Prêmio Educador Transformador anuncia vencedores da edição 2023 na Bett Brasil
Conheça os projetos e saiba como como foi a cerimônia de entrega dos troféus durante o evento de educação e tecnologia
por Redação 
10 de maio de 2023
Imagine reunir em um mesmo projeto escolar dois temas que parecem distantes, mas que são igualmente importantes para o futuro: conscientização ambiental e educação financeira. Ou ainda usar a tecnologia em projetos de robótica para colocar em prática os ODS (Objetivos do Desenvolvimento Sustentável). Essas são as bases de dois dos sete projetos vencedores do Prêmio Educador Transformador 2023, que recebeu quase 3 mil inscrições de todas as regiões do país e reuniu 70 finalistas em um evento nesta quarta-feira (10), na Bett Brasil, em São Paulo (SP).
Esta é a primeira edição realizada em parceria entre o Instituto Significare, Bett Brasil e Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas). “Até o ano passado, o prêmio era uma parceria entre a Bett e o Significare. E o Sebrae realizava uma premiação própria. Pensamos: por que não unir esforços, estabelecer conexões, seguir juntos? Criamos então o Prêmio Educador Transformador”, explica Adriana Martinelli, diretora de conteúdo da Bett Brasil. “Atingimos mais estados, mas a evolução não é só quantitativa. É qualitativa. O foco do prêmio não é vencer, mas atingir o que conseguimos agora: fortalecer os elos e as redes”, diz.
Para Wellington Cruz, presidente do Instituto Significare, o prêmio surge maduro, com a reunião de experiências das três marcas e o mesmo comprometimento com a valorização da profissão docente. “Não conseguimos ter filhos grandes sem pais que saibam cuidar. Temos aqui pais e mães que sabem cuidar muito bem. Surgimos maduros, sabemos o que estamos fazendo”, pontuou. “Para transformar a educação e construir o sonho de um mundo melhor, é preciso conexão e inovação, é preciso empreender. Temos aqui um encontro potente, construído com três pilares poderosos.”
Edleide Alves, gerente de educação empreendedora do Sebrae Nacional, ressalta a importância de reconhecer o trabalho de quem faz a diferença na vida dos alunos diariamente. “Queremos continuar transformando realidades por meio da educação transformadora”, diz.
Confira, abaixo, os vencedores de cada categoria. Além do troféu, cada um também recebeu uma bolsa integral no curso MBA em Educação Empreendedora.
Vencedora: Joana Bertoldi, de Brusque (SC)
Projeto: “O desenvolvimento do pensamento computacional e o raciocínio lógico na educação infantil”
Realizado na Escola de Ensino Fundamental Doutor Carlos Moritz, o projeto busca, por meio da robótica, desenvolver o lado intelectual e cognitivo das crianças, ou seja, a capacidade de pensar, raciocinar, resolver problemas e aprender sobre diferentes assuntos em atividades lúdicas feitas com materiais recicláveis.
Vencedora: Cláudia Janaína Carneiro, de Campina Grande (PB)
Projeto: O protagonismo infantil na efetivação da Agenda 2030 – Estudos sobre sustentabilidade
O projeto propõe uma aprendizagem prática sobre o ODS 7 (energia limpa e acessível), que é um dos 17 objetivos de desenvolvimento sustentável estabelecidos pela ONU para serem cumpridos até 2030. Utilizando kits de robótica, os estudantes construíram protótipos de uma roda gigante e de um ventilador, a partir de painéis que convertem a energia solar em energia elétrica. O projeto foi desenvolvido na Escola Municipal Félix Araújo, localizada em Campina Grande, na Paraíba.
Vencedor: João Carlos Pereira Braga, de Belford Roxo (RJ)
Projeto: REcoin, o dinheiro que vem do lixo
O projeto tem o nome de ReCoin, que vem da junção de reciclar (recycle) e moeda (coin) em inglês. Ele combina a preocupação com o meio ambiente e o aprendizado sobre o valor do dinheiro. Os estudantes coletam lixo reciclável das ruas e levam para a escola, onde trocam pela moeda ReCoin. Com esse dinheiro, é podem comprar materiais escolares e brinquedos educativos no mercadinho montado pelo professor.Pela tabela de conversão, um litro de óleo de cozinha já utilizado várias vezes vale 5 ReCoins; três recipientes de alumínio (lata de refrigerante e cerveja), por exemplo, 3 ReCoins.
