Os temas mais importantes para projetos escolares de 2024
O Porvir elencou os grandes temas que serão debatidos em 2024 e mostra como você pode levá-los para a sala de aula
por Ana Luísa D'Maschio / Vinícius de Oliveira 8 de fevereiro de 2024
Atualizado em 11/03
Com eleições e eventos importantes, o calendário de 2024 reserva grandes oportunidades para professores explorarem novas possibilidades de projetos e expandir o currículo para além do livro didático.
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Confira algumas sugestões e atividades para levar os principais temas do ano para a sala de aula:
Eleições
Em 2024, mais de 40 eleições nacionais e transnacionais serão realizadas pelo mundo, abrangendo regiões da África à Ásia, das Américas à Europa, e envolverão mais de 40% da população mundial, diz o site Deutsche Welle. No Brasil, os eleitores irão às urnas escolher prefeitos e vereadores. O primeiro turno das eleições municipais será no primeiro domingo de outubro (dia 6) e, caso haja segundo turno, acontecerá em 27 de outubro.
Mundialmente, entre os participantes estão potências geopolíticas significativas, como os Estados Unidos e a Índia. Além disso, países menores em situações de crise, como Taiwan e Venezuela, também irão às urnas. No entanto, algumas nações, incluindo Rússia, Belarus, Ruanda e Irã, enfrentam eleições vistas mais como formalidades devido aos regimes autocráticos que limitam severamente a competição política, sufocando a oposição ou impedindo eleições livres.
Por que falar deste tema: Eleições oferecem uma rica oportunidade para professores desenvolverem atividades educativas originais e envolventes na escola, promovendo o entendimento dos processos democráticos, a importância do voto e a análise crítica dos sistemas políticos.
Como se aprofundar no tema: O Porvir oferece gratuitamente o Guia Participação dos Estudantes na Escola e também um conjunto de roteiros de aula feito em parceria com a Fundação Fernando Henrique Cardoso sobre temas relacionados a práticas democráticas. Essas atividades trabalham temas fundamentais, como equidade de gênero, sustentabilidade e saúde.
Olimpíadas e Jogos Paralímpicos
As Olimpíadas 2024 serão realizadas em Paris, na França, entre 26 de julho a 11 de agosto. Uma das metas do comitê olímpico é promover igualdade de gênero e, para isso, a programação de jogos é alternada entre homens e mulheres, tanto nos esportes coletivos quanto nas competições individuais.
Os Jogos Paralímpicos acontecem de 28 de agosto a 8 de setembro, reunindo mais de 4 mil atletas paralímpicos do mundo.
Por que falar deste tema: Além de conscientizar os alunos sobre a potência do esporte e das diferentes culturas, países e realidades sociais, contribuindo para uma visão mais ampla e inclusiva do mundo, integrar as Olimpíadas e os Jogos Paralímpicos em projetos escolares é benéfico por várias razões.
- Promoção dos valores olímpicos: enfatiza amizade, respeito, determinação, coragem, igualdade e inspiração, fundamentais para o desenvolvimento social e pessoal dos estudantes.
- Debates sobre questões sociais: incentiva discussões sobre inclusão, ética, equidade de gênero e racismo. Ao incorporar os Jogos Paralímpicos em projetos escolares, os educadores podem abordar temas importantes relacionados à igualdade de oportunidades, direitos humanos e justiça social.
- Interdisciplinaridade: além da educação física, os jogos oferecem conteúdo relevante para história, geografia, matemática, ciências, enriquecendo o aprendizado.
- Inspiração por meio de histórias de atletas: as trajetórias dos esportistas podem motivar os estudantes, enaltecendo características como determinação e foco. Estudar e valorizar o esporte paralímpico promove um ambiente escolar mais inclusivo, onde todos se sintam valorizados e respeitados, independentemente de suas habilidades físicas.
- Conscientização sobre saúde e doping: discussões sobre saúde, nutrição e as consequências do doping educam sobre escolhas saudáveis e ética no esporte.
- Criatividade e tecnologia: projetos como a construção de uma tocha olímpica com materiais recicláveis ou o desenvolvimento de um aplicativo para o evento estimulam a inovação e a criatividade.
Como se aprofundar no tema: O IOB (Instituto Olímpico Brasileiro) é o departamento de educação do COB (Comitê Olímpico Brasileiro). Por lá, são oferecidos cursos gratuitos a distância, com certificado. Entre os temas, estão esporte antirracista e igualdade de gênero.
O CPB (Comitê Paralímpico Brasileiro) também oferece aos professores de educação física o curso Movimento Paralímpico: Fundamentos Básicos do Esporte. O site Educação Paralímpica disponibiliza manuais de iniciação aos esportes paralímpicos, como futebol de cegos. No Guia Escolar Paralímpico, além de um histórico do movimento, há sugestões de atividades para os estudantes e para a comunidade escolar.
Relação Brasil-França
O país que vai sediar a Olimpíada de 2024 tem uma extensa relação com o Brasil, inclusive geográfica. A Guiana Francesa, país que faz fronteira com o Brasil, é a última área continental sul-americana que ainda pertence a uma ex-potência colonial. É um território ultramarino da França e, como tal, faz parte da União Europeia e tem o euro como moeda oficial.
Por que falar deste tema: A partir do gancho das Olimpíadas e dos Jogos Paralímpicos, os estudantes podem pesquisar e apresentar destinos turísticos, bem como aspectos culturais e históricos da sociedade francesa, com possibilidade de expandir as conversas para além dos tópicos já conhecidos do currículo, como a Revolução Francesa e o Período Napoleônico.
