Como adaptar aulas presenciais para remotas e vice-versa - PORVIR
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Coronavírus

Como adaptar aulas presenciais para remotas e vice-versa

Educadores e especialistas dão dicas de como planejar atividades para os dois formatos

Parceria com CLOE

por Marina Lopes ilustração relógio 21 de outubro de 2020

Enquanto algumas escolas começam a se preparar para a retomada das aulas presenciais, o ensino híbrido surge como uma abordagem cada vez mais indicada para atender às regras sanitárias e especificidades do momento, em que nem todos os alunos podem voltar para a instituição. Mas como adaptar aulas para o ambiente online e presencial? É possível fazer essa transposição?

Para o professor Doug Alvoroçado, certificado pelo programa Google Innovator e especialista em educação inclusiva, existem possibilidades de adequar as aulas e atividades para os dois modelos, mas é importante considerar as características e o brilho de cada formato. “No presencial, existe a possibilidade estar ali com o aluno, já no virtual existe a facilidade de utilizar recursos ou jogos digitais. O professor precisa entender o que é melhor em cada formato. A partir daí, ele vai planejar sua aula em dois momentos”, explica.

Em uma aula de ciências, por exemplo, ele menciona que é possível fazer uma experiência presencial com a turma, preparar um kit com materiais para os alunos levarem para casa ou gravar para assistirem depois. Tudo vai depender do tipo de interação que o professor espera promover e quais habilidades serão trabalhadas com os alunos. “Dá para adaptar as atividades? Super dá, mas qual é o objetivo da minha aula? Esses critérios precisam ser considerados.”

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Antes de partir para o planejamento curricular, as escolas e os educadores precisam pensar nas diferentes trilhas de aprendizagem que serão percorridas pelos alunos. “Dependendo da turma, o professor pode ter três tipos diferentes de alunos: o que está presencialmente na escola, o que está acompanhando a aula virtualmente e o que vai assistir mais tarde de forma assíncrona. A escola precisa decidir como ela vai ser organizar. Ela vai ter um professor dando aula presencial e outro virtual? Tudo isso precisa ser considerado”, destaca Doug.

Na avaliação da professora de língua portuguesa Danielle Lima, que atua como coordenadora de projetos da assessoria pedagógica Redesenho Educacional, um dos grandes desafios da transposição de aulas presenciais para remotas está em como envolver o aluno de forma ativa em ambos os formatos. “Os alunos já vem de um estresse e de um cansaço de todo esse tempo de aulas online, e isso precisa ser considerado. Eu tenho muito receio que a transmissão de aulas faça com que o engajamento dos alunos se perca”, diz.

Para não correr o risco de diminuir a participação dos alunos, ela também chama atenção para a necessidade de planejar estratégias específicas para cada formato. “No ensino remoto, durante o momento síncrono, precisamos pensar em estratégias para deixar a aula menos expositiva e mais participativa. Quando você apenas transmite a aula presencial, você perde muito disso”, pondera.

Conforme as necessidades de cada instituição, as estratégias de adaptação podem variar entre diferentes caminhos. Dois professores podem se dividir entre a condução das aulas presenciais e a mediação de atividades virtuais simultâneas, os alunos que estão em casa podem ter aulas em outros horários ou até mesmo podem ser utilizadas diferentes abordagens, como o modelo rotacional ou virtual aprimorado do ensino híbrido.

Na Cloe, a plataforma digital de aprendizagem ativa da Camino Education, para apoiar professores e escolas na tarefa de adaptar aulas presenciais para remotas e vice-versa, todas os conteúdos e expedições de aprendizagem foram revisados para incluir orientações de como desenvolver as tarefas de modo síncrono e assíncrono. “Ela tem várias atividades que os alunos podem executar em casa e outras que podem acontecer na escola”, conta Marta Durante, diretora pedagógica da Camino Education.

Na hora de selecionar quais atividades vão ser desenvolvidas em cada formato, independente de quais estratégias serão utilizadas pelas escolas em diferentes contextos, a diretora pedagógica da Camino Education também ressalta que é importante tomar cuidado para não sobrecarrega o professor. “Temos que pensar coletivamente para tomar a decisão de o que ensinar no presencial e o que ensinar a distância. Vamos precisar pensar nesse quebra-cabeça. O professor, o diretor e a equipe pedagógica precisam criar um plano, e a tecnologia pode ajudar nesse processo”, recomenda.

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