Melhores Escolas do Mundo: como se inscrever no prêmio considerado o “Oscar” da educação
O World's Best School Prizes seleciona as escolas mais inovadoras em cinco categorias, além da votação popular. Inspire-se nas brasileiras finalistas e vencedoras para fazer sua inscrição
por Ana Luísa D'Maschio 30 de janeiro de 2025
Desde 2022, o World’s Best School Prizes (Prêmios Melhores Escolas do Mundo) vem destacando escolas que transformam vidas e comunidades. E as brasileiras? Já conquistaram pódios, prêmios e até viraram caso de sucesso internacional.
Sua escola está preparada para se destacar em 2025? Reunimos a seguir tudo o que você precisa saber: como participar, histórias inspiradoras das finalistas nacionais e o passo a passo para inscrever seu projeto até 5 de março.
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Criada em 2022 pela T4 Education, com apoio da Fundação Lemann, da Accenture e da American Express, a iniciativa reconhece escolas que transformam a vida de seus estudantes e impactam positivamente suas comunidades. O prêmio conta com cinco categorias principais:
- Colaboração Comunitária
- Ação Ambiental
- Inovação
- Superação de Adversidades
- Apoio a Vidas Saudáveis
Cada vencedor será escolhido por uma Academia de Jurados e receberá uma assinatura gratuita do Best School to Work (Melhor Escola para Trabalhar). Esse programa de mentoria e certificação avalia a cultura e o ambiente de trabalho da escola, com o objetivo de promover o bem-estar dos professores e da instituição como um todo.
Além dos prêmios principais, será concedido o Community Choice Award (Prêmio Escolha da Comunidade), destinado a uma das 50 finalistas do Top 10 que receber o maior número de votos na Votação Pública. O prêmio também será a assinatura gratuita do Best School to Work.
Relembre os destaques brasileiros da premiação:
2024: Brasil no pódio
Em 2024, a Escola Estadual Deputado Pedro Costa, localizada em São Paulo (SP), classificou-se entre as três melhores do mundo na categoria Colaboração Comunitária. O Colégio María de Guadalupe, em Buenos Aires, na Argentina, ganhou o primeiro lugar.
Pioneira em programas de xadrez, atletismo e ginástica artística, que promovem não apenas a excelência acadêmica, mas também o desenvolvimento integral e a integração social dos seus 305 alunos, a escola de período integral tem apresentado avanços em diversos indicadores educacionais.
O projeto de xadrez, liderado por Leonardo Alcântara, usa o jogo para aprimorar habilidades cognitivas e sociais, incentivando a reflexão sobre o futuro e as consequências das ações. Os programas de atletismo e ginástica artística, criados por Luiz Fernando Junqueira, focam no desenvolvimento físico, resiliência e trabalho em equipe, competências essenciais para os alunos.
Entre os 50 selecionadas para a reta final, além da Pedro Costa, o Brasil concorreu com os seguintes as seguintes escolas:
1. Escola Estadual de Ensino Médio Professora Maria das Graças Escócio Cerqueira (PA)
A combinação de acessibilidade e contato com a natureza fez com que essa escola pública de Itaituba, no interior do Pará, se destacasse na categoria “Ação Ambiental”.
2. Núcleo de Ensino da Unidade de Internação de Santa Maria (DF)
Concorrendo na categoria “Superação de Adversidades”, a escola, em uma unidade de internação socioeducativa com 150 meninos, desenvolveu o projeto RAP (Ressocialização, Autonomia e Protagonismo), que usa músicas e poesias para ensinar trabalho em equipe e respeito.
3. Colégio Militar de Manaus (AM)
Com um projeto de educação informatizada, a escola concorreu na categoria “Inovação”. A proposta oferece aulas on-line para estudantes do ensino fundamental e médio cujos pais são militares, garantindo que, ao se mudarem para fronteiras ou outras missões, os alunos não percam o ano letivo.
2023: Apoio à comunidade
A Escola Municipal Professor Edson Pisani, de Belo Horizonte (MG), venceu a categoria Escolha da Comunidade, obtendo o maior número de votos entre todas as 50 escolas finalistas.
Localizada em Aglomerado da Serra, na zona sul de Belo Horizonte, a cidade de 120 mil habitantes conta há 30 anos com o apoio da escola como agente de transformação social. A parceria com a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), por exemplo, resultou em soluções como o mapeamento de problemas hídricos e a criação de uma linha de ônibus conectando a comunidade ao metrô.
