Conheça os cinco projetos selecionados pelo Desafio Criativos da Escola
Dos 419 projetos recebidos, júri precisou selecionar cinco iniciativas que mais transformaram suas escolas e arredores
por Maria Victória Oliveira 1 de dezembro de 2015
O Desafio Criativos da Escola anunciou os cinco projetos transformadores feitos por alunos em suas comunidades. Após três meses de mobilização e 419 relatos recebidos de todos os estados e regiões do Brasil, a comissão organizadora e o júri selecionaram iniciativas “Ar Refrigerado e Água: uma combinação que dá vida”, de Porto Velho (RO); “Gaiolas Literárias”, de Parnamirim (RN); “Grupo de Apoio e Conselhos”, de Simão Dias (BA); “História construída por blocos”, de Sobradinho (DF) e “Jovem Explorador e o Ecomuseu”, de Pacoti (CE).
O projeto do Instituto Alana é uma versão brasileira do movimento global Design for Change, criado pela designer indiana Kiran Bir Sethin, e tem como objetivo estimular e reunir iniciativas de alunos que, juntamente a seus professores, conseguiram construir e colocar em prática projetos criativos que realmente transformam seus colégios, bairros e comunidade. “Nós estávamos buscando histórias que de fato foram protagonizadas pelos alunos e que surgiram a partir de uma questão genuína para eles”, ressalta a coordenadora do projeto e diretora de comunicação do Instituto Alana, Carolina Pasquali.
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A proposta dos alunos para “Ar Refrigerado e Água: uma combinação que dá vida” foi construir um sistema de coleta da água que pinga do ar condicionado da escola, reaproveitando-a no jardim, horta e áreas externas do colégio. “Eu acho que o principal ponto sobre esse projeto é o fato dos alunos terem parado para olhar uma coisa que podia passar despercebida. Eles viram que a soma daquelas gotinhas de todas as 22 centrais de ar condicionado era algo muito grande. A solução é quase uma engenhoca, muito útil e criativa, que trouxe uma capacidade diferente para a escola”, afirma Carolina.
Já o projeto “Gaiolas Literárias” repensou o hábito de prender aves silvestres, da região de Parnamirim, no Rio Grande do Norte, e transformou essas grades em bibliotecas itinerantes. O “Grupo de Apoio e Conselhos” conseguiu zerar o número de ocorrências no ambiente escolar a partir de um núcleo que, de jovem para jovem, discute os conflitos da convivência cotidiana nas escolas.
Os alunos do Distrito Federal usaram o jogo Minecraft para criar o projeto “História construída por Blocos”, que ajuda a aumentar o rendimento em história. Segundo Carolina, esse é um exemplo de olhar atual para como se dá o ensinamento e o aprendizado. “O professor foi muito corajoso: ele topou a sugestão dos alunos, admitiu que não sabia sobre o jogo, mas aceitou aprender e abriu espaço para construção do projeto em conjunto. O resultado foi um sucesso enorme, mudou a dinâmica da aula. O diálogo que se estabeleceu entre os estudantes (que formam um dos grupos mais novos, com alunos de 11 e 12 anos) com o professor e a coordenação proporcionou uma troca rica pra todo mundo”. Finalmente, os alunos do Ceará começaram a construir o primeiro Ecomuseu da cidade de Pacoti, com o projeto “Jovem Explorador e o Ecomuseu”.
Cerimônia de premiação
As equipes ganhadoras irão se reunir em São Paulo entre os dias 8 e 11 de dezembro para a cerimônia de premiação no Itaú Cultural e também para uma imersão em uma experiência de inovação e criatividade, em parceria com a empresa de inovação Mesa&Cadeira. “Nós vamos montar três mesas paralelas e propor missões diferentes para cada uma delas, como uma gincana. A ideia é que eles construam uma narrativa, do jeito que quiserem, sobre os projetos desenvolvidos em suas cidades”, comenta Carolina. O resultado dessa imersão será apresentado no dia 11, no auditório do Itaú Cultural.
Além da viagem para São Paulo, as equipes receberão outros prêmios: os professores responsáveis pelos projetos terão R$ 1 mil para fazer um curso de seu interesse e as escolas vencedoras ganharão R$ 2 mil para comemorar o Desafio Criativos da Escola.