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Inovações em Educação

Cinema, ciência e educação: Science Film Festival oferece acesso gratuito e material para professores

Com catálogo online e materiais pedagógicos, o festival transforma o cinema em recurso para aproximar crianças e jovens da ciência

por Ana Luísa D'Maschio ilustração relógio 1 de outubro de 2025

Até 20 de dezembro, o Brasil recebe a 21ª edição do Science Film Festival (SFF), considerado o mais importante festival de audiovisual de ciência do mundo. Criado pelo Goethe-Institut em 2005 e realizado no país pelo Midiativa, o evento reúne 53 filmes de 22 países que exploram temas ligados à ciência, tecnologia e meio ambiente.

Com o lema “Conhecimento através do entretenimento”, o Science Film Festival busca aproximar o público da ciência de maneira acessível e inspiradora. De todo o catálogo, 34 filmes são voltados ao público infantojuvenil, com temáticas em torno da natureza e da vida em comunidade.

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Os filmes estão divididos entre entretenimento educativo para a família; ciências naturais, biológicas e tecnologia; curtas de ciência e produções não-verbais; ecologia e meio ambiente e cultura e história.

Como você pode assistir aos filmes

As exibições são gratuitas e são realizadas em espaços culturais, universidades, cineclubes e escolas de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Sul, entre outros. A agenda pode ser acompanhada pelas redes sociais do evento.

Para ampliar ainda mais o alcance, o festival também disponibiliza todo o catálogo de filmes em sua plataforma online. Para assistir, na escola ou em casa, basta preencher este formulário. Na versão online, cada filme vem acompanhado de guias didáticos com atividades práticas, que podem ser aplicadas por professores em sala de aula como complemento às exibições.

Já as escolas que quiserem organizar uma mostra exclusiva para seus estudantes e comunidades podem solicitar a atividade diretamente pelo e-mail: sffbrasil@gmail.com



Um debate sobre crianças e natureza

A abertura do Science Film Festival 2025 aconteceu nesta quarta-feira (1º de outubro), em uma transmissão online que reuniu cineastas de diferentes trajetórias.

A mesa “O storytelling do meio ambiente no cinema – Como contamos às infâncias sobre pertencimento e natureza” contou com Ara Martins, diretora e pesquisadora sul-mato-grossense que já realizou obras como “+Forte” e “A Menina e a Árvore”, dedicadas a explorar pertencimento, ancestralidade e natureza. O cineasta uruguaio Alvaro Adib participou com “Terra Compartilhada – Amanda e o Mar”, filme que acompanha o sonho de uma jovem de se tornar bióloga marinha. 

A brasileira Duda Rodrigus falou sobre “O Despertar de Aiyra”, produção que mistura elementos fantásticos e ambientais para dialogar com crianças e jovens. Já Otávio Lanner, responsável pelo curta “Canela de Ema – O Mistério das Muiraquitãs”, revelou como se inspira em lendas amazônicas e no vínculo entre cultura e território. A pesquisadora Marina Sissini, protagonista do documentário “Rhodoliths – The Rolling Stones”, curta com foco nestes organismos marinhos (algas marinhas calcificadas que crescem de forma livre, sem ficarem presas a rochas), também conversou com os internautas.

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Confira, a seguir, trailers de dez filmes disponíveis no catálogo do Science Film Festival 2025

Abrolhos – Paraíso em Perigo (Abrolhos – Endangered Paradise)

Direção: Rafael Duarte e Pedro Serra
Duração: 52 minutos
Classificação indicativa: A partir de 16 anos
País: Brasil – 2023
Sinopse: Uma expedição percorre mais de 4.500 km para documentar a riqueza natural e cultural de Abrolhos, região que abriga a maior biodiversidade marinha do Atlântico Sul. O filme mostra as belezas subaquáticas, a vida das comunidades tradicionais e os riscos que ameaçam esse ecossistema, reforçando a urgência da conservação ambiental.

A Floresta Invisível – Histórias da Amazônia (The Invisible Forest – Stories From the Amazon)

Direção: Andy Costa
Duração: 27 minutos
Classificação indicativa: Livre
País: Brasil – 2023
Sinopse: O documentário reúne histórias de luta e resistência no Médio Xingu, onde comunidades locais enfrentam pressões do agronegócio, mineração e desmatamento. Com imagens potentes e depoimentos emocionantes, revela modos de vida integrados à floresta e como a bioeconomia e os saberes tradicionais se tornam aliados fundamentais para sua preservação.

