Guia apoia educadores a envolver alunos nas decisões da escola - PORVIR
Crédito: Divulgação / Porvir

Inovações em Educação

Guia apoia educadores a envolver alunos nas decisões da escola

Porvir lança na quinta-feira, dia 21, guia especial Participação dos Estudantes na Escola. Debate sobre a importância da cultura democrática para transformar a educação será realizado em São Paulo

por Redação ilustração relógio 18 de setembro de 2017

É possível envolver os alunos na busca por soluções dos grandes dilemas da educação brasileira? Mais do que uma demanda de adolescentes e jovens, que desde as manifestações de junho de 2013 demonstram por meio de protestos e ocupações a vontade de serem escutados, existe uma percepção crescente entre educadores e especialistas de que a participação do estudante é essencial para transformar a escola.

Com objetivo de apoiar professores, diretores e gestores a promoverem a cultura democrática e aprofundarem a reflexão sobre esse tema, o Porvir, programa do Instituto Inspirare, produziu o guia especial Participação dos Estudantes na Escola, que será lançado no dia 21 de setembro, em São Paulo. Na ocasião, será realizado um debate entre estudantes, professores e especialistas, mediado pela diretora do Inspirare, Anna Penido. Entre as questões que farão parte da conversa, estão os temas do especial, tais como: “o que é participação?”, “por que é importante?”, “como é possível promovê-la e quais são as atitudes comuns que a limitam na escola?”.

Entre os especialistas que estarão presentes no encontro estão Gabriel Medina, ex-presidente do Conselho Nacional de Juventude (2011), ex-secretário nacional de Juventude do Governo Federal (2015-2016) e analista sênior no Instituto Unibanco, e Priscila Honorato, do Movimento Todos pela Educação. A diretora da EMEF anexa ao Educandário Dom Duarte, Laura Clementino, e a estudante Cecília Azevedo, integrante de um coletivo feminista, também confirmaram presença.

Com linguagem visual leve e elementos do mundo juvenil, o guia especial ainda traz referências sobre o universo do adolescente e do jovem, dicas práticas para professores e gestores estimularem a participação dos jovens no seu processo educacional e seis experiências bem sucedidas de participação dos estudantes em escolas públicas. Alguns representantes desses cases também estarão presentes no encontro.

Outra ferramenta disponibilizada no material é a nova versão da pesquisa Nossa Escola em (Re)Construção (http://porvir.org/nossaescola/), que ouviu 132 mil adolescentes e jovens em 2016, sobre o que eles acham da escola e como eles gostariam que ela fosse. Na fase 2, desenvolvida em parceria com a Inketa e Rede Conhecimento Social, a consulta foi transformada em uma ferramenta aberta e gratuita para que escolas e redes de todo o Brasil possam aplicar o questionário e conhecer os sonhos dos alunos em relação à educação.

O material será disponibilizado gratuitamente pela internet e poderá ser compartilhado e reproduzido (parcial ou integralmente) por outros veículos de mídia. O Porvir também apoia jornalistas que desejarem entrar em contato com educadores, estudantes e especialistas citados no conteúdo, bem como outros que se dedicam ao mesmo tema.

O lançamento ocorre no Armazém da Cidade (Rua Medeiros de Albuquerque, 270 – Vila Madalena), das 9h às 12h. Também será possível acompanhar o evento ao vivo pela página do Porvir no Facebook.

Formas de participação

Para aliar teoria e a prática, as principais formas de participação dos alunos na escola foram reunidas em quatro elementos:

Escuta: Consultar os estudantes sobre o seu próprio processo educativo.
Escolha: Permitir que os estudantes façam escolhas em relação ao seu processo educativo.
Coautoria: Fomentar a participação dos estudantes em processos autorais.
Corresponsabilização: Envolver os estudantes na busca de soluções para os desafios da escola.

Experiências em escolas públicas

Seis casos reais de escolas brasileiras mostram como é possível na prática envolver os alunos nas decisões sobre a escola:

Resgate do valor da educação
Rio de Janeiro (RJ): No Colégio Professor José Souza Marques, que fica no bairro da Penha e é rodeado por comunidades e histórias de violência, o diretor André Barroso abre espaço para escuta constante dos alunos e começa a mudar o clima escolar e inverter índices que favoreciam a reprovação.

Educação cidadã desde cedo
Guarulhos (SP): A Escola da Prefeitura de Guarulhos Manuel Bandeira, de educação infantil e ensino fundamental 1, começa desde cedo com o processo de formação democrática das crianças, que elegem representantes de classe e participam de conselhinhos e assembleias.

Educomunicação
Porto Alegre (RS): A produção de mídia foi a ferramenta usada por alunos da Escola Estadual Baltazar de Oliveira Garcia para combater a violência e ampliar a participação dos jovens em ações de melhoria da escola e da comunidade. Após realizarem entrevistas com os colegas, eles passaram a organizar diferentes ações, como levar demandas do ensino médio para a reunião do conselho de classe ou até mesmo elaborar um abaixo assinado para reivindicar melhorias na iluminação do ponto de ônibus.

Tecnologia a favor da participação
Santarém (PA): Indignados com os problemas na educação, alunos do Movimento Pacto pela Educação constróem pontes com o Ministério Público local, ONGs e universidades. Com a ajuda de um app feito no MIT, começam a fotografar e monitorar a falta de merenda em diversas escolas. Após avançarem na questão do acesso, hoje comparecem às discussões na secretaria de educação em nova luta, desta vez pela qualidade da comida. Recentemente, começaram conversas com chefes de cozinha para adaptar pratos com receitas locais – e abandonar de vez suco e biscoito.

Ferramenta de escuta muda as aulas
Araçatuba (SP): Na Escola Estadual Altina Moraes Sampaio, após realizar a consulta “Nossa Escola em (Re)Construção”, comunidade escolar discute seus resultados e repensa estratégias pedagógicas a partir de desejos dos alunos.

Coletivos criam novos espaços de diálogo
Piranguinho (MG) e Senador Pompeu (CE): Como coletivos criados pelos próprios alunos (CE) ou estimulados pela secretaria de educação (MG) criam novos espaços de diálogo com a direção da escola, em um formato paralelo aos dos grêmios tradicionais.

Armadilhas
Para chamar atenção de professores e gestores, foram criados quadrinhos com as armadilhas mais comuns que ameaçam a participação nas escolas:

Promover participação pontual
Não oferecer apoio
Desconsiderar diversidades
Ignorar a desconfiança dos estudantes
Não gerar resultados concretos
Ficar apegado ao modelo tradicional de escola
Falhar na comunicação
Não disseminar informações relevantes
Manipular a participação

Sobre o Inspirare/Porvir

O Porvir (porvir.org) é um programa do Instituto Inspirare, criado em setembro de 2011 e cuja missão é inspirar inovações em iniciativas empreendedoras, políticas públicas, programas e investimentos que melhorem a qualidade da educação no Brasil. Funcionando como uma agência de notícias gratuita, o Porvir mapeia, produz, difunde e compartilha referências sobre inovações educacionais para inspirar melhorias na educação e incentivar a mídia e a sociedade a compreender e demandar inovações educacionais. Também colabora com jornalistas e faz parcerias com meios de comunicação para ampliar a cobertura sobre inovações educacionais.

Mais informações para a imprensa

Contatos:

Tatiana Klix – tatianaklix@porvir.org
Vinícius de Oliveira – viniciusdeoliveira@porvir.org
Marina Lopes – marinalopes@porvir.org

Telefone: 11 38137719


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