Mooc à brasileira: um jeito rentável de dar videoaula - PORVIR

Inovações em Educação

Mooc à brasileira: um jeito rentável de dar videoaula

Site PingMind permite que escolas, universidades, organizações ou professores proponham cursos on-line, gratuitos ou não

por Patrícia Gomes ilustração relógio 10 de janeiro de 2013

The New York Times decretou: 2012 foi o ano dos Moocs. Mas, apesar das centenas de milhares de alunos registrados em plataformas como Coursera, edX e Udacity, especialistas ainda alertam sobre a sustentabilidade de projetos que se baseiam no ensino on-line gratuito para grandes massas. Um grupo de pernambucanos, porém, está disposto a provar que é possível ter um modelo de Mooc rentável e acaba de lançar o PingMind, uma plataforma para oferta de cursos on-line que comporta tanto aulas gratuitas quanto pagas, a depender de quem propõe a aula.

O site, desenvolvido por Marcel Caraciolo, 28, e uma equipe mais quatro jovens profissionais, provê a infraestrutura necessária para professores e instituições oferecerem cursos. “Nossa missão é dar a ferramentas para ensino on-line para qualquer um que queira aprender ou ensinar”, diz o empreendedor. A ideia surgiu no ano passado, depois de os próprios criadores terem experimentado alguns dos Moocs mais famosos e percebido que era possível fazer uma versão brasileira rentável dessas plataformas. Lançaram então o PyCursos, site especializado em aulas da linguagem Python de programação. Deu tão certo que a equipe lançou o PingMind, já incluindo nessa nova iniciativa os cursos que haviam criado e abrindo espaço para aulas de outras áreas do conhecimento. “Percebemos que havia ali uma demanda”, diz Caraciolo.

crédito lucato / Fotolia.com

No ambiente virtual do PingMind, é possível postar textos, fotos, áudios, vídeos e slides, criar fóruns, propor exercícios e acompanhar o desempenho dos alunos. Os proponentes podem ser dos mais diferentes perfis, desde instituições que queiram fazer a capacitação dos seus profissionais; organizações, escolas ou universidades interessadas em um modelo de EAD ou híbrido de aprendizagem e até mesmo professores independentes. Cada um será um modelo de negócio distinto. Veja vídeo de apresentação da plataforma.

 

No caso de instituições filantrópicas, institutos, organizações sem fins lucrativos ou universidades públicas que queiram oferecer cursos gratuitamente, o PingMind dá acesso ao ambiente virtual e às suas funcionalidades sem cobrar nada por isso. Um primeiro curso nesse formato, o Projetão, já está cadastrado na plataforma e será a complementação da disciplina de projeto de desenvolvimento dada para o 5o período de ciência da computação e para o 8o de engenharia da computação da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco). Embora gratuito, apenas estudantes matriculados nessas disciplinas poderão cursar o Projetão. A perspectiva é que, dando certo o piloto, ele seja aberto a qualquer interessado.

“É uma honra trazer a Udacity para o Brasil”

Totalmente gratuito e aberto a qualquer pessoa, no entanto, estarão os cursos da Udacity, uma das iniciativas pioneiras na oferta de Moocs nos EUA. O primeiro curso, sobre como abrir uma startup, do prestigiado professor Steve Blank, já está disponível. Nas próximas semanas, outros serão adicionados à plataforma e, no segundo semestre, a previsão é que eles sejam legendados para o português, facilitando o acesso dos alunos brasileiros. “É uma honra trazer a Udacity para o Brasil”, diz Caraciolo.

O segundo modelo de negócio possível na PingMind é o voltado para professores independentes e pequenas empresas que queiram cobrar pelos cursos ofertados. Nesse caso, o site recebe uma comissão por cada aluno matriculado. Alguns cursos, todos na área de tecnologia e programação, já estão disponíveis. Já a terceira possibilidade é destinada a empresas maiores, que poderão customizar a plataforma com sua identidade visual e oferecer aulas para capacitação profissional. Como terão mais alunos matriculados e a cobrança por comissão não seria interessante, esses clientes pagam mensalidade. Já há cerca de 20 empresas cadastradas, que estão em processo de elaboração dos cursos ou com as aulas já em andamento.

Como o PingMind entrou no ar em dezembro, explica Caraciolo, ele ainda está sendo aprimorado e um de seus planos para um futuro próximo é oferecer também aulas ao vivo sobre os mais variados conteúdos, sempre com a ideia de facilitar o acesso à educação.


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ensino híbrido, mooc, videoaulas

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