Como você se prepara para conversas difíceis na escola? - PORVIR
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Inovações em Educação

Como você se prepara para conversas difíceis na escola?

Ensaiar para um debate difícil na escola pode ajudar a garantir um resultado mais produtivo

por Kathy Collier, do site Edutopia ilustração relógio 16 de outubro de 2024

O diálogo é necessário para a colaboração e o crescimento. No entanto, nas conversas que envolvem tópicos delicados, dar instruções claras ou fornecer feedback (retorno avaliativo) pode ser um momento desafiador.

Por exemplo, buscamos pedir e oferecer retorno para evoluir profissionalmente. Por mais que uma pessoa reflita sobre suas ações, ela não saberá quais são seus pontos cegos e áreas de crescimento sem a percepção de outros. Por meio do diálogo, podemos realizar esse processo e descobrir estratégias que podemos testar.

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Como educadores, precisamos nos esforçar todos os dias para melhorar nossas conversas com alunos, colegas e famílias, a fim de nos comunicarmos de forma eficaz e construir um senso de pertencimento e valorização. É aqui que o ensaio pode ajudar.

Ensaiando diálogos para conversas difíceis

Ao preparar conversas que envolvem feedback, é importante planejar as falas e ensaiar a linguagem. Isso nos ajuda a estar mais preparados para conversas desafiadoras, além de criar caminhos no cérebro que apoiam futuros diálogos. Planejar e ensaiar nossas intervenções nos ajuda a refinar a linguagem para que seja clara, concisa e intencional.

A consultora educacional e de comunicação Jen Abrams oferece um mapa de resultados útil para o planejamento de conversas difíceis. Eu o utilizei em várias ocasiões para organizar meus pensamentos e me preparar para conversas complicadas. Prefiro chamar essas conversas de corajosas ou curativas, pois a linguagem importa. O objetivo dessas conversas é fornecer feedback e desenvolver um plano de crescimento.

Ao planejar, anoto frases curtas para cada uma das seguintes perguntas, trazendo exemplos na sequência. A preparação é fundamental para nos sentirmos prontos e manter a confiança, tanto em nós mesmos quanto nos outros.

Como vou abordar a pessoa para perguntar quando seria um bom momento para conversar?
“Estou pensando se poderíamos conversar por cinco ou dez minutos hoje ou amanhã sobre as reuniões da equipe. Valorizo sua abertura ao feedback e gostaria de discutir algo que notei.”

Qual é a questão ou problema recente e seu impacto?
“Na terça-feira, você se esqueceu de trazer o trabalho dos alunos para nossa reunião. O impacto disso foi que você não pôde refletir sobre o desempenho dos alunos e planejar ações adequadas. Os colegas também foram impactados, pois não puderam colaborar plenamente.”

O que precisa acontecer em vez disso? Como isso se parece e soa para você?
“Temos um compromisso de equipe ao trazer o trabalho dos alunos, a fim de focar no crescimento dos estudantes. Isso significa chegar à reunião com todos os artefatos que concordamos em trazer semanalmente.”

Por que a pessoa pode não estar se comportando da maneira desejada?
“O que você pensa sobre isso? Você também notou isso? O que pode estar impedindo você de trazer o trabalho?”

Que apoio posso oferecer à pessoa?
“O que posso fazer para ajudar? [Dê espaço para que eles possam sugerir ideias e venha preparado com algumas sugestões, caso precise.]”

Que apoio eu preciso para me sentir o mais preparado possível?
“Antes de abordar o colega, preciso de um parceiro de reflexão? Um ensaio? Existem recursos que planejo trazer como parte da nossa estratégia?”

Acredito que preparar conversas de feedback leva a resultados muito mais produtivos e me abastece de ideias para conversas futuras. À medida que me preparo, ensaio e participo de conversas, estou construindo caminhos neurais que me permitem acessar estratégias e a linguagem em interações futuras.

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Praticar também é extremamente útil para facilitar as aulas e as sessões de aprendizagem profissional. Quando conheço o objetivo de aprendizagem, tomo nota e defino tempos aproximados para cada seção. Quando uso uma linguagem precisa, colegas e alunos aprendem mais e se envolvem ativamente no processo de aprendizagem, em vez de apenas me ouvirem falar e falar. Vejo isso como uma “economia de palavras”: como posso ser claro e conciso para permitir que os participantes tenham tempo para conversar, criar e praticar?

Quando estou aprendendo uma nova estratégia ou recurso curricular, ensaiar também me ajuda a construir confiança. Isso pode envolver ensaiar as falas que usarei, destacar palavras e frases em um plano de aula ou anotar algumas frases-chave em um post-it.

Quando me preparo para ensinar uma aula, imagino quanto tempo os alunos vão prestar atenção à minha explicação. Penso em quando ensinarei diretamente e em quando pedirei aos alunos que se voltem para conversar ou praticar uma habilidade. Destaco as partes de uma aula em que os alunos conversam, escrevem, gesticulam, encenam, etc. Planejo frases de apoio que a turma pode usar ao conversar entre si. Às vezes, ensaio uma aula inteira para cronometrá-la e ver quanto tempo leva, o que me ajuda a ter uma noção do fluxo da aula.

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Minha preparação também inclui perguntar quais recursos visuais, como gráficos, pecinhas coloridas ou câmera, são necessários para garantir que estou tornando meu pensamento visível. Quando digo: “Vejam como eu faço isso e depois vocês tentarão”, estou tornando a estratégia muito mais concreta. Isso aumenta o engajamento, e o crescimento mais profundo é essencial para que os estudantes construam independência.

Frequentemente, minha preparação inclui modelagem interativa, onde alunos ou professores assistem a mim ou a um aluno/professor-participante realizando algo. Depois, os alunos comentam o que perceberam ao observar a prática. Ao me preparar para isso, penso no que os alunos irão notar.

Por exemplo, quando imagino uma conversa em dupla, espero que reparem: “Você pensou por um minuto antes de se virar para seu parceiro. Você ouviu seu parceiro e mostrou que fez uma conexão ao usar o sinal combinado e, em seguida, compartilhou o que estava pensando. Você estava focado no objetivo.”

Quando dedico tempo para pensar nesses critérios de sucesso, espero garantir destacá-los durante a explicação e questionar se os alunos não compartilham as ideias durante nosso momento reservado para isso.

Como Susan Scott, autora de “Fierce Conversations: Achieving Success at Work and in Life, One Conversation at a Time” (“Conversas corajosas: alcançando sucesso no trabalho e na vida, uma conversa de cada vez”), diz: “Fale e ouça como se esta fosse a conversa mais importante que você já teve com essa pessoa. Poderia até mesmo ser.” 

Sim, conversas corajosas importam. Construímos relacionamentos e confiança gradualmente, com uma conversa de cada vez. Fornecemos feedback e crescemos por meio da conversa e da reflexão. O que poderia acontecer se ouvíssemos como se cada conversa fosse a mais importante? Acredito verdadeiramente que podemos melhorar nossos relacionamentos, nossa maneira de ensinar e nossas comunidades. Uma conversa de cada vez.

* Publicado originalmente em Edutopia e traduzido mediante autorização
© Edutopia.org; George Lucas Educational Foundation


TAGS

carreira, desenvolvimento integral do professor, educação socioemocional, socioemocionais

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