Metodologia une aprendizagem criativa e mão na massa para reinventar a forma de ensinar - PORVIR
Crédito: Instituto Catalisador

Inovações em Educação

Metodologia une aprendizagem criativa e mão na massa para reinventar a forma de ensinar

As Rodas de Invenções surgiram do desejo de integrar a aprendizagem criativa e a mão na massa para transformar a forma de aprender. Saiba mais sobre a metodologia

por Ruam Oliveira ilustração relógio 17 de março de 2025

Atividades mão na massa incentivam a criatividade dos estudantes. Seja na educação infantil, ensino fundamental ou até mesmo em situações depois da educação básica, envolver a turma em projetos práticos é muito positivo para o desenvolvimento desta habilidade, que é uma das principais a serem estimuladas. 

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A metodologia ‘Rodas de Invenções’ nasceu da necessidade de unir a Aprendizagem Criativa com a Aprendizagem Mão na Massa. Em atividades em roda, a abordagem une leitura, construção de objetos e criação de narrativas e pode ser aplicada em diferentes momentos da aula. 

“A maior parte das rodas de invenções que eu já fiz foi para crianças no ensino fundamental 1, do primeiro ao quinto ano. A metodologia tem muito a ver com os livros da roda de leitura”, conta o professor Lucas Peres Guimarães, que dá aulas de ciências e biologia no ensino básico técnico e tecnológico do Instituto Federal de Pinheiral (RJ). Ele já criou rodas de invenções em todas as etapas de ensino, do infantil à graduação. 

Crédito: Instituto Catalisador / Divulgação

“Para mim, a etapa mais difícil é a adolescência, no ensino fundamental 2. O estudante olha com resistência para o livro e não sabe o que fazer. Mas dá certo. Eles demoram mais a engajar no ensino fundamental 2 do que em relação ao ensino fundamental 1, porque a criança tem uma imaginação mais solta e uma autoestima muito maior do que o adolescente”, diz. 

De acordo com Franciele Gomes, coordenadora de projetos do Instituto Catalisador – organização responsável pela criação da abordagem – essas atividades mão na massa são oportunidades para que as crianças desenvolvam a criatividade a partir de uma aprendizagem visível, fazendo com que elas resgatem sentimentos como autoconfiança e determinação. 

Crédito: Instituto Catalisador / Divulgação

É possível criar uma roda de invenções em qualquer etapa do ano letivo. Seja no início das aulas, a fim de apresentar um tema novo, ou no meio do calendário escolar, para fixar um aprendizado, tudo vai depender dos objetivos pedagógicos do professor. 

“É uma estratégia versátil para ser contextualizada aos diferentes componentes curriculares”, comenta. 

Invenção e mão na massa 

Toda roda de invenções começa com uma leitura. Faz parte da metodologia que cada educador escolha um texto, imagem ou até letra de música para servir como ponto de partida. O importante é que o conteúdo esteja alinhado com o que o docente quer trabalhar em sala, explica Liana Mazer, também coordenadora de projetos no Instituto Catalisador. 

“Quando essa leitura termina, a gente faz uma provocação, uma pergunta. Nossa intenção não é que eles reproduzam o que está na história ou naquele texto. Na verdade, a gente usa o texto como um solo comum, um ponto de partida para que todos ali saibam do que a gente está falando e estejam com as mesmas inspirações naquele momento”, conta. 

Uma pergunta disparadora dá início ao segundo passo, quando a turma é convidada a criar. A resposta não virá por texto ou em fala, mas sim na construção de um objeto. Liana exemplifica que usou com uma turma o livro “Da minha janela”, do escritor carioca Otávio Júnior. Após a leitura, os alunos foram incentivados a responder o que gostariam de ver da própria janela.

As educadoras desenvolveram um kit de invenções para ser usado ao longo das aulas. O material, que pode ser adquirido no site do Instituto Catalisador, contém diferentes peças e engrenagens que auxiliam os estudantes na criação de variados objetos. Os moldes também podem ser baixados e cortados gratuitamente. Clique aqui para fazer o download.

Contudo, não é imprescindível adquirir o kit para implementar as rodas de invenções na classe. O que é preciso é que existam elementos para a construção dos objetos, quaisquer que sejam eles. 

“A ideia do nosso kit é que as crianças montem usando todas aquelas peças, desmontem e guardem de volta nas caixinhas para o professor poder reutilizar o material diversas vezes. A gente fala que aquelas construções, na verdade, são andaimes para as narrativas, que é o terceiro momento”, explica Liana. 

O momento das narrativas, portanto, é quando as crianças usam o que criaram para contar sua ideia, o que pensaram enquanto construíam o objeto e quais pensamentos gostariam de compartilhar. 

“Os três momentos de roda são como uma engrenagem, um se encaixa no outro e eles são interdependentes. Para mim, o principal desafio é a roda de leitura, com o envolvimento do aluno na contação de história. É preciso estar muito atento e fazer uma leitura do livro pensando na pergunta norteadora, na problemática, porque se você não encaixar essa problemática no livro, o aluno muitas vezes esquece da história”, relata o professor Lucas, que é embaixador da abordagem.

Como professores podem começar?

Há uma formação para quem deseja trabalhar com as rodas de invenções. Disponível no site da instituição gratuitamente, basta acessar o programa  “Catalise sua Escola”, que conta com apadrinhamento de redes por empresas parceiras. 

Como forma de inspirar outros professores, o site da metodologia também reúne relatos de educadores que aplicaram a abordagem. Confira aqui.


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