7 razões para a nova geração querer aprender com atividades práticas
Pesquisa mostra que os jovens preferem aprender com tarefas práticas e resolução de problemas; saiba por que eles desejam colocar a mão na massa
por Redação 18 de novembro de 2016
As aulas teóricas e provas são pouco populares entre os estudantes. O que eles querem mesmo é colocar a mão na massa para aprender. De acordo com os resultados da pesquisa “Nossa Escola em (Re)Construção”, que ouviu 132 mil jovens de 13 a 21 anos de todo o país, a nova geração deseja uma escola com mais participação e atividades práticas.
Quando questionados sobre a metodologia que mais contribui para a aprendizagem, 36% dos estudantes afirmaram que desejam uma escola com atividades práticas ou resolução de problemas. Essa escolha reflete a busca por métodos mais participativos, que envolvem os alunos na construção do conhecimento.
Veja alguns motivos para a nova geração desejar aprender com a mão na massa:
O aprendizado se torna mais significativo e conectado com o mundo real
Diferente de uma aula expositiva, o aprendizado passa a fazer mais sentido quando os alunos aprendem com projetos que envolvem atividades práticas ou resolução de problemas. Eles passam a encontrar uma resposta para a clássica pergunta: o que eu vou fazer com isso ou para que estou aprendendo isso?
Mesmo depois de terminar o ensino médio, a estudante de design Caroline Ribeiro, 21, ainda sabe na ponta da língua o que são as plantas angiospermas porque ela se apropriou desse conteúdo para criar uma animação na aula de biologia (leia mais aqui).
As experiências lúdicas e as descobertas despertam o interesse pelos conteúdos
Com uma atividade prática os estudantes conseguem ver a aplicação de conceitos, que antes pareciam muitos distantes ou abstratos. Impulsionados pelo desafio de desenvolver um projeto, eles também se sentem motivados a aprender conteúdos do currículo básico.
Apesar de não gostar muito de disciplinas da área de ciências humanas, o aluno do primeiro ano da Escola Técnica Estadual Cícero Dias /NAVE (Núcleo Avançado em Educação), localizada no Recife (PE), de Anderson Laurentino, 15, começou a estudar mais história e filosofia para produzir um jogo sobre cultura brasileira (leia mais aqui).
As atividades práticas ajudam a desenvolver habilidades para a vida
Por trás dos conteúdos curriculares, ao colocar a mão na massa os estudantes aprendem a trabalhar em equipe e desenvolvem habilidades importantes para enfrentar desafios da vida pessoal, profissional e acadêmica. Entre elas, criatividade, empatia, autonomia, autoria e potencial inventivo.
Em um projeto de produção de mídia, a estudante Maria Eduarda Silva de Oliveira, 13, que faz o oitavo ano do ensino fundamental no CEU EMEF Casa Blanca, aprendeu a respeitar e a conviver com as diferenças quando gravou um vídeo em conjunto com outros adolescentes do Colégio Dante Alighieri (leia mais aqui).
O erro se transforma em uma oportunidade para aprender mais
Ao invés de serem punidos, com a mão na massa os estudantes percebem que o erro faz parte do processo do processo de aprendizagem. A partir das falhas é possível fazer novas descobertas e superar as dificuldades que são encontradas no meio do caminho.
A estudante Maria Gabriela da Silva, 16, do Colégio FAAT, de Atibaia (SP), percebeu isso ao produzir um jogo educativo para crianças com deficiência intelectual. Embora o seu primeiro protótipo não tenha funcionado, ela não desistiu do projeto e aproveitou os erros para aprimorar o jogo (leia mais aqui).
Os desafios integram conhecimentos de diferentes disciplinas
Quando os alunos aprendem fazendo, eles começam a perceber que para desenvolver um projeto é necessário aplicar conhecimentos de diferentes disciplinas. Essa abordagem transdisciplinar transforma a aprendizagem em um processo estimulante.
Na escola High Tech High de Chula Vista, em San Diego, na Califórnia (EUA), os estudantes estão acostumados a aprender por meio de projetos. No começo deste ano, por exemplo, eles construíram pequenas casas para artistas da cidade. Antes, com a ajuda de um arquiteto, já tinham feito maquetes de papelão nas aulas do núcleo de STEM, sigla para ciências, tecnologia, engenharia e matemática (leia mais aqui).
A criação de projetos e a construção de protótipos traz empoderamento
O sentimento de autoria e participação no processo de aprendizagem traz empoderamento para os estudantes, que se percebem capazes de superar desafios e aprender coisas que nunca imaginaram.
Ao visitar o Fab Lab do CEU Parque Anhanguera, a estudante Gabriela Ferreira da Silva, 11, aluna do sexto ano, disse que aprendeu coisas novas e mexeu em máquinas que nunca imaginou. Da mesma forma, o seu colega Kyldere Araújo Trindade, 12, aluno do sexto ano do ensino fundamental, conta que foi muito interessante ver um circuito funcionar. Agora ele está até pensando em se inscrever para um curso de eletrônica (leia mais aqui).
A escola se transforma em um espaço de colaboração e compartilhamento
Com as atividades práticas, os alunos começam a trabalham em grupos e compartilhar conhecimentos com os seus colegas. O professor deixa de ser o único detentor do conhecimento e a sala de aula se transforma em um espaço dinâmico, onde todos podem contribuir com suas habilidades.
Na Escola Estadual de Ensino Profissional Joaquim Antônio Albano, em Fortaleza (CE), Emelly Alves, Eliel Sousa e Matheus Santos, todos de 16 anos e do curso de enfermagem, trabalharam em grupo para construir um foguete de garrafa PET (leia mais aqui).
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