Você tem uma prática pedagógica inovadora? Ela pode ganhar o Nobel da Educação
A edição 2023 do Global Teacher Prize está com inscrições abertas até 25 de junho; saiba como participar
por Redação 25 de abril de 2023
Atualizado em 6 de junho de 2023
Concedido pela Varkey Foundation em parceria com a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), o Global Teacher Prize é considerado o “Prêmio Nobel da Educação”: anualmente, reconhece trabalhos de professores inovadores, que lecionam para crianças e jovens de 5 a 18 anos, em todo o mundo.
Além do título, o vencedor ganha US$ 1 milhão (equivalente a aproximadamente R$ 5 milhões). Para concorrer ao Global Teacher Prize, basta acessar o site oficial até o dia 25 de junho (o formulário pode ser preenchido em português, basta selecioná-lo como idioma de preferência).
Os critérios para o julgamento das práticas no Global Teacher Prize são: |
---|
1. Utilizar práticas de ensino eficazes, que sejam replicáveis e escalonáveis, para influenciar a qualidade da educação globalmente. 2. Empregar práticas de ensino inovadoras que abordam os desafios específicos da escola, comunidade ou país e que demonstraram evidências para enfrentar tais dificuldades. 3. Alcançar resultados demonstráveis de aprendizagem do aluno em sala de aula. 4. Impactar a comunidade além da sala de aula. 5. Ajudar os estudantes a se tornar cidadãos globais, proporcionando-lhes uma educação baseada em valores que os prepare para um mundo onde possam viver, trabalhar e socializar com pessoas de diferentes nacionalidades, culturas e religiões. 6. Melhorar a profissão docente ajudando a elevar o padrão de ensino, compartilhando as melhores práticas e ajudando os colegas a superar desafios que enfrentam em suas escolas. 7. Ser reconhecido por governos, organizações nacionais de ensino, diretores, colegas, membros da comunidade em geral ou alunos. |
Premiações anteriores
A mais recente edição do Global Teacher Prize aconteceu em 2021. A vencedora foi a jamaicana Keishia Thorpe, que leciona em uma escola de ensino médio no estado de Maryland, nos Estados Unidos. Ela ensina inglês para alunos do último ano do ensino médio que estão aprendendo o idioma na International High School Langley Park, em Bladensburg. Na instituição, mais de 85% dos estudantes têm origem hispânica e 95% são de baixa renda. O foco de seu trabalho é fazer com que cada um se sinta preparado para a universidade.
Keishia também criou a US Elite International Track and Field, Inc., organização sem fins lucrativos que apoia alunos-atletas em situação de vulnerabilidade social com a bolsas de estudo. Ela também é fundadora da Hope Beyond Distance Foundation e da Food4Change, programa que oferece apoio social a imigrantes e suas famílias.
➡️ Leia mais: Jamaicana que luta por acesso de imigrantes à universidade vence “Nobel da Educação”
Brasileiros entre os finalistas
Em 2021, o professor de matemática Greiton Toledo ficou entre os 50 finalistas. Seu principal projeto, chamado Mattics, nasceu em 2015, com atividades de contraturno para turmas de ensino fundamental 2 da EMEF Irmã Catarina, em Senador Canedo (GO). Greiton passou a ensinar estrutura computacional por meio do Scratch e estimula o desenvolvimento do pensamento matemático dos alunos ao construir um jogo digital de forma problematizada.
Três educadores foram selecionados para a lista de 50 finalistas de 2020: a professora de educação especial e língua portuguesa Doani Emanuela Bertan, da Escola Municipal de Ensino Fundamental Júlio de Mesquita Filho, em Campinas (SP); o professor de história e especialista em educação inclusiva Francisco Celso Freitas, do Centro de Ensino da Unidade de Hospitalização de Santa Maria (DF) e a professora de Lília Melo, da Escola Brigadeiro Fontenelle, de Belém (PA).
Em 2019, a educadora Débora Garofalo, que, à época, lecionava tecnologia na EMEF Almirante Ary Parreiras, em São Paulo (SP), foi classificada entre os 10 melhores professores do mundo. Seu projeto de robótica com sucata, inclusive, transformou-se em política pública. No mesmo ano, Jayse Ferreira, da Escola de Referência em Ensino Médio Frei Orlando, em Itambé (PE), ficou entre os 50 finalistas.
O professor Diego Mahfouz Faria Lima transformou a Escola Municipal Darcy Ribeiro, em São José do Rio Preto (SP), que era noticiada nos jornais locais e televisivos como a mais violenta e com as maiores taxas de evasão. Quando assumiu o cargo de diretor em 2014, adotou uma estratégia centrada na recuperação do espaço físico e no engajamento dos alunos e da comunidade, por meio da promoção da gestão democrática. Ele ficou entre os 10 indicados ao Global Teacher Prize de 2018.
Já em 2017, o professor de ciências Wemerson da Silva Nogueira, da Escola Estadual Antônio dos Santos Neves, em Nova Venécia, no Espírito Santo, foi o único classificado entre os 10 finalistas. Seu projeto, intitulado “Filtrando as lágrimas do Rio Doce”, envolvia a criação de um filtro desenvolvido com os estudantes para purificar a água da região de Mariana (MG). A cidade foi brutalmente atingida pelo rompimento da barragem da mineradora Samarco em 2015 – um dos principais desastres ambientais acontecidos no Brasil.
Saiba mais sobre o prêmio no vídeo oficial a seguir (acione as legendas em português diretamente no YouTube)
Atualizado em 6 de junho de 2023