Professora cria projeto de apresentações literárias que incentiva alunos a ligar a câmera - PORVIR
Crédito: Toltemara/iStockPhoto

Diário de Inovações

Professora cria projeto de apresentações literárias que incentiva alunos a ligar a câmera

Usando lives, o projeto foi um recurso para reforçar os conteúdos de literatura que aparecem no vestibular.

por Patrícia Oliveira ilustração relógio 28 de julho de 2021

O período de distanciamento social, quando as aulas precisaram ser feitas de maneira remota, foi também um momento em que vimos um aumento significativo de lives nas redes sociais. Muitas empresas passaram a utilizar o recurso, seja para amplificar os negócios, seja pelo entretenimento. Eu fiquei pensando em como fazer para engajar os estudantes nas aulas utilizando de mecanismo semelhante.

Já não era possível que os estudantes construíssem de maneira física as relações, tão importantes para este período de vida. O projeto “Literando no Meet” surgiu também como uma maneira de incentivá-los a se pronunciar, opinar, interagir e se colocar como participantes de eventos online. O papel da escola é justamente proporcionar aos alunos uma vivência bem próxima da realidade, para que no momento em que eles estivessem prontos quando precisarem falar para um grande número de pessoas.

Eu vivia uma situação na qual não existia muita participação dos estudantes em sala de aula, principalmente quando se tratava de questões como: ligue a sua câmera, microfone, mostre-se e fale. Eles não queriam fazer isso, e achavam que o professor fazendo essa solicitação era um desrespeito, ao mesmo tempo que me sentia sozinha, pois parecia que estava falando apenas com a tela do computador.

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Diante do exposto, pensei: por que não fazer um trabalho com lives? Estávamos perto do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) e do SSA – o Sistema Seriado de Avaliação, que é aplicado ao longo das três séries do ensino médio e a somatória das notas pode ser usada para ingresso na UFPE (Universidade Federal de Pernambuco). Também era necessária uma revisão literária do primeiro até o terceiro ano, porque muitas questões literárias caem nos vestibulares. Comecei anotando em um papel todas as escolas literárias e fui dividindo com os estudantes o contexto histórico delas, as características, os escritores e obras mais relevantes de cada período.

Organizei as apresentações durante o mês de setembro (todas as terças, quartas e quintas-feiras, das 19 às 20 horas,  com apresentação de três grupos por noite). A agenda foi divulgada no Instagram da escola, para que outras pessoas que quisessem assistir participassem. Também gravamos e disponibilizamos no Google Classroom para alunos que quisessem assistir mais tarde assistissem. Estudantes de outras disciplinas e também de outras escolas, além de amigos e familiares, tiveram a chance de participar acompanhando as apresentações dos colegas.

As apresentações foram do Quinhentismo ao Parnasianismo e os estudantes tinham que ligar a câmera e apresentar, podiam também usar apresentações de PowerPoint, por exemplo, mas, principalmente, o objetivo foi que aparecessem na tela. Os estudantes foram divididos e para a apresentação e era necessário que dois estudantes de cada grupo falassem, como porta-vozes. .

Foi um momento muito especial. Na época, fez com que os alunos pudessem revisar o conteúdo e convidar as pessoas de sua família para assistir, criando um melhor ambiente no período de aula. Eles também sentiram-se mais à vontade em participar e expor sua opinião e eu percebi que a aprendizagem melhorou.
O projeto também foi positivo no sentido de melhorar a possibilidade de relacionamentos interpessoais, a criticidade e também a autonomia de cada um deles. Outro ponto de destaque foi que, com o passar do tempo, os estudantes se sentiram mais confortáveis para abrir as câmeras.

Depois desse projeto, criei um formulário no Google Classroom sobre todos os temas que foram trabalhados para verificar se revisar os conhecimentos tinha valido à pena. Por fim, discutimos as questões e eles mesmos analisaram a pertinência ou não de suas respostas.


Patrícia Oliveira

Professora de Língua Portuguesa interessada no desenvolvimento das competências de leitura/ escrita e do uso de tecnologias midiáticas. Experimentar todos os gêneros textuais verbais e não-verbais no processo de aprendizagem é algo que me fascina e motiva, por adorar minha língua nativa, e por meio das trocas com os estudantes, procuro verificar toda a criatividade em suas produções que enriquecem mais ainda nosso conhecimento.

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aplicativos, competências para o século 21, dispositivos móveis, tecnologia

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