam mais em abaixo-assinados e debates sobre temas de interesse público. “Alunos de escola pública são expostos a mais manifestações e têm que batalhar mais que o de escola particular”, diz Carolina.

Visão do estudante sobre o trabalho do professor

Quando perguntados a respeito do trabalho do professor, os jovens ouvidos pelo Todos Pela Educação dizem valorizar o docente que demonstra paixão pela profissão, que não desiste diante da dificuldades dos alunos e que cobra comprometimento da turma.

Ao mesmo tempo, esses jovens se dizem menos satisfeitos com o trabalho que é desenvolvido pelo professor em promover visitas culturais e quando a tecnologia é usada em sala de aula. Essa, aliás, é uma das questões trabalhadas na Série Formação de Professores, do Porvir, que tratou dos principais desafios à carreira docente.

De modo parecido com o que detectou a pesquisa Nossa Escola em (Re)Construção, os estudantes manifestam aqui um desejo de ter um aprendizado mais conectado com a prática, apesar de valorizarem o trabalho que é feito com direcionamento das aulas à aprovação no vestibular.


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ensino médio, pesquisas, protagonismo jovem

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