Como se aprofundar no tema:
- Faça visitas virtuais em grandes museus como Louvre, Orsay e o Centro Pompidou. É possível conhecer a Torre Eiffel pelo Google Art Project e explorar Paris pelo mapa.
- No site da Nova Escola, você encontra três planos de aula sobre a Revolução Francesa.
- O francês é a língua oficial de 30 países e o 5º idioma mais falado do mundo. No site Apprendre le Français – TV5 Monde há um teste gratuito para saber seu nível e exercícios tanto para quem quer aprender quanto quem já domina o idioma. O podcast Français Facile oferece o mesmo tipo de conteúdo.
100 anos da lei que instituiu o Dia do Trabalhador
Ligado ao movimento operário e sindical do começo do século 20, o Dia do Trabalhador está relacionado a uma grande greve realizada em São Paulo, em 1917, na qual se reivindicava a redução da jornada de trabalho para oito horas diárias. Mesmo com o fim da paralisação, o movimento por melhores condições continuou. Em 1924, o presidente Arthur Bernardes, por meio do Decreto nº 4.859, instituiu o dia 1º de maio como o dia oficial do trabalhador no Brasil. Mas a data passou a ser celebrada a partir dos anos 1930, quando partidos políticos e organizações sindicais começaram a promover manifestações e eventos anualmente.
Por que falar deste tema: Abordar o universo do trabalho e como os estudantes planejam seu futuro, especialmente no que se refere à sua inserção e desenvolvimento no mundo do trabalho são um dos eixos de Projetos de Vida.
Valéria Arantes, em uma videoaula para o Instituto iungo, destaca que esses projetos vão além da simples preparação para uma carreira profissional, abrangendo uma questão mais ampla: o sentido que se deseja dar à própria vida. Este sentido é construído a partir de escolhas, valores, princípios, e objetivos que orientam tanto a trajetória pessoal quanto profissional de cada um.
Como se aprofundar no tema: A importância do mundo do trabalho nos Projetos de Vida é inegável, mas é essencial reconhecer que esses projetos são multifacetados, envolvendo dimensões pessoais, profissionais e sociais. A dimensão pessoal foca no autoconhecimento e na definição de desejos e habilidades individuais. A dimensão profissional relaciona-se diretamente com as aspirações de carreira, ressignificando os estudos e a educação como ferramentas para alcançar metas profissionais específicas. Por fim, a dimensão social enfatiza a construção de indivíduos críticos e éticos, comprometidos com o bem-estar coletivo e com a sustentabilidade.
Nesse contexto, a escola desempenha um papel fundamental ao apoiar os estudantes na construção de seus Projetos de Vida, não só preparando-os para o mercado de trabalho, mas também ajudando-os a refletir sobre quem são e o que desejam para suas vidas, sempre com uma perspectiva ética e de contribuição para a sociedade. Portanto, os Projetos de Vida são um conceito amplo que transcende a ideia de preparação para uma profissão, enfatizando a busca por um sentido de vida que harmonize aspirações pessoais, profissionais e sociais.
➡️Acesse o site Planejador de Aulas e construa seus planos sobre projetos de vida
30 anos do Plano Real
No fim de fevereiro de 1994, o Brasil começou a executar o Plano Real: naquele mês, o presidente Itamar Franco enviou para votação no Congresso Nacional a MP (Medida Provisória) que criou a URV (Unidade Real de Valor), uma espécie de moeda que antecedeu o real, dando início à execução do Plano Real. O plano foi concluído na virada de junho para julho, quando Itamar mandou para os senadores e deputados a MP que implantou o real, moeda brasileira mais duradoura da história desde 1942.
O real pôs fim a um histórico de hiperinflação persistente, como aponta o texto da Agência Senado. Nos anos que antecederam o plano, a inflação no país chegou a registrar, de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), um aumento anual de preços de quase 2.500%. Em 2023, por exemplo, a inflação foi de 4,6%.
Por que falar deste tema? O Plano Real criou uma moeda forte, responsável pela evolução econômica do país, que conseguiu controlar a inflação. Além do fator histórico e das mudanças nos padrões de consumo, abordar o assunto em sala de aula permite que os estudantes conheçam conceitos de educação financeira, como poupança e investimento, além de, claro, abordar as causas e consequências da inflação.
Como se aprofundar no tema? A exposição “Um plano real, a história da estabilização do Brasil”, disponível no site da Fundação Fernando Henrique Cardoso, reúne reportagens em texto, áudio e vídeo, bem como charges e outros documentos da época, para apoiar a pesquisa sobre a importância do plano. Na seção atividades, são disponibilizadas propostas pedagógicas, como debates sobre intervenções em fotografias (comparando os custos de produtos em 1995 e agora), e decalques de moedas, para mostrar o que se consegue comprar com determinado punhado.
Outros planos de aula:
- “A inflação no Brasil e o Plano Real”, do site da Nova Escola, é voltado aos alunos do 9º ano;
- No Instituto Claro, a proposta “O processo de implementação do Plano Real”, para estudantes do ensino fundamental 2, pode ser usada em aulas de história e geografia;
- Tratar sobre a importância das eleições e dos projetos dos candidatos é o foco do plano de aula “História do Brasil – Governos Itamar Franco e FHC – Plano Real”, lembrando como a implementação do Plano Real apoiou a eleição de Fernando Henrique Cardoso, que deixou o cargo ministro da Fazenda do governo Itamar, para se candidatar ao cargo de presidente da República e vencer a eleição em 3 de outubro de 1994.
*Matéria em atualização
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