Ensino híbrido depende da formação de docentes
Fórum Econômico Mundial, em Davos, discutiu importância da tecnologia na educação e a necessidade de investimentos
por Redação
29 de janeiro de 2014
Uma vez por ano lideranças políticas e econômicas se reúnem em Davos, na Suíça, no Fórum Econômico Mundial, para discutir questões globais de urgência, como meio ambiente e educação e pensar novas perspectivas para melhorar o futuro do mundo. Este ano, a 44º edição do evento, realizado entre os dias 22 e 25 de janeiro, teve um painel dedicado exclusivamente ao ensino híbrido (ou blended learning, em inglês). Chamado de O Futuro da Aprendizagem (The Future of Learning, em inglês), o encontro contou com a presença de Fred van Leeuwen, secretário geral da Education Internacional, entidade que representa as organizações de professores em todo o mundo. Com a premissa de que o ensino híbrido vai ser cada vez mais difundido, o objetivo do painel foi identificar as maiores barreiras que precisam ser enfrentadas para que o modelo funcione globalmente e pensar em possíveis soluções.
Van Leeuwen destacou dois principais desafios. O primeiro é colocar a formação de professores e o desenvolvimento profissional como requisitos essenciais para que seja feito um bom uso de tecnologias, como plataformas on-line, por exemplo. Para melhorar o processo de aprendizagem, essas tecnologias devem ser usadas sob a supervisão de educadores qualificados e com a experiência necessária para assegurar o bom desenvolvimento dos alunos.
Assim, segundo van Leeuwen, a tendência atual de desprofissionalização da profissão docente deve ser invertida. “Justamente no momento em que precisamos ajudar os alunos a desenvolver habilidades e comportamentos do século 21, estamos reduzindo o papel e o espaço de profissionais que têm a competência para fornecer essa ajuda e orientação em um contexto de mundo real”, disse van Leeuwen. “Ensino híbrido sem professores qualificados pode facilmente tornar a educação branda.”
Em segundo lugar, ele enfatizou que este tipo de aprendizagem pode exacerbar as desigualdades na educação, devido à disponibilidade limitada de acessibilidade à tecnologia on-line, dependendo da localização geográfica dos alunos ou situação econômica. E ressaltou a importância de investimentos, que são fundamentais para integrar essas tecnologias no processo de ensino e aprendizagem. “Os governos têm de alocar os recursos necessários para desenvolver tecnologias voltas para as escolas e instituições de ensino e garantir que elas sejam disponibilizadas gratuitamente para todos”, afirmou.
Com informações do Education International






De fato, não faz sentido falar do “Futuro da Aprendizagem” sem considerar o alavancagem positiva que a tecnologia pode causar quando propriamente “combinada” (blended) com interações pessoais com um professor qualificado para tal.
Porém existem outros elementos que merecem atenção para que se tenha não somente um Ensino Híbrido, mas uma Aprendizagem Híbrida. A tradução oficial do termo blended learning para o português muda o substantivo principal de “Aprendizagem” (learning), para “Ensino”. Isso pode influenciar uma perspectiva que valorize (mais do que justamente!) a atuação do professor, mas que perca o foco no objetivo principal da educação que é a aprendizagem do estudante.
A qualificação dos professors deve ter um componente importante para o uso das novas tecnologias, mas deve reforçar ainda mais as habilidades de prover aprendizagem com contexto e significado para a realidade dos seus estudantes.
Na minha opinião o desenvolvimento da educação só existirá se o indivíduo estiver interessado em evoluir, será perda de tempo ir para sala de aula. Este processo de educação é lento demais, não adianta termos ferramentas digitais e métodos de ensino qualificados e professores que não estão interessados em sua própria evolução. Como esta evolução será implantada na EDUCAÇÃO MUNDIAL, sendo que tudo depende de onde nós, queremos levar o mundo a viver em uma sociedade justa, com ética e moral. Mas quem deveria dar o bom exemplo, são os que se tornam execráveis.