Tablet é aposta de sistema de ensino que chega ao país
Uno Internacional, que chegará a 75.000 alunos de escolas privadas do país, realiza evento para capacitar 5 mil professores
por Vagner de Alencar 18 de janeiro de 2013
A partir do próximo mês, cerca de 75.000 estudantes de 150 escolas privadas do país passarão a adotar um sistema de ensino com foco no uso de tablets. O Uno Internacional, do grupo Santillana, prevê a substituição de projetores por lousas digitais, o uso obrigatório de iPads pelos professores e a possibilidade de levá-los também a todos os alunos. Como parte do projeto pedagógico, docentes, diretores e profissionais de TI participam de oficinas e passam por acompanhamentos periódicos durante o ano letivo. No Brasil, a primeira etapa de formação dos professores acontece no I Evento de Capacitação no Brasil: Transformação XXUNO, quem levanta a mão?, nos dias 19 e 20 de janeiro, no Centro Educacional da Universidade de Brasília, para 5 mil educadores.
No evento, especialistas em educação vão discutir o tema e motivar os professores para a utilização da ferramenta. Um deles é Luciano Meira, professor de psicologia da UFPE e especialista em games educacionais. Meira já falou ao Porvir sobre a necessidade de se mudar o DNA da educação, que deveria ser baseado em diversão, diálogo, desafio, narrativa e aventura (confira o vídeo de sua palestra). Já o embaixador da Finlândia, Jari Luota, vai contar por que o país, que ocupa a terceira posição no Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos), de 2009, é um dos mais bem sucedidos no mundo.
A alta tecnologia na educação é um dos fatores para revolução educacional finlandesa, que vem investindo, sobretudo, na valorização do professor e do ambiente escolar. É o que reforça Pablo Doberti, diretor global da Uno Internacional, que afirma que antes de levar tais transformações à escola é preciso dar respaldo ao professor para receber essas mudanças. “Os docentes precisam de capacitação e apoio institucional, preparando constantemente a escola para o processo de mudança”, diz.
Durante o processo de imersão digital, Renato Júdice, diretor acadêmico do grupo, explica que é preciso, antes de tudo, sensibilizar o professor para que ele não se perca quanto ao uso dos recursos tecnológicos. Segundo ele, “a proposta não é vender uma ideia, mas propor uma mudança conceitual, um jeito diferente de ensinar”. Para Júdice, os tablets devem possibilitar mais diversão e mais contato professor/aluno. “As aulas podem ser dadas de uma forma muito dinâmica e divertida, aproximando os docentes das crianças, que passam a se interessar, brincar mais e, consequentemente, aprender mais.”
Hoje, o sistema é adotado em países como México, Colômbia, Argentina, El Salvador e Guatemala. Agora no Brasil, o sistema envolve as instituições de ensino em uma grande rede, com intercâmbios presenciais e virtuais. No futuro, pretende levar o modelo também à rede municipal brasileira; três prefeituras, inclusive, já estão em fase de negociação.