Coordenadora é eleita Educadora do Ano com projeto de protagonismo e gestão democrática - PORVIR
Mariana Pekin/NovaEscola

Inovações em Educação

Coordenadora é eleita Educadora do Ano com projeto de protagonismo e gestão democrática

Na EMEF Professora Adolfina J.M. Diefenthäler, Joice Maria Lamb e sua equipe se destacam pelo trabalho de articulação pedagógica, formação continuada e gestão de projetos com foco no protagonismo do estudante

por Vinícius de Oliveira ilustração relógio 30 de setembro de 2019

Uma gestão com foco na gestão democrática e no protagonismo do aluno rendeu a Joice Maria Lamb, coordenadora pedagógica na EMEF Professora Adolfina J.M. Diefenthäler, de Novo Hamburgo (RS), o troféu Educador do Ano no Prêmio Educador Nota 10.

Conheça todos os vencedores do Educador Nota 10 de 2019

A cerimônia realizada nesta segunda-feira (30), em São Paulo (SP), foi apresentada pela jornalista Sandra Annenberg e pelo ator Thiago Lacerda, que questionou a professora sobre como ampliar a perspectiva de futuro de seus alunos. “Primeiro temos que ouvi-los. E depois, promover atividade em que a pesquisa e o protagonismo sejam importantes. Assim eles conseguem passar o conhecimento adiante”, disse.

Mais tarde, em conversa com o Porvir, Joice comentou que o ponto de virada aconteceu quando todos perceberam que era possível fazer diferente, por mais que fora da escola se repita que professor é desmotivado, que os alunos não aprendem e que a família não ajuda.

“Primeiro, deve-se ter a convicção que a escola pública é boa e que todos os alunos devem aprender”. A coordenadora então descreveu como a gestão democrática, que estimula a escuta e participação de toda a comunidade escolar trouxe benefícios à escola

“A gente olha para dentro da escola e para os problemas reais. Nós tínhamos alunos com defasagem e outros que não estavam sendo alfabetizados. Nossa primeira ação foi adotar uma gestão democrática para ouvir as crianças, jovens e professores”. Este assunto, aliás, é tema do Guia Participação dos Estudantes na Escola, feito pelo Porvir, que traz orientações sobre como envolver todos os alunos no processo de decisão.

“Às vezes, tentamos trazer uma solução que não funciona porque as pessoas não se identificam. Elas não vão achar que é possível se não estiverem envolvidas na feitura do projeto”, analisa a coordenadora Joice.

O dia a dia na escola

Em conjunto com sua equipe, Joice se dedica continuamente à articulação pedagógica, à formação continuada e à gestão de projetos com foco em experiências de autoria de profissionais e estudantes.

Na Adolfina, existe a convicção de que todos podem aprender e compartilhar saberes e na valorização do trabalho coletivo. E são vários projetos de inovação pedagógica. No #foradacaixa, alunos de diferentes idades e turmas participam de atividades juntos, sob o acompanhamento de professores. No projeto de Iniciação Científica, alunos do ensino fundamental escolhem temas de pesquisa, colegas de equipe e professores orientadores para realizar um estudo que é apresentado na Feira Anual de Iniciação Científica.

A escola também tem propostas inovadoras para instigar a aprendizagem da matemática e a produção de poemas. Inscrita no prêmio, #aprenderecompartilhar é uma ação ampla que articula todos os projetos e chama a comunidade escolar para avaliar as atividades pedagógicas e propor encaminhamentos, correções de rota e melhorias.

O projeto #aprenderecompartilhar foi selecionado como destaque entre outros 4.876 inscritos neste ano, um crescimento de 20% em relação ao ano passado. Entre os 10 projetos vencedores do Educador Nota 10 também estiveram presentes temas como protagonismo feminino e juvenil, modernidade, preconceito e projetos ligados à gestão da escola.

Impacto em Novo Hamburgo

Joice diz voltar a Novo Hamburgo e à escola Adolfina com muita vontade de dar prosseguimento ao trabalho. “Se esquecermos que era uma escola que tinha defasagem, esse problema volta. Não podemos esquecer a nossa história”.

“Para o município de Novo Hamburgo também é muito importante porque empodera as outras escolas que fazem um trabalho de qualidade. Entre as 50 finalistas, houve mais duas professoras de Novo Hamburgo que são da educação infantil. A gente precisa acreditar e é por isso que esse prêmio é importante”.

Se antes o projeto era visto com desconfiança, o troféu que a professora levará para casa pode mudar opiniões na cidade. “Se as pessoas diziam que essa era só uma escola diferente, o prêmio mostra que a gente faz bem o tem que ser feito. Não é um monte de experiência. São projetos calcados em uma realidade. Se não funcionarem, a gente muda e faz outros”.

Vencedora do Voto popular

Patrícia Barreto da Silva Carvalho, professora de Língua Portuguesa do 3º ano do Ensino Médio no Instituto Federal do Rio Grande do Norte, em Nova Cruz (RN) conquistou o prêmio #esseprofessoré10, pelo voto popular.

Em um projeto de protagonismo juvenil, Patrícia pediu aos alunos dos que registrassem, com uma foto, um problema social da cidade onde vivem. Em paralelo, trouxe para a sala de aula imagens que representavam denúncias de questões sociais. Pediu aos alunos para observá-las, identificando temas e apresentando justificativas para os diferentes pontos de vista que vinham à tona. E percebeu que os jovens falavam dos temas de forma genérica e superficial e por isso planejou estratégias que tinham como foco a argumentação e a produção de um artigo de opinião.

Por meio de um jogo, o Argument(ação), as turmas aprenderam diferentes tipos de argumentos e pensaram em soluções para os problemas sociais apontados. Terminada a produção escrita, os alunos prepararam um podcast para divulgar suas ideias.


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autonomia, competências para o século 21, ensino fundamental, equidade, formação continuada, personalização, prêmios

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