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Inovações em Educação

Da tecnologia à sustentabilidade, livro debate os desafios educacionais do futuro

Voltada para famílias e educadores, a publicação passeia por grandes temas atuais, como educação financeira, saúde mental, entre outros.

por Ruam Oliveira ilustração relógio 10 de fevereiro de 2022

O futuro já começou. Mas isso não é só uma canção de fim de ano. Diferentemente de outras espécies, os seres humanos são os únicos que comprovadamente se preocupam com o futuro. E têm razão em fazê-lo.

Alguns desafios a serem enfrentados no futuro já se desenham nos tempos de hoje. E é sobre essa preparação que discute o livro “Como educar famílias para futuros desafiadores”, de Caio Dib e Rafael Parente, ambos educadores.

Voltada para famílias e educadores, a publicação passeia por grandes temas atuais, como educação financeira, sustentabilidade, crise climática, saúde mental, entre outros. Além disso, há um debate sobre o uso da tecnologia e como ela deve ser problematizada em sala de aula.

“Uma parte importante das famílias e das escolas no Brasil nem sempre tem feito um bom trabalho para que os jovens de hoje tenham o conhecimento e as competências necessárias para se adaptar, viver bem e assumir papéis de protagonismo na criação de soluções para os problemas complexos que estão por vir”, escrevem os autores.

Caio comenta que, por vezes, muitos projetos pensados para o amanhã não conseguem responder a seus propósitos, pois quando chegam ao futuro, a ideia provavelmente já envelheceu. Por isso, o futuro registrado no livro é mais próximo do agora. “Estamos falando de coisas daqui a 20, 30 anos, mas também de coisas para cinco anos, dez anos ou menos”, comenta.

Ouça o podcast O Futuro se Equilibra 

Os temas abordados fazem parte de desafios que também são atuais. Ao levantar  a importância da educação financeira, por exemplo, os autores chamam a atenção para algo que precisa ser feito hoje e de uma maneira descontraída com crianças e adolescentes.

Escrever uma lista de compras antes de ir ao mercado, conversas sobre as diferentes marcas e os preços de cada um dos produtos é uma forma de introduzir o assunto. Os autores propõem que sejam incentivados diálogos sobre esses temas para fortalecê-los na vida dos estudantes.


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A tecnologia usada com intenção

Problematizar o uso da tecnologia, como apontado no livro, significa demonstrar um uso consciente e crítico das ferramentas.

“É compreendendo não só os benefícios, mas também os malefícios do uso da tecnologia. Crianças de diferentes idades precisam ter limites com relação ao uso das tecnologias, aquelas bem pequenas requerem acompanhamento ao usar celulares e tablets”, comenta Rafael Parente.

Essa tarefa precisa contar com a participação de famílias e educadores. Uma estratégia apresentada no livro, por exemplo, é colocar o computador em uma área comum da casa, onde a família possa não apenas acompanhar o uso como também ter espaço para conversas sobre o acesso à internet

Saúde mental e mudanças climáticas

O uso de redes sociais é motivo de alerta quando se pensa em saúde mental. Um desafio que não está tão distante assim. O Brasil é o 5º país mais depressivo do mundo, de acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde) e lidera rankings de ansiedade.

Um dos capítulos do livro aborda justamente o quão importante é que esse tema esteja em pauta, tanto nas casas quanto nas escolas.

“Na física, resiliência é a capacidade de um material voltar ao seu estado original depois de uma tensão ou deformação. Quando levamos esse conceito para as pessoas e relações sociais, compreendemos que vivemos em uma sociedade com desequilíbrios. Afinal, não somos um material e todas as influências externas podem impactar nosso corpo e nossas emoções”, escrevem.

É a questão mais urgente, mais importante que nós precisamos tratar no mundo atualmente.

E uma demanda urgente, muito forte entre as gerações mais jovens, é a crise climática e os cuidados com o planeta. O livro comenta que é necessário planejar situações de aprendizagem intencionais no contato com a natureza como forma de potencializar o desenvolvimento infantojuvenil.

“É a questão mais urgente, mais importante que nós precisamos tratar no mundo atualmente. E a gente precisa se inteirar, educar, conscientizar, se informar muito mais sobre isso. Tendo em vista todos os temas abordados no livro e como eles se relacionam com o futuro”, afirma Rafael.

Divulgação

Os autores ressaltam, no entanto, que essa preocupação deve ser coletiva, e não somente recair nos ombros das gerações mais jovens – que na verdade já estão preocupadas com o tema.

Competências que antes eram vistas como importantes para o futuro, são necessárias agora. A publicação também traz essa visão de que a escola pode desenvolvê-la juntamente com a família.

Para a elaboração do livro, os autores ouviram especialistas de áreas distintas que contribuíram respondendo a perguntas reflexivas sobre a contribuição que a educação pode ter na resolução de problemas vindouros.

Com a publicação, os autores esperam que as pessoas saiam mais alertas a respeito destes temas e de que como é importante pensar a respeito deles desde já, independentemente de qual idade tenham. “A gente quer que tanto os professores quanto as famílias se vejam como aprendizes”, comenta Rafael.

Vinte mil exemplares serão doados para escolas públicas do Distrito Federal, Rio de Janeiro e São Paulo. O livro estará disponível gratuitamente no site da Amazon nos dias 12 e 13 de fevereiro de 2022. Para acessá-lo clique aqui.


TAGS

competências para o século 21, socioemocionais, sustentabilidade, tecnologia

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