Equidade de gênero: sugestões para projetos sobre mulheres no ensino médio - PORVIR

Inovações em Educação

Equidade de gênero: sugestões para projetos sobre mulheres no ensino médio

A escola é um espaço fundamental para debater equidade de gênero e formar cidadãos comprometidos com o fim das desigualdades

por Redação ilustração relógio 7 de março de 2025

A equidade de gênero no Brasil ainda tem um longo caminho para se tornar realidade. O Índice Global de Disparidade de Gênero 2024, desenvolvido pelo Fórum Econômico Mundial, aponta que serão necessárias cinco gerações para alcançar a paridade total.

Para seguir avançando nesse objetivo, a educação deve se comprometer com ações concretas que transformem  não só as estruturas, mas  também a forma como as pessoas enxergam a presença das mulheres na sociedade. 

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Diferentemente de  áreas como mercado de trabalho, na educação o Brasil se sai relativamente bem. Em todas as etapas de ensino, a porcentagem de acesso fica na casa dos 90%, o que coloca a escola como um espaço propício para refletir e promover mudanças em direção à equidade de gênero.

Com papel fundamental para a  formação cidadã e política de crianças, adolescentes e jovens, a escola também se destaca como espaço de valorização da diversidade. Para apoiar docentes a promover conversas ricas e aprofundadas sobre o assunto, o roteiro pedagógico “Mulheres em foco: caminhos para a equidade”, desenvolvido pelo Porvir e pela Fundação Fernando Henrique Cardoso, reúne sugestões para professores do ensino médio voltadas à reflexão sobre a participação das mulheres em diversos setores da sociedade.

Passo a passo para usar o material

O roteiro pedagógico tem a como base a Aprendizagem Baseada em Projetos para incentivar ações reais no âmbito escolar.

Ao longo das atividades propostas, os alunos são convidados a explorar a trajetória da luta das mulheres por direitos, por meio da análise de temas como violência de gênero, disparidade salarial, representatividade política e inserção no mercado de trabalho.

São sugeridas seis etapas principais: Investigação, Definição do Problema, Ideação, Planejamento, Execução e Socialização.

Na fase de investigação, os estudantes são estimulados a pesquisar e compreender as políticas públicas voltadas para as mulheres, analisando exemplos históricos e desafios atuais. Como parte desse processo, eles são incentivados a construir uma linha do tempo interativa com eventos importantes da luta feminista.

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Na sequência, o material propõe a escolha de um desafio específico relacionado aos direitos das mulheres, para que a turma elabore uma questão norteadora que guiará o restante do projeto. 

Essa questão deve estimular a reflexão e a busca por soluções concretas em diferentes temáticas, do combate à violência doméstica à maior participação feminina em cargos políticos. A partir daí, os alunos  passam para a etapa de ideação, onde realizam uma chuva de ideias para sugerir soluções inovadoras e criativas para o problema escolhido.

Com as ideias organizadas, chega o momento de realizar as ações planejadas. Elas podem ser feitas de diferentes formas: seja por meio de campanhas de conscientização ou até com a criação de canais de apoio às mulheres na escola. 

Por fim, o momento de socialização marca o compartilhamento das propostas de cada grupo, a fim de ampliar a aprendizagem. 

6 recomendações para transformar o roteiro “Mulheres em foco: caminhos para a equidade” em um projeto

A consultora pedagógica Renata Salomone, que também é orientadora pedagógica da Escola Parque, fundadora da MAPA Metodologias Ativas, e professora de Sociologia do colégio Eliezer Max compartilhou com o Porvir 6 dicas para implementar o roteiro

Confira: 

  1. Antes de iniciar as atividades, promova uma roda de conversa para que os alunos compartilhem seus conhecimentos prévios sobre equidade de gênero, políticas públicas e participação cidadã. Utilize perguntas provocadoras, como: vocês já perceberam desigualdade de gênero no dia a dia? Quais? Como vocês acham que as políticas públicas podem mudar essa realidade? Isso ajudará a sensibilizá-los e a conectar o tema com suas próprias experiências.
  1. Para aprofundar a investigação, incentive os alunos a pesquisarem diferentes perspectivas sobre a luta das mulheres, utilizando as linhas do tempo da Fundação FHC, reportagens, documentários, podcasts e dados estatísticos. Proponha que comparem as informações obtidas para desenvolver um olhar crítico sobre o tema.⁠
  1.  Pesquise referências inspiradoras, incentivando os alunos a estudarem figuras femininas que fizeram história em diferentes áreas e a refletirem sobre seus impactos. Pode-se criar um mural interativo ou uma linha do tempo com essas personalidades.
  1. Defina um recorte claro. O tema das mulheres é amplo, então delimitar uma questão específica ajuda a aprofundar a investigação. Exemplo: mulheres na ciência, desigualdade salarial, violência de gênero, representação feminina na mídia, protagonismo feminino na história etc.⁠
  1. Aplique o aprendizado na realidade da escola. Oriente os estudantes a pensarem em ações concretas dentro da própria escola. Por exemplo, se discutirem a sub-representação feminina em espaços de poder, sugira que analisem a presença de mulheres no grêmio estudantil ou na liderança de projetos. Isso torna o aprendizado mais significativo e aplicável.
  1. Na etapa de socialização, organize um evento ou exposição para que os grupos compartilhem seus projetos e propostas. Convide outros estudantes, professores e até membros da comunidade para participarem. Isso valoriza o trabalho dos alunos e fortalece o protagonismo juvenil na luta pela equidade de gênero.

Renata também foi mentora do projeto “Do plano à prática! – Democracia e participação na escola”, que apoiou cinco professores do ensino médio da rede pública a implementar projetos para fortalecer a democracia e a participação na escola.

Além do roteiro pedagógico focado em equidade, o Porvir e Fundação FHC também criaram o roteiro pedagógico “Saúde para todos: enfrentando desafios e construindo soluções” e “Caminhos sustentáveis: ações locais, impactos globais”. Todos estão disponíveis para baixar gratuitamente neste link.


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ensino médio, equidade

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