Em projeto de leitura e escrita, turma de 4º ano recebe visita de carteiro
Professora conta como desenvolveu projeto para incentivar a escrita e ainda possibilitar o contato da turma com culturas de diferentes países
por Josefa Lucila Felix Moreira 5 de setembro de 2018
Sou professora dos anos iniciais do ensino fundamental em duas turmas da Escola SESC, em Macaíba (RN). Nesse percurso, já pude desenvolver muitas atividades interessantes com as crianças, como foi o caso do projeto de leitura e escrita.
Um projeto bastante significativo foi encerrado recentemente na turma do 4° ano. Intitulado “Uma viagem a povos distantes”, ele foi inspirado no livro “Cartas a Povos Distantes”, do escritor Fábio Monteiro. As crianças se envolveram de tal maneira, que ainda desenvolvemos um novo projeto, chamado “Uma viagem a povos distantes II: Rumo ao Egito”.
“Sem sair de casa” foi a frase motivacional para esse trabalho, pois um dos personagens do livro diz “posso conhecer outras culturas sem sair de casa”. No primeiro projeto, as crianças tiveram a oportunidade de conhecer a cultura de outros países por meio de pesquisas, slides e vídeos. Também aprofundamos conhecimentos sobre o nosso país.
Na ocasião, ainda trabalhamos um novo gênero textual. A turma escreveu e enviou cartas para familiares e para crianças de uma comunidades da zona rural de Macaíba. Recebemos também a visita do carteiro, que conversou com a turma sobre a história do correio.
Diante de toda essa experiência, avanços significativos foram observados, tanto na leitura, quanto na escrita. O projeto despertou nas crianças o interesse de continuar a escrever para familiares e amigos.
A possibilidade de conhecer outras culturas (de países como China, Portugal, México, Estados Unidos, Espanha) também encantou a turma. Como um dos personagens do livro “Cartas a Povos Distantes” reside em Luanda, capital de Angola, também abordamos informação sobre essa capital, cantamos e dançamos uma canção africana na apresentação do projeto.
Agora, lá vamos nós, rumo ao Egito. Motivadas pelo primeiro projeto, as crianças decidiram criar uma história e levar um novo tripulante para a viagem: o menino Vicente, lá do sertão da Paraíba (personagem fictício criado por elas).
É importante frisar que as crianças são autoras dos projetos, pois elaboram a justificativa, os objetivos e as etapas prováveis. Como professora, eu apenas fiz intervenções quando eram necessárias.
Para compartilhar essa experiência, enviei um e-mail ao escritor Fábio Monteiro, e ele pediu que enviássemos uma carta da turma, que certamente retornaria. Posso dizer que a emoção toma conta de mim sempre que relato esse projeto e conto a proporção que ele vem tomando.
Quem me motiva a desenvolver esses trabalhos são as crianças, que estão sempre em busca de algo novo e desafiador. Outra coisa interessante que podemos notar é que essa geração que frequenta as salas de aulas também não é mais a mesma. Para ser um professor inovador é preciso saber que muita coisa mudou. É nessa perspectiva que pretendo inovar cada vez mais na minha prática.
Josefa Lucila Felix Moreira
Formada em pedagogia pela Universidade Estadual Vale do Acaraú, cursa especialização em Alfabetização e Neurociências pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Atua como professora há 15 anos. Iniciou sua experiência profissional na educação Infantil e atualmente leciona para turmas do ensino fundamental (4° e 5° anos) da Escola SESC, em Macaíba (RN).