Exposição que celebra 10 anos do Porvir entra na reta final inspirando educadores - PORVIR

Inovações em Educação

Exposição que celebra 10 anos do Porvir entra na reta final inspirando educadores

Com evento de encerramento previsto para 3 de fevereiro, a mostra traz histórias de professores inovadores do Brasil

por Ruam Oliveira ilustração relógio 26 de janeiro de 2023

Após quase três meses desde sua abertura, a exposição “Encontro com o Porvir – trajetória de educadores que transformam o presente e constroem o futuro” entra em sua reta final. As cinco estações que apresentam como aprender com a diversidade, com o afeto, com a tecnologia, com a comunidade e com a mão na massa foram modificadas com a interação das mais de quatro mil pessoas que passaram pela mostra. 

A área dedicada aos afetos, por exemplo, viu crescer a quantidade de fitinhas coloridas com os mais diversos elogios: desde frases simples escritas em inglês e português, até pequenos rabiscos incompreensíveis, feitos por crianças que ainda não sabem escrever, mas são incentivadas a elogiar. 
A estação é inspirada no Caderno de Elogios, desenvolvido pela professora Sandra Cassiano, de Maxaranguape (RN).

Público em destaque

Wander Paulus de Souza dos Santos, professor de história na Escola Municipal General Euclydes Figueiredo, na Tijuca (RJ), saiu de casa com a missão de visitar museus na capital paulista e encontrar ideias que pudessem ser reproduzidas ou que servissem de inspiração para o novo trabalho que está prestes a realizar. 

A diretora da escola na qual Wander atua o conhece desde que ele era ainda um adolescente de 15 anos. Em uma trajetória de partilhas e dedicação à educação, Wander veio a São Paulo buscar referências de práticas que aliem a teoria com a prática, incentivando o zelo pelo conhecimento científico ao mesmo tempo em que influenciam os estudantes a colocar a mão na massa. 

“Entrei aqui e vi justamente a possibilidade de projetos em que eu possa criar uma transversalidade entre as diversas disciplinas”, conta. Além de funcionário público, ele também é professor de teatro e palhaço, e vê no engenho e na criatividade grandes ferramentas de ensino e aprendizagem. 

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“Estou amando as experiências. Vou registrando para ver como posso adaptá-las ao meu cotidiano”, afirma o educador. 

Essa troca de experiências também chamou bastante a atenção de Guilherme Mendes Lemos, que acabou de concluir a licenciatura em matemática e se prepara para ingressar na sala de aula. 

“Acho fundamental conhecer as práticas, porque a minha faculdade foi muito teórica. A gente estuda muito o conteúdo, mas, na hora da prática, não têm ferramentas.”, comenta. “Ver exemplos de professores de sucesso é importante para o repertório e para que a gente possa inventar as nossas práticas de acordo com o nosso contexto.”

Criatividade e troca

A temática da criatividade permeia muitos espaços da exposição. Olhar para pedaços de plásticos, sucata e outros materiais recicláveis e enxergar neles potencial para a robótica, por exemplo, requer uma mente criativa. 

A prática da professora Débora Garofalo, que posteriormente virou política pública em São Paulo, continua a inspirar muitas pessoas. No caso da exposição, tanto a área voltada à robótica, quanto diferentes processos criativos de outros docentes, despertam a curiosidade dos visitantes. 

Coordenador educacional no PAC (Projeto Amigos da Comunidade), instituição que oferece oficinas e apoio pedagógico a crianças e jovens em São Paulo, Marcos Nascimento diz: o chamou sua atenção foi o fato de que muitas práticas foram desenvolvidas usando poucos recursos. 

“É muita coisa simples, mas que tem um impacto muito bacana para o estudante”, aponta.. Ele ressalta que ter acesso a práticas diversas acaba se tornando um exercício de olhar o que cada educador ou educadora tem à disposição para poder desenvolver suas aulas e ideias. 

“Muitas vezes nós ficamos idealizando: ‘Ah, eu só vou fazer [o projeto] quando eu tiver o equipamento e tal’. A exposição nos mostra muitos experimentos. São educadores utilizando a sua sensibilidade e sua percepção para poder afetar seus alunos e conseguir um bom resultado”, comenta. 

Formado em sociologia, foi Marcos quem convidou Guilherme para conhecer a exposição. Levou junto mais outros quatro estudantes da área de educação. 

Odara Dele, pesquisadora em tecnologias educacionais e professora de sociologia na Escola Estadual Conselheiro Ruy Barbosa, também na capital paulista, ressalta que observar práticas voltadas para uma educação antirracista e com olhar atento para as questões indígenas é importante também do ponto de vista do uso das tecnologias, sejam elas manuais ou digitais. 

“É bem inspirador para mim, enquanto professora, ver e pensar nessas possibilidades de trabalhar com questões que às vezes são um desafio. E pensar, também, em como implementar essas tecnologias seja de forma mais manual ou com sucata e programação”, comenta.. 

A exposição “Encontro com o Porvir – trajetórias de educadores que transformam o presente e constroem o futuro” fica em cartaz até o dia 3 de fevereiro no Museu Catavento, em São Paulo, com entradas gratuitas às terças-feiras. 

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