Cursos de graduação do CESAR terão como foco a resolução de problemas - PORVIR
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Inovações em Educação

Cursos de graduação do CESAR terão como foco a resolução de problemas

Além de vestibular, alunos terão que passar por entrevistas para ingressar nos cursos de ciências da computação e design, que abrem em 2018

por Camila Leporace ilustração relógio 15 de setembro de 2016

Conhecido por seu caráter inovador, o CESAR – Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (PE) – planeja lançar no primeiro semestre de 2018 dois cursos de graduação: em ciências da computação e em design. Recentemente, o MEC (Ministério da Educação) aprovou o credenciamento dos cursos. O instituto já oferece mestrado em engenharia de software e design de artefatos digitais, e pretende levar aos alunos da faculdade a filosofia que já permeia a pós-graduação.

Segundo Sergio Cavalcante, superintendente do CESAR, a previsão de lançamento dos cursos em 2018 deve-se à necessidade de ajustes de alguns pontos para que a faculdade seja oferecida da maneira como o instituto a idealiza. Parte disso é o desejo de que a graduação possa oferecer uma boa quantidade de bolsas, o que se daria por meio de parcerias que o instituto planeja estabelecer com empresas – elas se tornariam patrocinadoras de grupos de alunos, viabilizando seus estudos.

A proposta dos cursos de graduação segue a linha que marca o mestrado do CESAR: a da prática acima de tudo. O lema do instituto é, não à toa, “Aprenda com Quem faz”. A ideia é que os estudantes tenham aulas com profissionais ativos no mercado, mas não se limita a isso. Cavalcante acredita que a resolução de problemas reais é a chave para promover o melhor treinamento que os alunos poderiam ter para suas vidas profissionais. Para isso, estão sendo desenhadas para a graduação atividades específicas, inspiradas nos cursos já oferecidos.

Esse caráter “mão na massa”, que tira os alunos das cadeiras da sala de aula e os leva para diversos locais onde possam ter contato com problemas de empresas, instituições e cenários reais – sejam eles hospitais, shopping centers, o transporte público ou as vias pelas quais se caminha – exige bem mais do aluno do que o modelo tradicional, como Cavalcante faz questão de enfatizar.

O modelo adotado no país dá tudo de bandeja ao aluno

Segundo ele, que está há quase onze anos à frente do CESAR, o modelo pedagógico adotado no Brasil não estimula essa habilidade de resolver problemas. Pelo contrário. “O modelo adotado no país dá tudo de bandeja ao aluno”, conta, explicando que o esperado pelos estudantes costuma ser que o professor aponte um, e apenas um livro-texto, e que sempre compartilhe materiais com eles para que não precisem tomar notas em sala de aula e nem ter o trabalho de buscar informações de nenhuma forma.

Os estudantes que se interessarem por continuar seus estudos após a escola na faculdade CESAR terão que mostrar disposição para aprender, se desenvolver e deixar o o ambiente tradicional da faculdade, em busca de situações que se pareçam com aquelas com as quais irão se deparar quando formados. Para ingressarem na graduação, eles não serão selecionados apenas pelo vestibular: o instituto pretende aplicar entrevistas para conhecer melhor os candidatos e avalia a possibilidade de adotar, também, dinâmicas de grupo. O objetivo será detectar nos candidatos habilidades que vão além dos conhecimentos testados nas provas tradicionais de acesso à graduação, como a capacidade de comunicação e a proatividade – exemplos das cada vez mais conhecidas competências para o século 21.

Depois que estiverem aprovados e se tornarem alunos, o trabalho estará apenas começando: os cursos deverão ser oferecidos em dois turnos, manhã e tarde, e a noite será reservada a discussões entre estudantes das duas graduações, que Cavalcante classifica como complementares. Nesses momentos de debates, será honrada outra preocupação do CESAR destacada pelo superintendente: a interdisciplinaridade. Cavalcante considera indispensável ao processo de aprendizagem a troca entre profissionais de várias especialidades, na busca de soluções para problemas.


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aprendizagem baseada em problemas, educação mão na massa, ensino superior, uso do território

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