ONG quer US$100 mi para levar ensino híbrido aos EUA
Gates Foundation é a primeira a doar 750 mil dólares para acelerar a implementação da metodologia em escolas americanas
por Vinícius Bopprê 21 de janeiro de 2013
Ensino híbrido parece mesmo ser uma metodologia que estará logo em boa parte das salas de aulas dos Estados Unidos. Uma ONG americana, especializada na implementação do blended learning (método que mistura aulas presenciais com elementos virtuais, como jogos, videoaulas etc.), quer conseguir US$ 100 milhões em investimentos para acelerar a entrada desse formato nas escolas. E o primeiro passo já foi dado. A Learning Accelerator (Aceleradora de Aprendizagem, em livre tradução) anunciou o recebimento de um patrocínio de US$ 750 mil dólares da Bill & Melinda Gates Foundation. “Este financiamento garante o lançamento efetivo do Learning Accelerator e a implementação de todos os aspectos do programa ao longo do ano que vem”, disse Scott Ellis, CEO da organização.
E qual será o trabalho por trás desses objetivos? Para conseguir transformar a educação com a implementação de ensino híbrido de alta qualidade em todos os distritos escolares dos EUA é preciso, primeiro, auxiliar as escolas que têm enfrentado desafios no desenvolvimento de programas que utilizam esse método. Na declaração oficial de missão da Learning Accelerator, eles afirmam que o maior desafio está no fato de que, apesar de muitas escolas buscarem o ensino híbrido e alguns prestadores de serviço começarem a surgir para oferecer os elementos necessários (plataformas, videoaulas, games) para desenvolver esse método, esses esforços ainda estão muito fragmentados, lentos, caros e arriscados. E é essa fragmentação que atrapalha o uso desse modelo de ensino. A ONG pretende trabalhar na organização de todos os elementos, para garantir que a escola receba um pacote completo e integrado para cumprir suas necessidades.
De acordo com um comunicado oficial, o processo de implementação do ensino híbrido se dividirá em três etapas: a de financiamento, que vai buscar novas e antigas organizações para aumentar a eficácia da aplicação do método e permitir que esses distritos tenham melhores serviços com menos riscos e baixos custos; alinhamento com empresas, ONGs e outros prestadores de serviço para acelerar a inovação, aumentar a padronização e melhorar o desempenho; e, por último, buscar a facilitação, por meio do compartilhamento de informações entre as escolas, para aumentar a compreensão a respeito do blended learning. “Temos um trabalho específico para fazer e vamos garantir que o impacto seja sustentável a longo prazo”, disse Gisele Huff, membro do conselho da organização. “Uma vez que o ecossistema tenha sido reforçado, a implementação de blended learning fique mais rápida e os distritos se mostrem consolidados, nossos objetivos estarão alcançados.”
E como avaliar o funcionamento da metodologia? A Learning Accelerator pretende criar um sistema de definições métricas de sucesso e qualidade para monitorar os dados de desempenho das escolas, oferecendo um local para trocar feedbacks a respeito do uso do ensino híbrido. Feito isso, a promessa é, caso consigam executar todo o projeto, encerrar o trabalho daqui a cinco anos. “Uma vez que o trabalho esteja completo, vamos garantir que ele seja sustentável e, em seguida, fechar as portas”.