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Diário de Inovações

Projeto de biblioteca sustentável trabalha colaboração entre alunos e escolas

Veja como alunos de ensino fundamental trabalharam a sustentabilidade e a colaboração com escola pública em iniciativa para desenvolver hábito de leitura

por Gizele Daumichen Gasparri / Simone Maria Verdum Souza ilustração relógio 23 de janeiro de 2019

Impactar! Essa foi a palavra que repercutiu na trajetória dos preparativos para a comemoração dos 25 anos do Colégio Albert Sabin. O impacto não poderia ser apenas momentâneo, mas promover a mudança permanente e garantir a certeza de que podemos ser agentes transformadores. A ideia surgiu tímida e duvidosa de adeptos. Fugiria das festividades convencionais, contudo, revelaria o sentimento de solidariedade e de cooperação, como também a capacidade de ser diferente e de enxergar o outro.

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Em setembro do ano passado, os estudantes começaram uma série de projetos no início do ano para transformar a comunidade do seu em torno. Eles criaram 210 projetos que contemplam os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, que devem ser implementados por países do mundo todo até 2030. Deste total, cinco foram selecionados e o projeto vencedor foi o da “Biblioteca Social Colaborativa”, criada pelo Bernardo, Rafael, Pedro e Leonardo, alunos do sexto ano que arrecadaram uma geladeira em uma fábrica de sorvetes e mais de 500 livros e fundaram uma Biblioteca na EMEF Conde Luiz Eduardo Matarazzo, escola pública localizada na zona oeste de São Paulo. O objetivo dos alunos era incentivar a leitura, além da colaboração e doação.

Geladeira com livros do projeto Projeto Biblioteca Social ColaborativaDivulgação

Em linha com o tema da Unesco para suas escolas parceiras em 2018, “Educação de Qualidade”, o projeto privilegiou a autonomia dos participantes, que foi a mola propulsora desde o início. O grupo decidiu desde o tema a ser desenvolvido aos professores-orientadores. Aí, entramos nós, professoras que tínhamos a missão de auxiliá-los nas ações desenvolvidas, na orientação segura para os meios de pesquisa, no alinhamento das exigências do edital e no incentivo constante de que eram capazes de transformar a realidade de muitas pessoas.

O objetivo era ampliar as possibilidades de aquisição de livros e disseminar a ideia lobatiana de que “um país se faz com homens e livros”, pois a leitura permite o exercício da criatividade e da criticidade frente aos acontecimentos.

Ao colocar a “mão na massa”, o grupo deparou-se com os primeiros desafios: como arrecadar os livros e onde armazená-los de modo que ficassem preservados? Foi quando associamos a ação a outro eixo norteador da Unesco: “Sustentabilidade”. O local para armazenamento dos livros deveria ser resistente às intempéries. Dez geladeiras foram doadas, e os livros arrecadados foram direcionados ao colégio durante três meses.

A primeira geladeira foi implantada em uma escola pública nos arredores no Colégio Albert Sabin. Os idealizadores foram ao local para divulgar o projeto e conquistar a comunidade escolar para que todos fossem propagadores dessa ação.

Hoje o projeto continua semeando bons frutos. A ideia foi se espalhando, formando, assim, uma corrente do bem. O grupo viveu experiências impactantes, conviveu com realidades diferentes e sentiu a alegria reconfortante de fazer a diferença na vida de alguém. O contato para doação passou a ser pela rede social Instagram e segue a todo vapor.

O singelo gesto gerou um impacto grande, não somente para o público-alvo, mas para todos que se dispuseram a participar disso. Permitir que outros tenham acesso à leitura, é compartilhar com o crescimento social, é estimular olhares diferentes para a mesma realidade. Parafraseando Drummond, as palavras estão lá, prontas para serem lidas e acolhidas. A chave para esse mundo encantador foi entregue por meninos tão novos, porém, já com capacidade de perceber que todos podem fazer a diferença.

E você, que impacto vai gerar?


Gizele Daumichen Gasparri

Professora de ciências do Colégio Albert Sabin

Simone Maria Verdum Souza

Professora de língua portuguesa do Colégio Albert Sabin

TAGS

aprendizagem baseada em projetos, aprendizagem colaborativa, autonomia, competências para o século 21, ensino fundamental, sustentabilidade

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