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Como o design thinking promove engajamento familiar para apoiar o aprendizado

Doutora residente no programa de Liderança Educacional na Harvard Graduate School of Education conta como o design centrado na pessoa pode fortalecer o envolvimento da família na escola

por Allison Rowland, do Harvard Family Research Project ilustração relógio 23 de maio de 2016

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Este conteúdo faz parte da
Série Engajamento Familiar

Como o design thinking centrado na pessoa pode fortalecer o engajamento familiar? Como doutora residente no programa de Doutorado de Liderança Educacional na Harvard Graduate School of Education, exploro essa questão em meu trabalho com o Distrito Educacional Unificado de San Diego, nos Estados Unidos. O distrito, segundo maior da Califórnia, convidou-me para coordenar esforços na promoção de uma abordagem sistêmica para o engajamento familiar.

Em colaboração com o departamento de Engajamento e Divulgação e a Crawford Community Connection, uma ONG local, organizamos e pilotamos uma oficina chamada “Design thinking: Parceria com famílias para o aprendizado de alunos”. Nós queríamos chamar a atenção para o poder do engajamento familiar como facilitador de um processo em que educadores e parceiros da comunidade ouvem atentamente as famílias e tomam decisões conjuntas para resolver problemas.

A oficina
Design thinking: Parceria com famílias para o aprendizado de alunos
Quem: 120 pessoas, incluindo famílias que falam seis línguas diferentes, estudantes de ensino fundamental e médio, professores, diretores, funcionários de secretarias e parceiros da comunidade
Onde: City Heights, em San Diego
Quando: Sábado, 26 de Setembro de 2015, 9-15h
Por que: Gerar ideias sobre como uma parceria família-escola-comunidade pode efetivamente apoiar o progresso de aprendizado e investir na tomada de decisões em conjunto.

5 passos
Abaixo está a descrição do processo modificado de design thinking que usamos:

1) Defenda e construa relacionamentos
Baseie a oficina no apoio ao sucesso escolar do aluno. Crie o quanto antes conexões entre as partes e use pesquisas para demonstrar o papel importante que as famílias desenvolvem no aprendizado do aluno. As escolas frequentemente acham que o engajamento familiar se limita a um trabalho voluntário e à gestão escolar. Enquanto algumas famílias podem assumir a liderança e outras participar de atividades escolares, todas podem apoiar seus filhos a aprender em casa e na comunidade.

2) Crie um desafio de design
Um desafio aponta para os objetivos que vão manter os participantes focados ao longo de toda a oficina. Familiares e educadores formam grupos pequenos para atender a um problema específico: “Como é possível criar maneiras melhores para famílias, educadores e parceiros da comunidade apoiarem juntos o aprendizado do aluno”?

3) Construa empatia
Empatia significa entender as pessoas e o que é importante para elas. Familiares compartilham o que sentem, ouvem e veem a respeito da escola e a educação de seus filhos. Educadores ouvem atentamente sem se manifestar ou interromper. Nessa versão modificada do design thinking, as tradicionais entrevistas individuais acontecem com as famílias em grupos de 8-15 pessoas.

4) Construa um protótipo
Um protótipo é a representação de ideias — frequentemente, soluções para um problema — que surgem a partir do desafio. Em equipes de 6 a 10 pessoas, incluindo educadores, familiares, parceiros da comunidade e estudantes, cada time interpreta o desafio tendo como base o que ouviram das famílias e então fazem uma “ideação” ou um debate de ideias para encontrar soluções. Eles podem usar materiais como cartazes, post-it e marcadores para criar uma representação visível de suas ideias.

5) Escolha um protótipo
Cada equipe apresenta o problema que está tentando resolver; um protótipo como solução; os pontos a favor e contra o protótipo. Famílias e educadores votam para escolher os protótipos que mais se comprometem a testar e implementar juntos em reuniões futuras.

Reflexões
Desafios podem se tornar oportunidade
Tradicionalmente, no design thinking, ouvir e criar empatia envolve a condução de entrevistas individuais. Por causa da limitação no serviço de tradução, decidimos inverter a maneira com que isso acontecia: familiares conversavam em suas línguas maternas, e educadores escutavam a tradução para o inglês em fones de ouvido. Ouvíamos as famílias conversando em karen (tibeto-birmanesa), kizigua (dialeto presente na Tanzânia e na Somália), somali, espanhol e vietnamita. A experiência foi profunda — muitos educadores nunca tinham ouvido as opiniões dos pais de maneira tão direta — e as famílias foram empoderadas a falar umas com as outras em sua própria língua. Educadores e familiares avaliaram que o processo ajudou a criar confiança e a mudar suas concepções a respeito do outro.

Ouvir familiares é uma experiência de aprendizagem profunda
Descobrimos que educadores se beneficiam tremendamente ao ouvir familiares falar durante o trabalho de empatia. O papel dos educadores era apenas de escuta, e os instruímos a não interromper ou fazer questões. Foi uma oportunidade para as famílias conversarem e compartilharem histórias. Após o evento, os educadores dividiram como estavam profundamente emocionados. Muitos ressaltaram que os princípios do design thinking os ajudaram a entender melhor seus estudantes e suas famílias.

O processo funciona em muitos contextos
Desde o evento, usamos técnicas de design thinking em múltiplos contextos que proporcionaram resultados muito similares. Pudemos modificar a experiência de duas para quatro horas ao invés de um dia inteiro, e estamos qualificando o processo para que ele se torne o pilar de uma abordagem sistêmica na qual toda e qualquer família seja empoderada a apoiar o aprendizado de seu filho.

Engajamento familiar diz respeito a um “nós com eles”
O evento instituiu nos participantes um senso de que famílias e educadores são responsáveis coletivamente pelo trabalho. Tim Brown, presidente-executivo da consultoria de design IDEO, destaca que o design thinking é baseado no “nós com eles” em lugar do “nós contra eles” ou de um “nós por eles”. Um superintendente compartilhou conosco que passou a adotar “nós com eles” após o evento, ressaltando que familiares e educadores estão trabalhando juntos quando surge um problema e questionando como podem resolvê-lo em parceria. Não é mais só uma parte indo até a outra com um problema e pedindo para que ela resolva.

Design thinking gera um terreno fértil para parcerias
O evento teve um impacto forte e de longo prazo, e descobrimos que muitos dos educadores que participaram concordaram que esse processo modificado levou a um maior engajamento familiar em suas escolas. O evento foi efetivo para a construção de confiança e relações mais fortes entre famílias e educadores, o que vemos como primeiro passo decisivo para empoderar famílias e ampliar as oportunidades para o desenvolvimento de parcerias efetivas.

Últimas notícias
Desde o piloto, completamos a formação de 15 equipes para levar a suas escolas “Design thinking: Parceria com famílias para o aprendizado de alunos”.

*Artigo originalmente publicado no site da Harvard Graduate School of Education (HGSE).


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design, engajamento familiar, série engajamento familiar

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