STEAM: Como levar a tecnologia de forma integrada para suas aulas

A preocupação de gestores escolares e professores em recompor as aprendizagens que ainda não foram totalmente desenvolvidas desde a pandemia persiste. Além de retomar diferentes aspectos das disciplinas, a dificuldade pode residir em como integrar tais conhecimentos.

Um estudo recente do Lemann Center na Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, revelou que a recomposição de aprendizagem nas escolas brasileiras foi prejudicada pela falta de clareza das secretarias de educação sobre as ações que deveriam ter sido implementadas. Nesse contexto, os sistemas educacionais sentiram a ausência de uma orientação nacional.

“A grande variação entre modelos sugere falta de clareza sobre melhores práticas, bem como a falta de coordenação nacional para adoção em escala das políticas com maior chance de garantir o sucesso das ações de recomposição”, aponta recente reportagem do Valor.

É por isso que pensar em abordagens integradoras como o STEAM podem ser particularmente interessantes, pois colocam os estudantes em um papel ativo, com temática motivadora e conectada ao mundo real.

O que é STEAM?

STEAM é um acrônimo que representa as áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharia, Arte e Matemática. Surgiu nos anos 1980 nos Estados Unidos para promover políticas públicas que incentivassem estudos e pesquisas nessas áreas. Desde então, educadores em todo o mundo têm buscado incorporar essa abordagem em seus currículos, visando ensinar de forma integrada, diversificada e conectada com os desafios da sociedade atual.

Por que adotar a abordagem STEAM?

Porque o foco não está apenas nos conteúdos, mas também nas abordagens metodológicas, procedimentos e no apoio aos projetos de vida dos estudantes. Essa é uma oportunidade para aliar teoria e prática com atividades diversas.

Como é possível colocar em prática?

O Oi Futuro e o British Council têm inscrições abertas para a Trajetória Universo STEAM Club, uma série de cursos online e gratuitos voltados para a formação de educadores das redes públicas e privadas em todo o Brasil. A proposta é que as escolas elaborem clubes alinhados aos seus respectivos PPPs (Projetos Político-Pedagógicos), sempre com a missão de engajar os alunos, a gestão escolar e os colegas de profissão.

Por exemplo, o curso “Decolando um STEAM Club” apresenta o conceito, os benefícios e a vivência de professores que lideraram um clube, culminando na construção de um plano de trabalho para suas escolas. Com carga horária de 20 horas, o curso propõe atividades criativas para engajar os alunos, com estratégias acessíveis a diversas realidades escolares.

A plataforma Órbita disponibiliza outros três cursos da trajetória: Criando atividades engajadoras para STEAM Club, Avaliando impactos e potencialidades do STEAM Club e Liderando um STEAM Club online. Os quatro cursos da Trajetória Universo STEAM Club podem ser realizados em sequência ou de forma independente.

Como iniciar esse trabalho?

No curso, os professores vão entender como e por que um clube STEAM precisa não apenas de recursos e estudantes, mas também de pessoas para administrá-lo. Como construir apoios? Quais responsabilidades podem ser assumidas diante da rotina do educador?

O curso também traz sugestões de como planejar e agendar os encontros para que, assim como acontece com os estudantes, também seja criado um senso de pertencimento entre os representantes da equipe escolar.

Ao longo de diferentes módulos, os educadores terão à disposição informações para alinhar as atividades com as determinações da BNCC (Base Nacional Comum Curricular), seguindo princípios que considerem a diversidade de gênero e os diferentes ritmos de aprendizagem.

Principais conquistas

Seja em feiras de ciências, artigos ou eventos com apresentações para a comunidade escolar, os clubes abrem espaço para que os estudantes se desenvolvam integralmente, trabalhando habilidades como a colaboração, comunicação e empatia em diferentes momentos.

Estudos no Reino Unido, como o “STEM Clubs, making an impact”, mostram que os estudantes demonstram maior prazer em aprender conteúdos que vão além do aprendizado curricular. Como consequência, essa iniciativa proporciona um ambiente seguro para aprender, avançar em sua trajetória e errar sem julgamento, gerando um sentido de pertencimento em relação às áreas STEAM.

Sobre os cursos

Os cursos foram desenvolvidos pelo STEM Learning UK, uma organização do Reino Unido que atua nas áreas STEM para o protagonismo jovem e oportunidades educacionais. O British Council Brasil revisou e adaptou a proposta para preservar as abordagens baseadas em evidências do Reino Unido e promover o intercâmbio cultural na inovação educacional. Os objetivos foram ajustados à realidade brasileira, com práticas pedagógicas alinhadas à BNCC e à BNC de formação continuada.

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