Vencedor: Rafael Herdy, de Belém (PA)
Projeto: Cargo PAVÚ: uma solução inovadora para organização inteligente de mercadorias no interior de diversos veículos
Aplicado na Escola Estadual Marechal Cordeiro de Farias, o projeto surgiu a partir de uma conversa entre alunos do clube de robótica e profissionais do ramo de logística e transporte de cargas. Com o desafio de melhorar a eficiência da organização de mercadorias no interior dos veículos, os alunos prototiparam um scanner que considera as variáveis peso, volume e ponto de entrega para sugerir a forma mais inteligente de armazenamento.
Vencedora: Eukennya de Araújo Barbosa, do Recife (PE)
Projeto: Aproximação do ensino técnico às experiências do mundo do trabalho
Aplicada na Escola Técnica Estadual Professor Agamemnon Magalhães, a iniciativa foca na formação de novas competências profissionais aos jovens em início de carreira.
Vencedora: Elaine Romanha, de Osasco (SP)
Projeto: São tantas emoções
Cuidar da saúde emocional durante o processo de ensino-aprendizagem é a proposta do projeto realizado no CEU (Centro Educacional Unificado) José Saramago. A prática busca desenvolver habilidades orais e cognitivas, essenciais para o bem viver e o aprender.
Vencedor: Antonio Carlos Mariz Junior, de Brasília (DF)
Projeto: Podcast Educacional – Educast IESB
No Instituto de Educação Superior de Brasília (IESB), com a proposta de fortalecer o conhecimento tecnológico de futuros pedagogos, o projeto incentivou a produção de podcasts educacionais a partir de experiências reais dos estudantes em escolas.
O que dizem os vencedores
Rafael Herdy, de Belém (PA), é um dos professores que brilharam no Prêmio Educador Transformador 2023. Ele conquistou o primeiro lugar na categoria ensino médio e se diz que ser reconhecido nacionalmente é um sonho de todo educador. “Atuamos no chão da escola de maneira escondida, digamos assim. Pouca gente sabe o que estamos fazendo. O prêmio revela para o mundo o trabalho desenvolvido, mostrando o protagonismo dos alunos, que estão muito felizes pelo reconhecimento. Trabalhamos juntos para isso”, diz.
Cláudia Janaína Carneiro, de Campina Grande (PB), também subiu ao palco para receber o troféu na categoria anos iniciais do ensino fundamental. Ela mostrou que é possível inovar mesmo com poucos recursos, usando a robótica para ensinar sobre energia sustentável. “Às vezes, precisamos tirar leite de pedra, mas quando queremos, fazemos acontecer. Meus alunos têm entre 9 e 12 anos e trabalhar com eles a questão da energia sustentável a partir da robótica foi revolucionário, impactou a comunidade.”
Para a professora, investir na formação continuada é um caminho para ir além. “Quando um educador quer fazer diferente, ele não pode deixar de estudar”, diz. “O evento de hoje impulsiona outros professores a acreditar que fazem coisas muito boas em sala de aula. É importante contar com essa validação e com esse reconhecimento”, afirma.
Eukennya de Araújo Barbosa, do Recife (PE), vencedora da categoria educação profissional, relata que seu projeto, além do engajamento dos estudantes, possibilitou a realização dos sonhos profissionais. Ela também fez elogios à iniciativa do prêmio em dar visibilidade aos projetos docentes. “O que aconteceu hoje é uma valorização grande, em letras maiúsculas. É uma possibilidade de trazer à tona muita coisa que não é vista, impulsionando quem fez parte.”
Antonio Carlos Mariz Junior, de Brasília (DF), levou o prêmio na categoria educação superior. Ele também que iniciativas como o Prêmio Educador Transformador são essenciais para valorizar os professores. “A gente se sente muito reconhecido e sai daqui com aquele gás de saber que vale a pena, de que sempre precisamos continuar na luta.” Ele também deixou dicas para outros educadores que desejarem se inscrever em premiações semelhantes: “Encontre um objetivo comum, que seja de interesse da sala e faça parte da realidade do aluno. O estudante precisa estar convencido para fazer uma atividade de corpo e alma. Pense em uma problemática, algum ponto comum com o modo de vida no qual a escola está inserida.”
