Prêmio destaca projetos que exploram a cidade para promover educação integral
Prêmio Territórios, realizado pelo Instituto Tomie Ohtake com a Secretaria Municipal de Educação de São Paulo, valoriza representatividade feminina, reconhecimento dos povos africanos na formação das cidades, agroecologia, além de história e geografia dos bairros da capital paulista
por Vinícius de Oliveira 18 de novembro de 2019
Em sua 4ª edição, o Prêmio Territórios, realizado pelo Instituto Tomie Ohtake em parceria com a Secretaria Municipal de Educação de São Paulo, anuncia os vencedores de 2019. Foram reconhecidos projetos interdisciplinares sobre representatividade feminina, reconhecimento dos povos africanos na formação das cidades brasileiras, agroecologia urbana, história e geografia dos próprios bairros, investigação em espaços culturais, formas de ocupar os equipamentos da escola, acessibilidade, e encontros com a cultura indígena.
Em comum entre elas, assim como nas edições anteriores do prêmio, está a preocupação uma abordagem que vai além do conteúdo curricular e que valoriza a integração de educadores, estudantes, funcionários, famílias e coletivos que utilizem a cidade como espaço de aprendizagem, promovendo ações na perspectiva de uma educação integral.
Foram 119 projetos inscritos, oriundos de todas as Diretorias Regionais de Ensino de São Paulo e de diversos tipos de unidades escolares. As propostas foram avaliadas por um júri composto por especialistas nos campos da educação e cultura, incluindo representantes das instituições organizadoras: Ediney Gusmão; Felipe Arruda, Marcia Gobbi, Maria Antonia Goulart e Uyara Vieira.
Todos serão premiados com entregas de certificados e apresentação de minidocumentários de cada projeto. A celebração acontece no dia 7 de dezembro, das 9 às 13 horas, no Instituto Tomie Ohtake.
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Conheça os projetos selecionados:
Agro Floresta Urbana: Um laboratório a céu aberto integrado ao Currículo da Cidade e aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
EMEF Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira – DRE Campo Limpo
Por meio de mutirões, cortejos poéticos e manifestações artísticas pelo bairro, o projeto atua na revitalização de áreas improdutivas próximas à escola. Atividades de cultivo, oficinas de jardinagem e horta, chuva de sementes, composteira e minhocário são realizadas nas proximidades do córrego de Olarias, região de acúmulo de lixo.
Cidade CEU – informação, conhecimento e moradia
CEU EMEF Paulo Gonçalo dos Santos – DRE Santo Amaro
O prédio do CEU Paulo Gonçalo dos Santos convida à observação de um amplo espaço da periferia da cidade de São Paulo, geografia que exige de seus professores e alunos uma atitude de investigação do território. A ideia central é o entendimento do direito à cidade a partir da construção de uma cartografia social com alunos e alunas do 8º ano.
Coletivo Estudantil Neuza Avelino: Reescrevendo as histórias de nossa comunidade pela ótica de Mulheres extraordinárias
EMEF Neuza Avelino da Silva Melo – DRE São Miguel
O bairro de Ermelino Matarazzo, situado na Zona Leste de São Paulo, historicamente possui um forte movimento pela moradia, do qual muitas mulheres estiveram à frente. O Coletivo está se apropriando da história do bairro e pretende registrá-la pela ótica das mulheres, recontando suas vivências e trajetórias.
Em busca de afro-referências nos territórios da cidade de São Paulo
CIEJA Vila Prudente / Sapopemba – DRE São Mateus
A partir de territórios produzidos e marcados pela presença negra na cidade, o projeto debate a contribuição das culturas afro-brasileiras e africanas na configuração das cidades e do país. Foram feitas expedições na busca de “afro-referências” e na escola realizados debates, palestras, problematização de obras cinematográficas e textos.
O território e a construção de novas narrativas
EMEF Desembargador Amorim Lima – DRE Butantã
Por meio da conexão com diferentes equipamentos culturais de seu entorno, o projeto visa à implantação de uma proposta político-pedagógica que forme pessoas na sua integralidade, nas dimensões afetiva, ética, física e intelectual, por meio da integração da escola com o território.
Passeios Culturais – Acesso e inclusão
EMEBS Helen Keller – DRE Ipiranga
Com o propósito de formação de público surdo nasceu o projeto, divulgando atividades culturais com acessibilidade em Libras para a comunidade surda mediante a oferta de convites para espetáculos inscritos em programas de fomento e incentivo à cultura e comprometidos com a lei da inclusão. Além de conscientização das famílias sobre o direito à gratuidade para deficientes e acompanhantes, criou-se uma agenda de passeios aos finais de semana.
Projeto Curricular Integrado Planeta Sustentável
CIEJA Clóvis Caetano – DRE Ipiranga
Conforme a Agenda 2030 da ONU, os educandos elegeram duas pautas: “Fome Zero e Agricultura Sustentável” e “Cidades e Comunidades Sustentáveis”. Temas pertinentes a questões da escola e do entorno, como situações de carestia e um problema específico de descarte de entulho, objetos e lixo orgânico. Entre as ações: experiências pedagógicas, integrando áreas do conhecimento, incursões pela região da escola, construção de hortas e composteira e intervenção no espaço de descarte de lixo.
Saídas Culturais – Ultrapassando os muros do CEI
CEI Vereador João Toniolo – DRE Freguesia / Brasilândia
O projeto consiste em visitas das crianças a espaços culturais e sociais fora do CEI diretamente relacionadas às atividades desenvolvidas durante o ano. As crianças participaram de atividades culturais apresentadas nas bibliotecas do entorno, visitaram parques, feiras livres, praças e a EMEI vizinha, além de vivenciarem dentro do CEI espetáculos de teatros e circo, apresentação dos cães da GCM, entre outras experiências.
Territórios brincantes: revelando as múltiplas formas de ser criança no extremo sul – vivências com a infância guarani
EMEI Professor José La Torre – DRE Capela do Socorro
Considerando a brincadeira como linguagem da criança, foi feita uma pesquisa acerca das diferentes maneiras de se vivenciar a infância no local da escola. A proximidade geográfica da aldeia indígena Tenondé Porã possibilitou a interação das crianças com modo de vida guarani, ampliando seus repertórios e rompendo imagens estereotipadas ligadas aos povos indígenas.
Um país chamado Grajaú: cartografia afetiva do bairro, sua história, personagens, movimentos, coletivos e organizações sociais
EMEF Padre José Pegoraro – DRE Capela do Socorro
O projeto alia a produção de um mapa interativo e digital, através do conceito de cartografia afetiva, com a história do bairro do Grajaú, especialmente no que diz respeito à atuação de movimentos político-culturais, organizações sociais, lideranças de bairro e a defesa do meio ambiente.