Livro apresenta 21 histórias de estudantes que mudaram a escola
Conheça trajetórias de vida e causas capazes de mobilizar e convencer jovens a respeito do poder de transformação que têm em mãos
por Redação 2 de março de 2021
A educação e as escolas nem sempre estão conectadas com os desejos e demandas dos jovens, que são pouco ouvidos ou envolvidos em decisões. O resultado disso é, muitas vezes, o baixo engajamento, aprendizagem aquém do esperado e evasão. Mas alguns estudantes resolvem se mexer e mudam o seu mundo. A história de 21 deles é contada no livro “21 Histórias de estudantes que mudaram a escola”, lançado pela Associação Quero na Escola.
São todas histórias reais, de adolescentes que conseguiram de alguma forma transformar sua própria escola e, às vezes, até mesmo o sistema educacional. “Escolhemos pessoas que mudaram a escola. O nosso recorte é que até existe projeto de apoio ao protagonismo do jovem, mas não pra ele mudar a escola dele ou dela. Sempre casos da educação básica”, diz Cinthia Rodrigues, diretora da associação e coautora do livro que tem o apoio do Instituto Unibanco e do Instituto Olga Kos.
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Como público-alvo estão os próprios estudantes e, por disso, além de trazer a história de personagens como a paquistanesa Malala Yousafzai, que lutou pelo direito das meninas estudarem, Greta Thunberg, que se tornou uma importante voz contra o aquecimento global, e Juliana Tupinambá, que, impedida de usar seu cocar e pinturas na escola, encontrou a razão para lutar para que sua cultura estivesse presente nesta e em outras escolas, a obra traz uma mensagem especial endereçada aos jovens que estão agora na educação básica. Para o trabalho em sala de aula e a criação de planos de aula por professores, também é incluído um anexo com informações sobre as causas que movem cada história.
Com um projeto que desde 2015 conecta pedidos de estudantes por aprendizados além do currículo obrigatório a voluntários, o livro representa um novo passo da ONG para fortalecer o protagonismo jovem, visto que muitas vezes os estudantes não se veem como capazes de sugerir mudanças na educação. “A escola parece para eles um sistema estático, com regras que só os adultos podem mexer. As 21 narrativas do livro mostram que a verdade é bem diferente: os alunos têm sim grande poder”, diz Cinthia.
“Reunir em um livro histórias de conquistas educacionais promovidas pelos adolescentes – e não pelos governos, estudiosos ou professores – colabora para o grande esforço da atualidade de colocar os alunos no centro do processo de ensino-aprendizagem. Queremos que essa centralidade seja plena”, afirma Luciana Alvarez, uma das autoras.
O livro está em financiamento coletivo com valores a partir de R$ 50. Tudo o que for arrecadado vai ajudar a manter o trabalho da ONG. As autoras estão doando seu trabalho nesta primeira edição e a coeditora Saíra não cobrou o trabalho. O trabalho da ilustradora Fernanda Ozilak e os custos com projeto gráfico e impressão serão pagos pelos apoios institucionais.