Cursos apresentam a educação mão na massa em videoaula cinematográfica
Com a proposta de levar novos formatos de cursos à educação online, plataforma Saibalá já conta com 25 mil inscritos
por Vinícius de Oliveira 5 de maio de 2017
O espírito maker não combina com um professor falando diante de uma webcam por 50 minutos em que a única surpresa é o slide cheio de texto que aparece de tempos em tempos. Em dois novos cursos online criados pela plataforma Saibalá, Heloisa Neves, fundadora da consultoria WE FAB, apresenta, direto da sede da empresa, os conceitos para quem quer entrar nesse universo mão na massa onde se aprende fazendo.
No primeiro deles, “Como criar um fab lab” (R$ 149), Heloisa apresenta o cenário dos laboratórios de fabricação digital, também chamados de fab labs, que integram uma rede presente em 78 países. “Ele tem a vantagem de ser um guia para começar a entender por onde começar e onde encontrar referências, visto que as informações para criação de um Fab Lab são muito dispersas e não há um modelo único”, disse Heloisa. Ao longo das diferentes aulas, ela também detalha os princípios que regem esses espaços, os equipamentos necessários e como pessoas devem ser mobilizadas para a criação de projetos com foco na colaboração.
O outro curso, “Mão na massa no fab lab”, é totalmente gratuito e aberto a participantes de qualquer idade. O usuário terá um passo a passo para construção de um robô com uma cortadora a laser, um adesivo para personalizar o computador feito em máquina de corte de vinil, um piano eletrônico que usa Arduino e um pequeno elefante articulado que nasce em uma impressora 3D. “O curso trata de habilidades técnicas, mas também traz habilidade mais socioemocionais, como colaboração e autonomia. Com isso em mãos, o participante pode transformar qualquer espaço em um ambiente maker”, explica Heloisa.
– Conheça o guia Educação Mão na Massa do Porvir
Curso online com nova cara
Criada em 2015, a Saibalá já alcançou 25 mil inscritos, que desembolsaram, em média, R$ 65. Segundo o sócio e gestor Tomás Konigsberger, a plataforma usa técnicas de design, tecnologia e cinema como ferramenta para potencializar a didática e do aprendizado.
“O EAD (ensino a distância) tentava replicar o esquema de aula tradicional em vídeo, o que não dá certo. A Saibalá veio com uma proposta de trazer o ensino a distancia de uma forma mais dinâmica e mais interessante”, disse em entrevista ao Porvir.
Por isso, sai a apresentação de slide, que em certas aulas presenciais já está longe de ser engajadora, e entra uma videoaula com cara de documentário. “Não existe a figura do PowerPoint. Pode até ser que em algum curso ou alguma aula específica que o professor vá mostrar algum diagrama. Mas a aula nunca é baseada nisso”.
Os usuários que compram os cursos da Saibalá têm direito a assistirem às aulas quantas vezes for necessário ao longo de um período de 12 meses. Na plataforma, segundo Konigsberger, é possível encontrar diferentes perfis de cursos, desde os mais práticos, como o que ensina a fazer uma caricatura, aos inspiracionais, como o que fala da natureza da inovação. Nele o usuário é provocado a pensar de maneira diferente, entende como o mundo está se desenvolvendo e como tudo isso afeta sua vida, a marca e o negócio.
O formato de aula online da Saibalá também começa a atrair os olhares de instituições de ensino. De acordo com Konigsberger, alguns módulos do MBA da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing) já saíram do forno com o formato de videoaula que faz questão de se diferenciar do modelo adotado presencialmente.