'Sala de aula invertida faz alunos virarem autores' - PORVIR
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Diário de Inovações

‘Sala de aula invertida faz alunos virarem autores’

Professora de espanhol fala do impacto na metodologia nas aulas da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA)

por Jorgelina Tallei ilustração relógio 14 de janeiro de 2015

Sempre pesquisei formas diferentes de trabalhar com os alunos e novas tecnologias para a sala de aula. No início do primeiro semestre de 2014, decidi pôr em prática a sala de aula invertida na disciplina Espanhol como Língua Adicional, na Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA), em Foz do Iguaçu (PR).

A instituição tem alunos paraguaios, argentinos, bolivianos, peruanos e uruguaios, que contribuem muito para que o brasileiro aprenda espanhol. Na convivência do dia a dia, o aluno pode aprender novos costumes e culturas dentro da sala de aula.

A nova experiência contou com a participação de turmas dos cursos de História da América Latina e de Antropologia e Diversidade Cultural, que fazem aulas de espanhol de quatro horas durante duas vezes na semana (estudantes de outras nacionalidades têm a mesma carga horária para o português). Como tempo era muito longo, os estudantes tinham dificuldade para se manter motivados, e a sala de aula invertida faz com que eles tenham que pesquisar e buscar novas ferramentas para o aprendizado, até porque devem escrever o trabalho de conclusão do curso na língua estrangeira.

Trabalhamos a pedagogia por projetos e a perspectiva do aluno, uma vez que, nas aulas, eles usavam diferentes tecnologias, como computadores, celulares e tablets. A sala de aula invertida era a estratégia certa para que eles atuassem como autores, e não apenas como consumidores de tecnologia. Além disso, a prática possibilita uma reflexão do uso do idioma tanto fora quanto dentro da classe, além de um trabalho a partir de uma reflexão crítica e de autonomia dos alunos.

Até aquele momento, os vídeos não eram utilizados na prática de língua adicional e nem havia registro de experiências neste sentido nas aulas. Usamos o YouTube para trabalhar os conteúdos e hospedar os vídeos que, tão logo publicados, eram compartilhados na página do Facebook. Na hora da revisão, quando não lembravam de uma palavra, eles sempre recorriam aos vídeos, porque é mais fácil associar palavras com as imagens.

 

De certa forma, esse trabalho ajudou alunos a: a) praticar língua estrangeira; b) revisar conteúdos já estudados em sala de aula; c) treinar a escrita em língua estrangeira; d) ampliar letramento digital; e) trabalhar em colaboração.

Ao terminar o curso, os alunos responderam a um questionário de avaliação em que dizem que a aula foi legal, mas que os vídeos precisam ser aprimorados. Já temos um projeto para trabalhar com designers e editores, mas levará um tempo.

Os vídeos produzidos pelos alunos podem ser encontrados na página Intercâmbio UNILA do Facebook, no blog Integrando las lenguas e no YouTube.


Jorgelina Tallei

Jorgelina Tallei é professora-assistente de Espanhol Língua Adicional da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA), onde também coordena a seção de mobilidade acadêmica na pró-reitora de Relações Institucionais e Internacionais. É pesquisadora do Centro del Espanhol como Língua Estrangera da Universidade de Rosario, na Argentina, do Grupo Recursos didáticos para as aulas de ELE, da USP, e do Grupo de Pesquisa GEMALE: Elaboração e Análises de Material para ELE, da UFS. Elabora material didático de espanhol como segunda língua destinado a estudantes brasileiros.

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dispositivos móveis, sala de aula invertida, tecnologia