Com novas regras, Desafio de Aprendizagem Criativa abre inscrições
Iniciativa seleciona projetos de aprendizagem criativa desenvolvidos em escolas de ensino fundamental e médio, oferecendo ainda bolsa de R$ 10 mil e viagem aos Estados Unidos
por Vinícius de Oliveira 29 de novembro de 2019
O Desafio de Aprendizagem Criativa chega a sua quinta edição com novas regras para estimular que projetos inovadores consigam sustentabilidade e cheguem a mais escolas. A partir de agora, os projetos inscritos devem contar com pelo menos um representante da secretaria de ensino municipal ou estadual, um gestor escolar e um professor que atue em sala de aula.
O Desafio Brasileiro de Aprendizagem Criativa é uma realização Rede Brasileira de Aprendizagem Criativa em parceria com a Fundação Lemann e o MIT Media Lab. A iniciativa seleciona projetos que exploram as ideias de aprendizagem criativa em escolas de ensino fundamental ou médio para acompanhamento durante um ano, além de oferecer uma bolsa de R$ 10 mil para investir na realização do projeto, viagem ao MIT (Massachusetts Institute of Technology) e a oportunidade de troca de experiências com educadores de diferentes partes do país. As inscrições estão abertas até o dia 20 de dezembro.
“A participação de pessoas de três níveis decisórios no projeto garante que o projeto tenha todas as possibilidades de abrangência da secretaria de ensino e a profundidade das ações em sala de aula, fazendo um diálogo entre a aprendizagem criativa e o currículo”, diz Ann Valente, coordenadora do DAC.
Segundo Ann, após conseguir uma diversidade geográfica (já são 42 projetos vindos de 15 estados brasileiros) e ampliar as temáticas para além do uso de computadores e destacar, por exemplo, como culinária pode entrar no currículo de matemática, agora é o momento de incluir novos atores no processo. “A gente aprendeu que por mais que um projeto tenha muito valor, se não tiver o apoio do gestor escolar, ele não cresce e morre.”
Para que experiências nascidas em sala de aula ganhem escala, nesta próxima edição o desafio passará a olhar também para integrantes da gestão da escola e também das secretarias, como coordenadores pedagógicos e de TI, que estão envolvidos com formação de professores e integração de tecnologia.
“O nosso objetivo é proporcionar ao professor que está em sala de aula o tempo e o espaço necessários para desenvolver um projeto de aprendizagem criativa prolongado, que dure pelo menos um semestre. Para que ele tenha essa liberdade, é preciso apoio da direção para que a experimentação aconteça e a releitura do currículo tenha continuidade”, explica Ann.
Lições do Desafio
Integrante da turma de 2018, o professor Marco Antônio Silva Alvarenga, de São João del-Rei (MG), foi selecionado junto com o colega Eduardo Bento Pereira pelo projeto Ciências Cognitivas e Artes Aplicadas à Promoção e Desenvolvimento de Tecnologias para Educação Inclusiva.
Entre outros ensinamentos, Marco conta que a imersão na abordagem de aprendizagem criativa lhe permitiu um novo entendimento do processo educativo. “O que conta é que você aprende em todo o momento e em qualquer lugar. Você ainda pode usar esses saberes em diferentes momentos da vida e passa a entender que não se desenvolve apenas cognitivamente, mas também socialmente e emocionalmente. E tudo isso é feito de uma maneira divertida.”
Ele também deixa uma dica para quem quer inscrever um projeto. “É muito importante mencionar a trajetória que o projeto já fez e que pretende fazer para superar os paradigmas atuais de educação. Como ele rompe a aula tradicional?”. A resposta para essas e outras questões precisa ser enviada até 20 de dezembro.
As inscrições devem ser efetuadas no site https://www.desafioaprendizagemcriativa.com/, onde os candidatos podem encontrar outras informações sobre o Desafio de Aprendizagem Criativa.
* A Rede Brasileira de Aprendizagem Criativa é apoiadora do Porvir