Projeto de Vida: e-book gratuito reúne práticas de professores
Livro apresenta atividades sobre Projeto de Vida realizadas no estado da Bahia que focam no protagonismo dos estudantes e podem ser realizadas em qualquer escola do país
por Ana Luísa D'Maschio 15 de agosto de 2022
O que é necessário para ser um professor de Projeto de Vida? Como planejar esse componente curricular e como ampliá-lo no planejamento pedagógico? As perguntas, e suas respectivas respostas, fazem parte do e-book “Projeto de Vida na escola: práticas pedagógicas de professoras(es) da rede estadual da Bahia”, parceria da Fundação Telefônica Vivo e da Secretaria da Educação do Estado da Bahia. Com download gratuito, a publicação reúne 19 atividades desenvolvidas com estudantes do ensino médio da rede baiana em 2021. As instituições Afeto (Educação Comunicação e Juventudes) e Cipó (Comunicação Interativa) foram responsáveis pela execução do projeto no território.
Firmada em 2020, a parceria tem foco na formação de professores que atuam com o componente Projeto de Vida e Cidadania. Ao todo, ao longo dos dois últimos anos, 790 professores, coordenadores pedagógicos e gestores participaram da iniciativa e, aproximadamente 18 mil estudantes, de mais de 470 escolas, foram impactados.
De acordo com Carla Aragão, coordenadora do Programa Pense Grande na Bahia, a seleção das atividades publicadas no e-book levou em consideração alguns critérios: fácil replicabilidade, protagonismo dos estudantes, passo a passo pedagógico e organização do material.
“O livro é uma inspiração para professores e professoras de todo o país, para que possam desenvolver suas práticas observando seus pares. Essa troca é muito salutar, ainda mais por ser um tema relativamente novo dentro da educação publica”, avalia.
Além dos casos, a publicação reúne uma curadoria de conteúdos relacionados a Projeto de Vida, como videoaulas e podcasts.
Protagonismo e autocuidado
Entre os exemplos apresentados no e-book, vem do Complexo Integrado de Educação de Itabuna a prática “Espelhos e selfies – o que vejo quando me vejo?”, da professora Márcia Maristela Gusmão. Na sala de aula, com as luzes apagadas, a educadora, com uma lanterna acesa em mãos, parava em frente a cada aluno, para que ele visse seu reflexo no espelho. Na sequência, o debate com poesia, música e filosofia estimulou o estudo sobre a cultura das selfies, que ganharam frases de apoio socioemocional em uma instalação artística feita pelos estudantes.
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Os educadores Francislayne Ribeiro, Nilza Rodrigues e Luiz Neto, do Colégio Estadual Luiz Viana Filho, em Santa Brígida, trabalharam, com as turmas de ensino médio e de EJA (Educação de Jovens e Adultos), no “Projeto Memorial da Infância”. Além de uma redação e do estudo da árvore genealógica, os alunos foram convidados a produzir uma fotografia ou desenho que trouxesse memórias da época de criança.
A proposta “A importância da resiliência na construção do meu Projeto de Vida”, das professoras Lenise Oliveira e Alex Sandra Rios, levou aos estudantes do Colégio Estadual Nossa Senhora da Conceição, em Miguel Calmon, a reflexão sobre a capacidade humana de se adaptar às mudanças. Durante a dinâmica, além de poesia e referências musicais, os estudantes receberam uma folha de papel e uma esponja. Enquanto a professora falava sobre conflitos familiares, desilusões e relacionamentos, os alunos amassavam os materiais e observavam o que acontecia com cada um deles, abrindo espaço para a reflexão sobre o conceito de resiliência.
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