Educadores e alunos trabalham juntos para superar desafios com ajuda da programação
por Redação 9 de agosto de 2019
De forma colaborativa, com a participação de educadores, alunos e até mesmo familiares, o projeto “Aprender fazendo Programação e Robótica” está promovendo o pensamento computacional no fazer pedagógico em escolas municipais de Belo Horizonte (MG).
Coordenado pela Secretaria Municipal de Educação e pela Empresa de Informática e Informação do Município de Belo Horizonte-Prodabel, o projeto envolve grupos heterogêneos de participantes por meio de metodologias ativas, lúdicas e interativas, como gamificação, aprendizagem por pares e design thinking. A ideia é superar desafios e construir soluções a partir de demandas reais da comunidade.
Conheça o projeto a partir do relato dos fellows Thiago Ferreira da Silva e Alberto Henrique Ferreira Cunha:
“Ao saber que fomos selecionados pelo Desafio Aprendizagem Criativa Brasil 2019, ficamos em uma espécie de tensão e, ao mesmo tempo, surpresa. Apesar de imaginar que dessa experiência viria muita coisa boa, ainda não tínhamos noção do que iria acontecer.
Temos Paulo Freire como uma referência para o nosso trabalho, tendo como base uma proposta de educação libertadora. De certa forma, nossa atuação já estava dentro de uma perspectiva da aprendizagem criativa, mas ainda não tínhamos esse conhecimento estruturado. Quando fomos aprovados, passamos a ter um contato mais próximo com a Rede Brasileira de Aprendizagem Criativa, e parece que tudo se fechou. Conseguimos convergir tudo isso com a proposta que já estávamos desenvolvendo.
Nós trabalhamos dentro de uma perspectiva de formação não hierarquizada. Ou seja, professores, estudantes e famílias estão envolvidos no processo. No ano passado, conseguimos trabalhar com crianças de quatro anos de idade até senhores e senhoras da EJA (Educação de Jovens e Adultos).
Nosso projeto começou com um processo de formação. Em 2017, a programação ainda era uma novidade para todos nós. Chamamos alguns professores e alunos para começar uma atividade. A meta era formar pelo menos 500 estudantes no primeiro ano no cursos 1 e 2 da plataforma Code.org. Para nossa surpresa, conseguimos mais de 700 alunos e cerca de 1.400 participantes envolvidos no processo de uma forma geral. A partir daí, muitas pessoas começaram a se interessar pela área.
As atividades foram crescendo e começamos a trabalhar com uma linguagem de programação mais avançada, envolvendo também robótica e construções mecânicas com materiais de baixa tecnologia.
Quando viajamos para o MIT, nos Estados Unidos, como parte das atividades do desafio, conhecemos algumas experiências que inspiraram mudanças na forma como estávamos desenvolvendo nosso trabalho. Tentamos trazer para o nosso projeto alguns conceitos por trás do Lifelong Kindergarten e do Scratch, que estimulam o compartilhamento e a criatividade.
Todas as visitas que fizemos durante a viagem foram importantes para entendermos como crianças e adolescentes podem aprender com interesse e alegria. Estamos no caminho certo, mas temos que seguir fortalecendo o envolvimento de todos que participam das atividades.
O mundo está girando cada vez mais rápido. Individualmente, nós não nos damos conta de tudo o que está acontecendo. Precisamos nos antecipar a todas essas mudanças, e isso inclui preparar melhor estudantes e educadores para trabalhar em equipe, desenvolver a criatividade, compartilhar e aprender com os pares de forma lúdica.”
* A Rede Brasileira de Aprendizagem Criativa é apoiadora do Porvir