Nos anos 2000, o programa Vila Viva previu o alargamento da rua onde fica a escola, o que exigiria a remoção das famílias locais. A escola envolveu engenheiros e arquitetos do projeto nas reuniões comunitárias e, com um abaixo-assinado e apoio das Faculdades de Arquitetura e Direito da UFMG, garantiu que ninguém fosse removido de suas casas.
A EEMTI (Escola de Ensino Médio em Tempo Integral) Joaquim Bastos Gonçalves, de Carnaubal (CE), ganhou a categoria Apoio a Vidas Saudáveis.
Para superar os impactos da pandemia, a escola criou, em 2021, o projeto “Adote um estudante” para oferecer apoio socioemocional. A iniciativa, com apoio de psicólogos voluntários, busca atender estudantes e equipe escolar, além de promover o debate sobre saúde mental. O diretor Helton Souza Brito explicou que a identificação dos casos é feita por meio de famílias, professores e colegas, e o atendimento ocorre online, conforme a disponibilidade de cada um.
Entre os 50 selecionadas para a reta final, além das vencedores acima, o Brasil concorreu com as seguintes escolas:
1. Camino School, de São Paulo (SP)
Finalista na categoria “Inovação”, a escola particular trilíngue (português, espanhol e inglês) busca preparar os alunos para o mundo real, com ênfase no desenvolvimento socioemocional. Fundada em 2020, adota metodologias baseadas em projetos, transformando aulas tradicionais em “expedições”. A escola também integra habilidades cognitivas, socioemocionais e éticas, promovendo a transferência de conhecimento para a vida real. Entre 20% e 25% dos alunos são bolsistas de origens indígenas, imigrantes e minorias, visando reduzir desigualdades sociais, incluindo a criação de um Manual para uma Escola Antirracista.
2. Escola de Ensino Médio em Tempo Integral Jaime Tomaz de Aquino, de Beberibe (CE)
Finalista na categoria “Ação Ambiental”, a escola pública foi selecionada por seu trabalho em promover um futuro mais verde e sustentável. Desde sua construção em 2019, aderiu ao Programa Selo Escola Sustentável, da Secretaria de Educação do Ceará, implementando iniciativas voltadas ao currículo, gestão ambiental e educação socioambiental para melhorar a qualidade de vida da comunidade.
3. Escola Municipal de Educação Básica Prof.ª Maria Aparecida de Souza Almeida Ramos, de Jundiaí (SP)
Finalista na categoria “Apoio à Vida Saudável”, a escola pública de educação infantil, conhecida como “Peixinho”, se destaca pelo cuidado com a saúde, o meio ambiente e o engajamento comunitário. Seu programa de alimentação saudável é central no Projeto Político-Pedagógico, com uma horta própria que ensina as crianças sobre plantio, colheita e preparo de alimentos. As famílias também adotaram hortas orgânicas em casa, seguindo as orientações da escola.
2022: Da EJA à participação escolar
A primeira edição do World’s Best School Prizes teve duas representantes brasileiras na final.
A Escola de Ensino Fundamental Evandro Ferreira dos Santos, em Cabrobó (PE), busca melhorar a educação dos alunos apoiando os pais que não sabem ler e escrever, por meio da EJA (Educação de Jovens e Adultos). Durante a pandemia, muitos estudantes, entre 11 e 15 anos, não receberam ajuda familiar nas tarefas escolares, pois seus pais eram analfabetos. No projeto “Distantes sim, desconectados não! Família e escola projetando sonhos, promovendo a inclusão, enquanto os filhos estudam, mães são alfabetizadas.
A EMEF Professora Adolfina J. M. Diefenthäler, em Novo Hamburgo (RS), destaca-se pela Colaboração Comunitária. Um Comitê de Gestão Democrática permite que pais e alunos tragam sugestões sobre mudanças na escola. Assembleias mensais e uma conferência anual envolvem todos na instituição, permitindo que estudantes opinem e participem das decisões, gerando um sentimento de corresponsabilização.
Entre as 50 escolas selecionadas para a reta final, além das finalistas dos Top 3 acima, o Brasil teve mais uma concorrente, a escola Etepam (Escola Técnica Estadual Professor Agamêmnon Magalhães), no Recife (PE). Fundada em 1928, a escola alia tecnologia com responsabilidade social e ambiental, substituindo aulas expositivas por projetos que envolvem os alunos na resolução de problemas da comunidade.