Documentário retrata autonomia na educação
Quando Sinto que já Sei traz 50 entrevistas e 7 modelos de ensino não tradicionais; estreia prevista para segundo semestre
por Vagner de Alencar 9 de maio de 2013
Experiências educativas nacionais estão buscando em elementos como autonomia, liberdade, afetividade, felicidade, artes, diversão e bons educadores o segredo para mudar o modelo tradicional de ensino no país. Com a proposta de ajudar professores, especialmente de escolas mais conservadoras, a pensarem em alternativas e novas maneiras de ensinar, três jovens decidiram pesquisar e registrar iniciativas educacionais que seguem essas ideias. O mapeamento deu origem ao documentário independente Quando Sinto Que Já Sei, que será lançado no segundo semestre deste ano. O filme conta com cerca de 50 entrevistas com crianças e jovens que estudam em escolas com modelos inovadores, e também com conversas entre pais, educadores, professores, diretores e especialistas de sete projetos educativos que estão apontando novos caminhos para a educação brasileira.
O documentário foi idealizado pelo estudante de engenharia Antonio Sagrado Lovato, 23, que, em 2012, ao lado de mais dois amigos, percorreu o Brasil captando diferentes experiências, como escolas democráticas, de educação integral, entre outras. Muitas delas, inclusive, já passaram aqui pelo Porvir, como o Projeto Âncora, em Cotia, as escolas Amorim Lima e Politeia, em São Paulo, e o Projeto Gente, no Rio de Janeiro. Além de especialistas entrevistados, como o educador e folclorista Tião Rocha, Rafael Parente, subsecretário de novas tecnologias educacionais da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro, e Helena Singer, diretora da Associação Cidade Escola Aprendiz, instituição pioneira no desenvolvimento da educação integral.
“Nossa intenção é promover e aquecer o debate em torno do atual momento da educação no Brasil, buscar e apresentar modelos, que se baseiam na participação e autonomia, para mostrar que existem experiências acontecendo, que podem ser replicadas”, afirma Lovato. Agora, com todas as entrevistas realizadas, seu próximo passo é arrecadar, até o dia 20 de maio, R$ 44 mil necessários para a pós-produção do filme. Para conseguir o recurso, o jovem iniciou uma campanha na plataforma de financiamento coletivo no Catarse. O valor inclui gastos com locação e aquisição de equipamentos, viagens da equipe para gravações, distribuição independente e a finalização do filme.
Como parte do pré-lançamento do documentário, Lovato também pretende realizar uma série de encontros, por meio de saraus e seções de filmes em escolas públicas, onde exibirá o Imagine a School… Summerhill (Imagine uma escola… em tradução livre). O documentário inglês, que leva o nome da escola criada nos Inglaterra há mais de 90 anos, retrata a instituição mais antiga do mundo a adotar o modelo de educação democrática. A proposta dos encontros é falar sobre experiências como essas ao redor do mundo e, especialmente, no Brasil.
Nos últimos cinco anos, Lovato vem se dedicando à pesquisa de modelos não-convencionais pelo mundo. Em 2011, depois que ganhar de uma bolsa de intercâmbio na Europa por conta de um trabalho ligado à gestão cultural, um de seus primeiros destinos foi a Escola da Ponte, em Portugal. Lá, viu de perto o trabalho da instituição que é referência mundial na educação democrática. “Fiquei encantando com tudo aquilo”, diz.
No entanto, antes disso, foi buscar inspirações também em terras brasileiras. Viajou para a cidade de Sacramento, em Minas Gerais, onde afirma ter sido instalada a primeira experiência educacional alternativa do país. A escola, datada de 1907, foi criada pelo educador e político Eurípedes Barsanulfo (1880-1918), figura desconhecida pela maioria das pessoas. “Pouca gente o conheceu, na verdade. O colégio foi muito inovador para a época. Não havia seriação e tinha até aulas de astronomia”, diz Lovato. “O [José] Pacheco disse que se tivesse sido europeu seria uma das principais referências no mundo”, afirma.
Veja trailer do documentário:
Adorei a reportagem e fiquei ansiosa para assistir o filme. Sou professora, psicóloga psicodramatista e sempre me envolvi com estas questões e questionamentos. Me angustio muito tanto no meu papel profissional, pois atendo crianças, pais e famílias como no papel de mãe, percebendo o distanciamento da escola com as reais necessidades dos alunos. Fico arrasada quando escuto do meu filho ou de outra criança “que o melhor dia da semana é na sexta-feira” ou “que odeia a escola”… Estou escrevendo e estudando sobre o psicodrama na sala de aula, trabalho que realizei há alguns anos com alunos do ensino fundamental, segunda série no Rio Grande do Sul. Sou apaixonada por escolas, ambiente com alunos… gostaria muito de encontrar este trabalho e ficaria muito agradecida em receber outras indicações de leitura. Parabéns!
Adorei a reportagem e fiquei ansiosa para assistir o filme. Sou professora, psicóloga psicodramatista e sempre me envolvi com estas questões e questionamentos. Me angustio muito tanto no meu papel profissional, pois atendo crianças, pais e famílias como no papel de mãe, percebendo o distanciamento da escola com as reais necessidades dos alunos. Fico arrasada quando escuto do meu filho ou de outra criança “que o melhor dia da semana é na sexta-feira” ou “que odeia a escola”… Estou escrevendo e estudando sobre o psicodrama na sala de aula, trabalho que realizei há alguns anos com alunos do ensino fundamental, segunda série no Rio Grande do Sul. Sou apaixonada por escolas, ambiente com alunos… gostaria muito de encontrar este trabalho e ficaria muito agradecida em receber outras indicações de leitura. Parabéns!