Quais habilidades podem ser desenvolvidas pela tecnologia?

Inovações em Educação

Quais habilidades urgentes podem ser desenvolvidas com a tecnologia?

A tecnologia não só provoca mudanças sociais, mas também pode servir de suporte ao desenvolvimento dos estudantes ao longo do tempo

Parceria com Árvore

por Ruam Oliveira ilustração relógio 11 de dezembro de 2023

O século 21 é marcado por mudanças tecnológicas e sociais rápidas. Nesse contexto, as competências e habilidades exigidas dos estudantes também se modificaram.

A tecnologia acelerou muitos processos, o que mudou a forma como vivemos e trabalhamos. Por exemplo, a internet tornou possível o acesso a informações e a comunicação instantânea, o que exige dos estudantes a capacidade de se adaptar a essas mudanças.

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O objetivo da educação continua o mesmo: formar seres humanos capazes de socializar e existir no mundo com sua máxima capacidade. No entanto, os desafios digitais surgem a todo tempo, trazendo consigo novas demandas, e as ferramentas educacionais precisam evoluir na mesma medida. 

Assim como a tecnologia influencia essas mudanças, ela também é um meio de desenvolver habilidades necessárias para navegar por esse mundo. E qual o papel do professor nesse cenário dinâmico?

Mais tecnologia, mais habilidades?

Carolina Pavanelli, diretora do time pedagógico de Árvore, lembra que o desenvolvimento de habilidades por meio da tecnologia depende da intencionalidade de cada educador. Entre as que podem ser desenvolvidas com ferramentas tecnológicas, ela destaca o letramento (linguístico ou computacional), pensamento crítico, comunicação, curiosidade e consciência sociocultural/visão de mundo. 

“A amplitude dos meios digitais ajudam a entregar mais possibilidades para os estudantes internalizarem e praticarem essas habilidades”, afirma. 

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Reinier Freitas, gestor e empreendedor educacional da Edustream Educação Inovadora, também acredita que as habilidades que envolvem comunicação e letramento digital podem ser apoiadas pela tecnologia. Ele cita análise de dados, segurança cibernética e programação como áreas que exigirão uma boa dose de preparação.

Ter a habilidade de coletar, processar e analisar dados para tomar decisões baseadas em informações, saber como proteger sistemas e redes contra ataques digitais e entender a lógica de programação para criar aplicativos e programas são habilidades citadas por Reinier que não apenas podem ser desenvolvidas com o apoio das tecnologias, como estão diretamente ligadas a elas. 

Para seguir adiante 

Ao sair da educação básica, espera-se que os estudantes tenham desenvolvido competências que os auxiliem a desempenhar uma carreira e exercer sua cidadania. 

Andréa Barreto, mestranda em novas tecnologias e formadora de professores e lideranças na 2ª Coordenadoria Regional de Educação, no Rio de Janeiro (RJ), destaca que uma habilidade fundamental que a tecnologia pode desenvolver nos estudantes é a de aprender a aprender. 

“Precisamos gerar o gosto por aprender, também por meio da tecnologia. Há uma grande quantidade de informação online, agora mais do que nunca com as inteligências artificiais, e nós precisamos ensinar o aluno a fazer uma curadoria e aprender sempre”, pontua. 

Essa habilidade de seguir aprendendo, para Andrea, dá ao estudante a capacidade de ter seu aprendizado não vinculado a uma plataforma ou ferramenta específica. Ela exemplifica que dar um curso de Excel pode não fazer sentido daqui a alguns anos, visto que o programa pode deixar de existir e aí haverá sempre a necessidade de conhecer outros que eventualmente surgirem.  

Drazen Zigic / Freepik

Por isso, Andrea argumenta, que tendo a habilidade de aprender, o estudante estará mais preparado para descobrir quaisquer outros assuntos que lhes forem apresentados. 

Para ler o mundo

O letramento digital citado pelos entrevistados ganha uma nova camada de sentido no século 21. Em um contexto repleto de tecnologia, desenvolver na turma a capacidade de ler o mundo torna-se ainda mais relevante. 

Ler o mundo hoje em dia é também ler as redes sociais, entender o contexto das coisas e que nem tudo é verdade”, diz Andrea. Levar em consideração as fontes de informação, para a educadora, é de extrema importância nos dias atuais e consta como um tipo de alfabetização. 

Reinier destaca que realizar atividades que envolvam o uso de computadores e dispositivos móveis, como pesquisas na internet e projetos usando softwares de apresentação, também compreendem essa alfabetização digital. 

Os desafios para o desenvolvimento de habilidades 

A falta de intencionalidade, mencionada por Carolina, pode também prejudicar o processo de desenvolvimento de habilidades nos estudantes. Apesar de estarem inseridos em um momento em que a presença da tecnologia é massiva, muitos ainda não têm total domínio dessas ferramentas e, frequentemente , não compreendem os limites, as regras e até mesmo as vantagens de um uso correto de tecnologia. 

“Não é apenas entregar a tecnologia na mão do aluno e pronto. Precisamos ensiná-lo a usá-la, e isso é um desafio imenso, porque a tecnologia se moderniza numa velocidade muito maior do que o professor, normalmente, é capaz de acompanhar”, diz Carolina. 

Prostooleh / Freepik Foto: Prostooleh / Freepik.

Entre os desafios, Reinier acrescenta que o acesso ainda é bastante desigual e isso pode dificultar um trabalho que tenha, na tecnologia, o principal ponto de partida para o desenvolvimento de habilidades. “Nem todos os alunos têm o mesmo acesso a dispositivos e internet de alta velocidade, o que pode aumentar a disparidade educacional”, afirma o professor. 

No caso do pensamento crítico, outra habilidade importante para o século 21, o docente afirma que o uso excessivo de tecnologia também é um desafio, porque “pode levar à dependência de respostas rápidas e superficiais, em detrimento do pensamento crítico e da resolução profunda de problemas”. 

Momentos desafiadores para os professores e para a escola

Andrea também lembra que muitos educadores se assustam quando o assunto é tecnologia digital em sala de aula, como se fossem obrigados a se apropriar das ferramentas digitais de forma detalhada, o que não é verdade. 

É preciso conhecer os objetivos que se deseja alcançar com tais ferramentas e enxergar como elas podem torná-los reais. A docente destaca que a formação é outro desafio, uma vez que nem sempre os docentes desenvolveram as habilidades que procuram trabalhar com os alunos. “Só se desenvolve no outro algo que você mesmo tem, se o professor não possui tal habilidade, ele não conseguirá desenvolvê-la no estudante”, diz. 

Reinier considera que muitos professores também não se sentem confortáveis para inserir tecnologia em suas práticas pedagógicas e, nestes casos, é preciso realizar um trabalho primeiro no corpo docente para, depois, investir no processo em sala de aula. 

Da mesma forma que a sociedade vive mudanças, a escola também não deve permanecer igual. Andrea ressalta que a estrutura das escolas não pode ser a de uma produção “fabril”, que tem intenção de formar alunos todos iguais. “A gente sabe que o aluno aprende diferente, e a cultura da escola já deveria ter mudado.”, afirma. 

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TAGS

competências para o século 21, ensino fundamental, ensino médio, tecnologia

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