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Diário de Inovações

Um projeto multimídia e interdisciplinar para o 4º ano entender ciências

por Flavia de Meletti Correa ilustração relógio 20 de janeiro de 2022

No projeto Pequenos Cientistas, os alunos do 4º ano foram convidados a conhecer criaturas tão pequenas que não conseguimos vê-las sem usar um microscópio, mas que afetam a nossa vida de muitas maneiras.

O primeiro passo foi a escuta do podcast do Jornal Joca (Podcast Revisteen: Como funciona uma vacina). Nele, o infectologista cita diversos tipos de vacina e como o vírus é usado na confecção dela. A partir do podcast, as crianças chegaram ao ponto a ser estudado: “os microrganismos” e o “mundo invisível” e foram apresentadas ao livro on-line chamado “Vacinas”, criado e disponibilizado pela Universidade Federal do Mato Grosso. As aulas de ciências também serviram para o estudo e resoluções de dúvidas do assunto.

Para resgatar os conhecimentos prévios dos alunos, além instigar a curiosidade deles, perguntas foram disparadas pela professora: “Onde podemos encontrar os vírus? O coronavírus pode ser considerado um vírus? Qual o formato do vírus? Como podemos vê-los? Será que existem outros seres tão pequenos quanto os vírus? Como será que se chamam? Já ouviram falar em bactérias? O que são bactérias? Onde elas são encontradas? Por que esses seres são chamados microrganismos? Por que só podemos vê-los pelo microscópio?”

Para respondê-las, os alunos tiveram um primeiro contato com o mundo invisível no laboratório do colégio. Através da observação em microscópios, viram bactérias e fungos. E, para registrar suas descobertas, escolheram um dos microrganismos para reproduzirem, fazendo um desenho no site Autodraw.

O caminho seguinte foi a leitura de matérias e notícias no Jornal Joca. Em grupo, os alunos analisaram notícias, discutiram os assuntos abordados, fizeram suas anotações e também apresentaram aos colegas o tema da reportagem e a questão a ser investigada.

(Clique na seta amarela abaixo para conferir a galeria de imagens):

 

Na etapa seguinte, foram convidados a participar do momento de exploração e conhecimento do lugar de vivência dos microrganismos. Além das aulas de ciências, o projeto passou pelas aulas de matemática, inglês e português. As professoras lançaram novas perguntas essenciais: “Em que outros lugares, além do solo, podemos encontrar essas pequenas criaturas? No chão? No nosso corpo? Nos alimentos? Nos materiais que estão ao nosso redor?”

De volta às aulas de ciências, os alunos acessaram o Museu dos Micróbios (Micropia Museum of Microbes). Em grupo, organizaram uma apresentação para mostrar à sala toda os locais onde existem micróbios: boca, escova de dentes, chão, alimentos, entre muitos outros.

Também acessaram os sites das revistas Ciência Hoje para Crianças, Minas Faz Ciência, Superinteressante e pesquisaram dados para a escrita do texto de divulgação científica sobre microrganismos nas aulas de português.

Durante o estudo das diatomáceas (algas microscópicas), os alunos descobriram sua importância para o planeta e para o ser humano. Observaram, também, as obras do artista plástico Klaus Kemp, que apresenta a diatomácea como ser simétrico. Percebendo a simetria nesses microrganismos, mais questionamentos apareceram: “Será que existe simetria em outros seres e plantas?” Então, os alunos foram para a área verde do colégio e exploraram a relação da simetria com a natureza. Fizeram as anotações de suas descobertas e reproduziram os quadros de Klaus em filtros de papel.

Depois de tanto conhecimento adquirido, partiram para a mão na massa. Nesta atividade, pensaram na língua inglesa as características de seu mascote e desenharam como ele deveria ser. Na sequência, passaram o esboço para o computador e confeccionaram seus microrganismos em tecido e enchimento.

Chegou a hora de documentar todo o conhecimento adquirido. Para isso, utilizaram as anotações feitas desde o primeiro momento de estudo e montaram slides com a chamada “você sabia” e textos de divulgação científica a respeito de fungos e bactérias. Já na finalização, os alunos confeccionaram um jogo on-line no site Wordwall.

Como finalização, fizeram o roteiro de um podcast. Para isso, realizaram um estudo de como fazer uma entrevista e o que é um podcast. Tiveram a ajuda da editora-chefe do Jornal Joca, por meio de encontros on-line.

Além de todas as pesquisas e aprendizados, nossos alunos, que iniciaram o projeto discutindo sobre vacinas e coronavírus, pensaram em como ajudar os hospitais que estavam passando dificuldades por conta da grande demanda de materiais hospitalares e alta de preços desses materiais. Desse modo, fizeram uma campanha de arrecadação de tampinhas plásticas e entregaram a unidades hospitalares da cidade, para serem trocadas pelos materiais necessários. Os alunos contaram com a ajuda da comunidade escolar, fizeram a propaganda da campanha indo de classe em classe e também por meio da Rádio Uirapuru, do colégio.

O projeto atingiu seu objetivo e a campanha foi um sucesso – só esbarrou com a dificuldade, por um certo tempo do ano, quando os alunos ou estavam todos em ensino remoto ou híbrido. Mas, com o retorno dos estudantes, maior efetivação foi notada – além do reconhecimento do projeto no Concurso Professor Transformador, do Jornal Joca.


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Flavia de Meletti Correa

Formada em magistério (Curso Normal Médio) e Faculdade de Letras - Português/Inglês pela Universidade de Sorocaba. Professora há 27 anos no Colégio Uirapuru (Sorocaba-SP), passou pela educação infantil, por salas de alfabetização, polivalente em classes do fundamental 1 e, atualmente, dá aula para o 4º ano de português e projetos. Entusiasta da educação, fez diversos cursos no Instituto Mathema e no Instituto Singularidades, também participou de treinamento em Metodologias Ativas com o professor Fernando Trevisani, além de cursos na área de educação midiática e produção de texto, sem contar as diversas palestras na área da educação. Curiosa e interessada, está sempre estudando em busca de novidades e momentos em que seus alunos possam ser autônomos e protagonistas de seu aprendizado.

TAGS

ciências, ensino fundamental, multidisciplinaridade

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