Estudantes opinam sobre educação em um dos maiores eventos do setor
Felipe Perazzolo / Bett Brasil

Inovações em Educação

Estudantes opinam sobre educação em um dos maiores eventos do setor

Edição 2024 da Bett Brasil abre espaço inédito, convidando estudantes para observar e opinar sobre o evento, voltado à comunidade escolar

por Ruam Oliveira ilustração relógio 30 de abril de 2024

Uma das principais feiras de tecnologia no campo educacional abriu espaço para ouvir o que uma parcela importante dessa área tem a dizer. Inaugurando um novo segmento na programação, a 29ª edição da Bett Brasil dedicou uma atividade específica para estudantes. 

Intitulada Juventude Bett, a ação trouxe alunos do ensino médio de escolas públicas e privadas de São Paulo para ouvir o que eles achavam das inovações encontradas na feira. A proposta era trazer respostas para que tipo de educação os jovens desejam. 

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“Eu achei muito relevante dar voz aos alunos, mostrar que nós temos perspectivas diferentes e opinião sobre o futuro da educação“, disse Esther Xavier, estudante do 3º ano do ensino médio técnico na Etec Santa Ifigênia, em São Paulo (SP). 

Ao todo, 23 estudantes participaram da ação. Divididos em três grupos, eles produziram um vídeo a partir de um tema proposto por eles. O grupo de Esther optou por falar sobre o acesso à escola. “É pensar que dando oportunidade para as pessoas que a gente consegue mudar as coisas”, apontou a estudante. 

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Os contextos dos integrantes dos grupos ampliaram a visão que Esther tinha sobre essa temática. Isso porque muitos deles vivem em regiões diferentes da cidade e fazem percursos distintos até a escola, como é o caso dela, moradora de Itaquera, zona leste da capital paulista. 

Os outros dois grupos trouxeram reflexões sobre como a tecnologia poderia aparecer na formação docente cada vez mais cedo e como os métodos tradicionais de avaliação dialogam pouco com as vivências e expectativas que os jovens possuem. 

Carolina Antunes, aluna do 2º ano do ensino médio no colégio Lourenço Castanho, ressaltou que foi muito especial contribuir trazendo o que pensa ao debate. “Aqui, eles precisaram de nós para mobilizar reflexões. Com o pensamento que trouxemos, eles conseguirão desenvolver novas ideias”, diz.

Os 23 estudantes ao lado dos professores apoiadores da iniciativa. Foto: Ruam Oliveira / Porvir

O estudante Daniel Travassos, que está no 3º ano do ensino médio também na Lourenço Castanho, argumentou que quem recebe o trabalho final do professor são os estudantes, então é justo precisar ouvi-los. “Nós tivemos 12 horas para refletir, gravar e editar e mostrar para as pessoas nossa opinião recortada em 3 minutos. Eu diria que é um marco para esse evento e é gratificante ter a nossa voz ouvida”.

Espaço de escuta e de fala

Daniel também reconhece que ter um espaço de fala é uma responsabilidade, dadas as proporções do evento. “Essa missão dada a diferentes vozes e realidades, a jovens de diferentes classes sociais e com uma pluralidade cultural rica, deu super certo. É como se fosse uma sopa de pontos de vista”, brincou.

Em um painel mediado pela jornalista Helena Lara Rezende, cada grupo contou um pouco sobre suas produções e como chegaram a cada tema. Eles tiveram apoio de professores integrantes do Instituto Crescer e da Cesar School, entidades apoiadoras da iniciativa. 

Além de falar sobre os diferentes tipos de avaliação, o grupo de Carolina refletiu sobre o modelo tradicional de ensino. “A gente chegou à conclusão de que é fundamental que as escolas tenham flexibilidade para entender as variadas formas de aprendizagem de cada um. Tem que ser flexível para observar as particularidades de cada escola ou modalidade de ensino”, comentou. 

Adriana Martinelli, diretora de conteúdo da Bett Brasil e idealizadora da atividade, lembrou que o evento é um espaço de conversas sobre educação e que sentia falta de um elemento central nessa conversa, que são os estudantes. 

“Estamos testando esse modelo para saber como esses estudantes reagem a estar em uma imersão de três dias produzindo algo audiovisual com suas visões sobre educação. É uma forma de colocarmos em contato alunos e educadores, para que o diálogo seja mais construtivo e menos antagônico ou de repulsa, no sentido de um culpabilizando o outro. Nós precisamos sair desse lugar”, ressaltou Adriana. 

Como um dos resultados, o engajamento dos alunos percebido ao longo de toda a atividade é um dos destaques da ação. “Dizermos que os estudantes estão desengajados é fake news. Se dermos a chance eles se empolgam. Eles estão preocupados com a formação e com o desenvolvimento pessoal e profissional deles”, completou. 


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ensino médio, juventudes, tecnologia

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