Relatório mapeia ações educacionais necessárias para a próxima década
Todos pela Educação, em parceria com organizações e especialistas educacionais, lança documento focado na melhora da educação básica brasileira, a ser levado às próximas gestões municipais, estaduais e federal
por Ruam Oliveira 2 de maio de 2022
A pandemia de Covid-19 evidenciou desigualdades educacionais que merecem muita atenção. Ao mesmo tempo, os últimos anos deixaram clara a importância de projetar ações diretas no campo educacional. Na última semana, o Todos pela Educação lançou a carta “Educação Já 2022”, documento que atualiza a versão de 2018 e traz sugestões para a melhoria da educação básica brasileira. A intenção é que essas medidas sejam entregues às próximas gestões municipais, estaduais e federal.
Entre as premissas abordadas na carta, estão propostas de compromisso com o combate à desigualdade e foco em uma educação antirracista. No entanto, o documento ressalta que não há uma saída fácil para problemas complexos.
“É vasta a literatura que evidencia que avanços significativos na Educação não se dão por uma única política pública capaz de enfrentar todos os desafios de uma só vez ou por um conjunto fragmentado de ações”, aponta o texto.
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O documento traz alguns objetivos de curto prazo, como a recuperação da aprendizagem e estratégias de enfrentamento ao abandono e à evasão escolar.
“Esse documento tem dois sentidos fundamentais: Primeiro, dialogar com o que está sendo vivido agora. Em segundo lugar, esse documento fica em coerência de que não há uma solução mágica [para a educação]”, disse Claudia Costin, diretora do Centro de Políticas Educacionais da FGV (Fundação Getúlio Vargas), presente no evento, que aconteceu na terça-feira, 26, no Prédio da Bienal do Ibirapuera, em São Paulo.
Com relação à recomposição das aprendizagens, a instituição sugere que sejam feitas reorganizações curriculares para garantir que estudantes que foram mais prejudicados durante a pandemia tenham nova oportunidade de rever o que foi perdido durante o período.
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O documento também traz um ponto sobre o uso de tecnologias digitais na educação. “É urgente investir na inclusão digital no país, que ainda conta com milhões de estudantes sem acesso à conectividade e a dispositivos digitais”, pontua o texto. A carta ressalta que promover a inclusão digital é fundamental para a melhoria da educação no país.
A longo prazo, há uma série de ações voltadas para o ensino médio, professores e gestão, com recomendações específicas para as diferentes esferas – municipais, estaduais e federal.
Há um eixo sobre a valorização da profissão docente, que o documento considera fatores escolares essenciais a serem observados. Desenvolvimento profissional, condições de trabalho e planos de carreira são elencados como pontos chave para pensar e fortalecer o exercício profissional.
“Esse documento pontua que nós queremos avançar, que nós não aceitamos ver uma educação tão potente sem perspectiva de futuro. A educação é necessária para o avanço desse país”, afirmou Rozana Barroso, presidente da UBES (União Brasileira de Estudantes Secundaristas) durante o evento de lançamento da carta.
Lideranças políticas também participaram da ocasião, verbalizando o comprometimento com a educação brasileira.
Confira a íntegra do documento