Novo índice avalia oportunidades educacionais em municípios
IOEB avalia a qualidade do serviço educacional que cidades e estados brasileiros oferecem para crianças e adolescentes
por Marina Lopes 8 de outubro de 2015
Quais oportunidades de educação municípios e estados brasileiros oferecem para os seus alunos? Essa é uma das perguntas que o IOEB (Índice de Oportunidades da Educação Brasileira) se propõe a responder. Apresentado nesta quarta-feira (7), em São Paulo, o novo indicador mede a qualidade da educação que diferentes locais do país oferecem para crianças e adolescentes.
Criado pelo Centro de Liderança Pública, com apoio do Instituto Península, Fundação Roberto Marinho e Fundação Lemann, o IOEB é assinado pelos mesmos autores do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), Reynaldo Fernandes (ex-presidente do INEP) e Fabiana de Felicio (ex-diretora de Estudos Educacionais do INEP).
Em uma escala de zero a dez, o indicador combina os resultados educacionais (anos iniciais e finais do IDEB e a taxa líquida de matrículas) e condições que cada cidade oferece, incluindo as horas de aula por dia, escolaridade dos professores, experiência dos diretores e taxa de atendimento na educação infantil. De acordo com Fernandes, a ideia é apresentar a diferença que um estudante teria na sua trajetória educacional se estivesse em diferentes localidades.
Ao acessar os resultados disponíveis na plataforma do IOEB, é possível visualizar o desempenho de um determinado município ou estado em cada fator considerado, verificando o peso que os insumos apresentam no resultado final.
– Veja o índice das capitais e estados brasileiros
A média do Brasil no IOEB ficou em 4,5. Conforme os fatores destacados, Sobral (CE) foi considerado o município brasileiro que oferece mais oportunidades educacionais para os seus alunos, com um índice de 6,1. Entre os insumos e processos educacionais que compõem o indicador, é possível notar que a cidade teve um subíndice de 9,2 para o “fator proporção de docentes com pelo menos o ensino superior completo”.
Durante a apresentação do índice, Fernando Luiz Abrucio, coordenador da graduação em administração pública da FGV (Fundação Getúlio Vargas), destacou que o Brasil ainda tem poucos termômetros de políticas públicas. Segundo ele, nos últimos anos a avaliação educacional sob a ótica dos resultados teve um peso muito grande. “A gente sabe muito pouco o que faz com que um aluno aprenda”, afirmou.
Para Denis Mizne, diretor executivo da Fundação Lemann, o índice traz um ideia de corresponsabilização entre municípios, estados e União pela qualidade da educação, já que o IOEB calcula de forma conjunta como o município está se comportando em todas as redes de educação, incluindo estadual, municipal e privada.
Os dados do IOEB estão disponíveis para consulta em http://www.ioeb.org.br.