A Menina e a Árvore

Direção: Ara de Andrade Martins
Duração: 10 minutos
Classificação indicativa: Livre
País: Brasil – 2021
Sinopse: Inspirado na poesia de Manoel de Barros (1916-2014), o curta-metragem utiliza a sensibilidade da infância para retratar a urgência climática e as riquezas naturais do bioma pantaneiro. Em dez minutos de narrativa poética, revela como o olhar das crianças traduz a convivência com a natureza.

Araguaia Expedition

Direção: Thaís Rodrigues Oliveira e Mariana Telles
Produção: Raphaela Lopes
Duração: 19 minutos
Classificação indicativa: Livre
País: Brasil – 2025
Sinopse: Uma expedição pelo rio Araguaia revela sua biodiversidade e a cultura das comunidades ribeirinhas. Pesquisadores investigam espécies e ecossistemas, enquanto moradores compartilham saberes e desafios. O filme ressalta a importância de preservar esse patrimônio vivo diante das ameaças ambientais.

Bo e o Lixo (Bo and Trash)

Direção: Tatiana Skorlupkina
Duração: 11 minutos
Classificação indicativa: A partir de 9 anos
País: Espanha – 2022
Sinopse: Em um planeta dominado pelo lixo que ganha vida própria e ameaça a natureza, Bo, um cachorro determinado, cria uma fórmula especial para enfrentar a destruição. Em sua jornada, ele resgata animais silvestres e pássaros que se unem à missão. A animação destaca cooperação e resiliência como caminhos para restaurar o equilíbrio ambiental.

Chuva (Rain)

Produção: Fundación Norma y Leo Werthein / Escola Plus
Duração: 3 minutos
Classificação indicativa: LivrePaís: Brasil – 2024
Sinopse: A animação conta a história de Aurora, uma menina que enfrenta a devastação causada pelas enchentes no Rio Grande do Sul. Por meio de seus desenhos, ela relembra sua família, amigos e o cachorro Mocotó, enquanto a comunidade encontra forças na ajuda mútua, na empatia e na esperança para se reerguer.

Het Klokhuis – Patrimônio Mundial: Planetário de Eise Eisinga (Het Klokhuis – World Heritage: Eise Eisinga Planetarium)

Direção: Bart Meijer – Produção da NTR (Het Klokhuis)
Duração: 14 minutos
Classificação indicativa: Livre
País: Países Baixos – 2023
Sinopse: Episódio especial do programa infantil “Het Klokhuis” que conta a história de Eise Eisinga, astrônomo autodidata do século 18 que construiu em sua casa um planetário totalmente funcional. Reconhecido como Patrimônio Mundial da Unesco em 2023, o episódio inspira ao mostrar como ciência e paixão podem deixar legados duradouros.

Pegadas da Floresta

Direção e roteiro: Vladimir Seixas
Classificação indicativa: A partir de 14 anos
País: Brasil – 2024
Sinopse: O curta acompanha Ana, Mirim e Gaia, três artistas indígenas que vivem em grandes cidades mas mantém vivas suas raízes culturais. A obra mostra como a arte ancestral é ressignificada e usada como ferramenta contra o apagamento e a violência simbólica, fortalecendo identidades e a luta por reconhecimento.

Sukande Kasáká | Terra Doente (Sukande Kasáká – Ailing Land)

Direção: Kamikia Kisedje e Fred Rahal
Duração: 30 minutos
Classificação indicativa: LivrePaís: Brasil – 2023
Sinopse: O povo Kisêdjê, no Mato Grosso, vive sob a ameaça invisível dos agrotóxicos que contaminam solo, água e ar. O documentário acompanha o dilema de permanecer em sua aldeia ancestral ou abandonar o território para proteger a saúde da comunidade, expondo a violência ambiental que ameaça povos indígenas e a floresta.


Viagem de Volta a Alcedo (Journey back to Alcedo)

Direção: Gianna Haro Vallazza
Produção: Gianna Haro Vallazza, Oscar X. Illingworth
Duração: 24 minutos
Classificação indicativa: Livre
País: Equador – 2024
Sinopse: O filme acompanha duas amigas de 70 anos que retornam às Ilhas Galápagos, onde nasceu sua paixão por vulcões, tartarugas gigantes e ciência. Ao mostrar suas memórias e conquistas, a obra ressalta o legado para novas gerações de cientistas, em especial mulheres, e a importância da representatividade feminina na conservação em meio às mudanças climáticas.



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cinema, cultura, lista, pensamento científico

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