O papel da tecnologia no apoio à organização e gestão de projetos escolares - PORVIR
Crédito: Allison Shelley for EDUimages

Inovações em Educação

Em uma escola com mais demandas, tecnologia apoia organização e gestão de projetos

Usar aplicativos de organização pode continuar acontecendo mesmo em um período de aulas presenciais e menor uso de aulas online

Parceria com Microsoft

por Ruam Oliveira ilustração relógio 30 de setembro de 2021

“A gente tem que entender que a tecnologia está aí e que nós devemos usá-la da melhor forma possível”. A educadora Ana Paula Marolla, formadora na Secretaria de Educação de São Paulo e na EFAPE (Escola de Formação e Aperfeiçoamento dos Profissionais da Educação do Estado de São Paulo), se dedica a auxiliar professores e professoras na inserção de tecnologias em seus cotidianos.

Com o retorno ao presencial, algumas práticas envolvendo a tecnologia poderão continuar existindo, mesmo num mundo onde as aulas online não são mais uma constante. Entre as muitas possibilidades de uso das tecnologias, estão as que auxiliam o trabalho de coordenação de equipes pedagógicas. Fundamental para o andamento da aula, os professores e as professoras que antes usavam papel, cadernos e diários de classe físicos, podem se apropriar de alguns elementos digitais para facilitar a rotina e garantir que seu tempo será mais bem aproveitado com outras demandas.

Com a chegada da BNCC (Base Nacional Comum Curricular) e do Novo Ensino Médio, professores e estudantes serão estimulados a trabalhar de forma colaborativa. Saber como cada turma ou projeto está progredindo demanda tempo e organização. Eles mudam de acordo com o professor ou estudantes envolvidos e garantir que a almejada personalização se torne realidade demanda cruzar agendas, o que fica mais fácil quando a tecnologia está presente.

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Desde o início da pandemia, é tarefa da professora Ana Paula coordenar os processos de formação de docentes no uso de ferramentas digitais como, por exemplo, o Microsoft Teams, os recursos online do Centro de Mídias e planilhas eletrônicas. No caso da organização, a professora trabalha com o Planner, que pode servir para gerenciar tanto trabalhos em equipe, organizar tarefas, como também funcionar individualmente para que o professor ou professora tenha sua rotina documentada.

As novas demandas exigidas pelo contexto de pandemia também alteraram a relação dos educadores e educadoras com as ferramentas digitais.  “A tecnologia deverá estar mais presente do que antes na ação educacional, sendo utilizada de modo mais intenso, tanto para promover aprendizagem (ampliação e enriquecimento de recursos e transformação das práticas que integrarão a tecnologia como forma de produção de conhecimento por parte dos alunos), quanto para organizar o trabalho docente e da escola”, ressalta a professora Ana Kuller, especialista em educação do Senac São Paulo.

Para ela, tanto as aulas expositivas, quanto o foco em livros didáticos ou reprodução de conteúdo tendem a ter menos espaço. Formas mais colaborativas, que colocam o aluno como protagonista e produtor de conhecimento, devem emergir e se consolidar. Assim como o fortalecimento do uso dessas ferramentas digitais que organizam a vida do professor.

A formadora Ana Paula ressalta que durante seus processos de formação, é comum que os trabalhos sejam iniciados em um nível introdutório e, em seguida, passem para aspectos mais detalhados de uso.

Apesar da possibilidade de facilitar a rotina dos professores, ela aponta que ainda há resistência ao uso de determinadas ferramentas digitais, seja pela falta de estrutura, seja pela falta de interesse.

No caso do Planner, por exemplo, Ana Paula aponta que quando há a possibilidade de uso integrado a outros aplicativos – como o Teams, por exemplo – é mais fácil que os docentes se engajem com a ferramenta de maneira orgânica. Porém, ao precisar usar mais de um aplicativo, em diferentes plataformas, muitos deixam de lado certos recursos que facilitariam o trabalho.

A própria SEDUC-SP utiliza o Planner para organizar as diferentes atividades que realiza na rede. Ana Paula diz que, devido ao grande número de escolas, e principalmente de profissionais que dialogam entre si, ter uma ferramenta digital de organização facilita muito.

Um desafio que está além da dificuldade que alguns docentes enfrentam no uso das ferramentas é também o de se dispor a utilizá-las, pontua Ana Paula. O mais difícil, enquanto formadora, é convencer os educadores que eles precisam sair da zona de conforto.

Mesmo que antes da pandemia houvesse uma organização e rotina estabelecidas, com muitos educadores e educadoras precisando ir a três ou mais escolas por dia e já com um horário fechado, a nova realidade impôs uma forma diferente de reorganizar os tempos.

“A gente tem que estudar, a gente tem que procurar ferramentas que nos ajudem, mesmo que para aprender essa ferramenta, para chegar num uso contínuo e que seja uma coisa fluida, precise demorar um certo tempo” diz a educadora.

Os professores e professoras podem ter uma organização própria de trabalho que, por vezes, pode ser difícil de transpor para a tecnologia. Porém, com o avanço do uso da tecnologia, muitos desses processos precisam levar em consideração a maneira como os próprios estudantes utilizam essas ferramentas.

“Hoje em dia, se a gente não se adaptar à linguagem do aluno e também aos meios que o aluno utiliza, a gente acaba perdendo ele, porque ele perde o interesse. Então a questão do organizar também é com relação a isso. Não só a organização de conteúdos, mas a organização de como utilizar tal ferramenta”, afirma Ana Paula.

Ana Kuller compartilha do mesmo entendimento. Para a especialista, é necessário que os educadores busquem aprofundar o conhecimento sobre recursos e funcionalidades dos diferentes aplicativos e ir registrando esse avanço. Com esses registros, ficaria mais fácil obter insights e pensar em possíveis melhorias.

“Conhecer as funcionalidades e o modo de operação das ferramentas é importante, mas um ótimo caminho para a incorporação destas ferramentas no cotidiano é por meio da troca de experiências entre os próprios professores, que ao compartilharem suas práticas e os usos que fazem das mesmas, geram um interesse e engajamento que faz com que as funcionalidades ganhem sentido no contexto do uso”, diz.

 

 

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aplicativos, dispositivos móveis, ensino híbrido, tecnologia

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