Festival de Paris usa inovação para falar de empatia - PORVIR
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Inovações em Educação

Festival de Paris usa inovação para falar de empatia

Com arte e tecnologia, Nuit Blanche busca desenvolver experiências interpessoais ao colocar o espectador no lugar do outro

por Vinícius de Oliveira ilustração relógio 2 de outubro de 2015

A Nuit Blanche (Noite Branca), festival realizado em Paris, na França, que inspirou a Virada Cultural em cidades brasileiras, abrirá espaço para falar de empatia. O desenvolvimento desta capacidade tem se mostrado crucial em tempos em que desigualdades aumentam, a temperatura do debate sobe e a automação do trabalho ressalta a importância das qualidades humanas.

Diante deste cenário, no próximo dia 3 de outubro, o Centre de Recherches Interdisciplinaires (Centro de Pesquisas Interdisciplinares, em português) promete uma experiência sensorial imersiva para ampliar a capacidade que cada um possui para se colocar no lugar do outro e, assim, melhorar as relações interpessoais na vida cotidiana. Com a ajuda da arte e da tecnologia, será possível “sentir na pele” as inquietações de um vizinho, de um pedestre ou de um desconhecido durante as atividades que vão acontecer entre 19h do dia 3 e 1 hora da manhã do dia 4 de outubro.

Ao longo da jornada, que na edição de 2015 tem como tema “melhor viver junto”, o público terá contato com diversas instalações interativas. Em uma delas James Carlson, empreendedor social e fundador da primeira rede de espaços maker nos Estados Unidos, convida o visitante a olhar no fundo de seus olhos e a descobrir coisas inacreditáveis na instalação: “The eyes of Gaia” (“Os olhos de Gaia”).

 

Com a chegada dos óculos de realidade virtual, a ideia de sair do próprio corpo também já deixou de ser um truque dos filmes de ficção científica. O coletivo de artistas BeAnotherLab explora o potencial dessa nova tecnologia para criar uma “máquina para ser outro alguém: ela consiste em óculos Rift, câmeras, computador e muitos cabos. Dessa forma, um homem pode se colocar na pele – virtual – de uma mulher e vice-versa.

Em outra atração, é possível vivenciar um novo tipo de videogame. O jogo “A blind legend” (“A lenda cega”) mexe o que se entende como jogo eletrônico e, num ambiente totalmente escuro, o usuário comanda um cavaleiro que parte em busca de sua princesa guiado somente pelo som.

Para que o espectador não ache que tudo é apenas uma justaposição de instalações interativas como em qualquer museu, o espaço do CRI também será hackeado com decoração e cenografia originais em nome da empatia. Com ajuda de artistas e dançarinos do coletivo La Main (A mão), essas modificações serão feitas com a intenção de abrir novas fronteiras através da arte.

No espaço da instituição que se descreve como um ecossistema de aprendizagem cidadã será possível ainda participar da criação e experimentação de jogos que buscam desenvolver esse novo olhar para o outro.

Para mais informações, visite o site www.unenuitdanslapeaudunautre.fr


TAGS

educação integral, jogos, socioemocionais, tecnologia

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