Professor une tecnologia e empreendedorismo em projeto do ensino técnico - PORVIR
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Diário de Inovações

Professor une tecnologia e empreendedorismo em projeto do ensino técnico

José Ribeiro propôs que alunos se apropriassem de tecnologias e montassem vídeos sobre sua aplicação na área de gestão administrativa

por José de Pádua Ribeiro ilustração relógio 19 de outubro de 2016

Sou professor de Tecnologias Aplicadas aos Negócios na Escola de Formação Gerencial (EFG) do Sebrae em Belo Horizonte, que oferece o ensino médio concomitante ao ensino técnico em Administração. Diante das inúmeras possibilidades de agregar as inovações tecnológicas ao meio empresarial, decidi criar um projeto que desafiasse os alunos do 2º ano a investigar as novas tecnologias existentes no mercado, estabelecer uma relação entre tecnologia e empreendedorismo e criar um vídeo informativo em português, inglês e espanhol.

O projeto “Mostra de Vídeo sobre Tecnologia e Empreendedorismo” possibilita ao aluno colocar em prática o conhecimento técnico adquirido em sala de aula, estimula a capacidade de projetar, investigar, produzir, refinar e empregar diferentes técnicas de comunicação, utilizando artefatos, ferramentas, equipamentos para a produção do vídeo, além do estudo do assunto sugerido e ampliação da cultura empreendedora.

Cada turma é dividida em quatro grupos com uma média de seis alunos por grupo. Os alunos devem escolher uma tecnologia inovadora, criar o tema e produzir um roteiro que aborde questões tecnológicas e empreendedoras, tais como: O que é essa tecnologia? Como ela funciona? Quais os benefícios e as desvantagens? Qual o custo de venda dela? Qual a relação custo/benefício? Como é feita a logística, o marketing? Qual o diferencial do produto ofertado em relação às demais tecnologias ou serviços similares?

Esse roteiro é avaliado nas disciplinas de Língua Portuguesa, Inglesa e Espanhola pelos respectivos professores. Após a produção do roteiro, os alunos já devem ter definido o local de gravação do vídeo, bem como todos os recursos necessários à execução da atividade.

Os vídeos devem ter duração entre 5 e 6 minutos. A hora da gravação pode ser um dos momentos mais desafiadores para os alunos, já que devem utilizar os recursos tecnológicos (escassos ou não) para produzirem um vídeo com qualidade visual e de som e que tenha conteúdo informativo condizente com a proposta. O uso das línguas estrangeiras incentiva e motiva os alunos a praticarem a língua e, ao mesmo tempo, a buscarem um vocabulário mais técnico tanto no sentido empreendedor quanto no tecnológico.

Finalmente, todos os vídeos produzidos são apresentados no auditório aos alunos do 2º ano e avaliados por uma banca composta por três professores da escola. São avaliados os seguintes critérios: postura e comprometimento do grupo durante a exibição dos vídeos, abordagem da relação entre tecnologia e empreendedorismo, apresentação visual do vídeo e desenvoltura na locução e apresentação pessoal no vídeo. Os primeiros três colocados recebem um certificado e o 1º lugar geral, um prêmio simbólico oferecido pela escola.

Neste ano de 2016, os três primeiros colocados apresentaram os temas: “Nanotecnologia na Medicina” (3º lugar), “Moutain Bike: A tecnologia sob duas rodas” (2º lugar), e o vencedor, “Streaming: Carregando o Agora!”. O vencedor destacou a importância do mercado de streaming de vídeos, músicas, quadrinhos e jogos, abordando sua evolução ao longo dos anos, de que forma a tecnologia está presente no dia a dia e sua relevância para a NetFlix, Youtube, Spotify, entre outras empresas.

O que eu tenho percebido nesses cinco anos de aplicação prática desse projeto é que a inclusão da disciplina Tecnologias Aplicadas aos Negócios na grade curricular tem propiciado ao jovem um maior envolvimento e engajamento no contexto tecnológico, além da apropriação de conhecimentos técnicos da área da gestão. Isso tudo agrega ao aluno habilidades, competências e saberes numa era altamente tecnológica, onde as ferramentas e recursos midiáticos auxiliam cada vez mais na execução de tarefas diárias, levando o aluno a ser o protagonista do próprio aprendizado.


José de Pádua Ribeiro

Especialista em Gestão Empreendedora pelo Senac SP, especialista em Educação a Distância pelo Núcleo de Pós-Graduação e Educação a Distância do Senac MG e graduado em Tecnologia em Processamento de Dados pelo Centro Universitário UNA. Professor na Escola de Formação Gerencial (EFG) do Sebrae Minas.  

TAGS

aprendizagem baseada em projetos, aprendizagem colaborativa, educação mão na massa, empreendedorismo, tecnologia

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