Brasil coloca dois estudantes entre os 50 finalistas de prêmio internacional
O objetivo da premiação é reconhecer jovens talentosos que demonstram criatividade, inovação e compromisso com o bem-estar global
por Redação 25 de julho de 2023
Dois estudantes brasileiros entre os 50 finalistas do Global Student Prize (do inglês, Prêmio Global do Estudante) 2023, promovido pela Chegg.org, divisão focada em impacto e pesquisa da Chegg, empresa norte-americana de tecnologia educacional. A premiação anual concede US$ 100 mil ao estudante que mais impactou positivamente a aprendizagem, a vida de seus colegas e a sociedade como um todo.
Henrique Peixoto Godoi, de 17 anos, estudante do Colégio Arena, em Goiânia (GO), e Bianca Bearare, de 18 anos, estudante da escola Daqui pra Fora, em São Paulo (SP) foram escolhidos entre 3.851 inscrições de 122 países. Os 10 finalistas do Global Student Prize serão anunciados em agosto, e o vencedor será escolhido pela Academia do Global Student Prize.
“Estamos em um momento crucial em que enfrentamos alguns dos maiores desafios da história. Estudantes de todo o mundo estão cientes dessa urgência e estão aproveitando sua criatividade para superar os obstáculos significativos que enfrentam e construir um futuro melhor para todos nós, disse Heather Hatlo Porter, chefe da Chegg.org e diretora de Comunicações da Chegg, Inc.
“As histórias de Henrique Peixoto Godoi e Bianca Bearare são uma prova do papel crucial que a educação desempenha na construção de um mundo melhor para todos nós”, diz Sunny Varkey, filantropo e fundador da Fundação Varkey. Ele destaca que a educação é a chave para solucionar problemas e desafios atuais da sociedade. “À medida que o tempo se esgota para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, é cada vez mais importante priorizar a educação para enfrentarmos o futuro com confiança”, destacou.
Quem é Henrique Peixoto Godoi
Interessado em ciências desde os 11 anos, Henrique já foi eleito Jovem Cientista da Academia de Ciências de Nova York (Estados Unidos), tendo a chance de atuar com o Harvard Model United Nations. Ao longo dessa trajetória, publicou artigos de pesquisa sobre Alzheimer e déficit precoce no desenvolvimento cognitivo infantil associado ao transtorno do processamento auditivo central.
Além disso, conquistou diversas vitórias em competições estudantis, como a medalha de ouro na Olimpíada Internacional de Matemática e Pesquisa, a medalha de bronze na Olimpíada Brasileira de Educação Financeira e o título de Campeão Estadual na Olimpíada Brasileira de Neurociência.
Henrique fundou Instituto Merzenich, startup focada em auxiliar pessoas neurodivergentes na área educacional. A organização fundada pelo jovem fará a primeira Olimpíada Nacional de Neurodiversidade, com a participação de estudantes do 8º ano do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio.
Henrique também projetou uma plataforma chamada ‘Interface para Acessibilidade de Neurodivergentes’ para melhorar o aprendizado de crianças do ensino fundamental no espectro do autismo. Neste projeto, médicos parceiros gravam vídeos para ensinar equipes escolares a lidar com a condição e fornecendo soluções para que os professores tornem suas aulas mais inclusivas.
Quem é Bianca Bearare
Dedicada às áreas de STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática), Bianca se interessou desde muito nova por robótica e experimentos científicos. Ela venceu a Competição Mundial de Robótica FIRST LEGO League e as Olimpíadas Nacionais de Ciência.
Seus projetos envolvem temas como proteção contra radiação cósmica, combate à Covid-19, plantio de árvores e tratamentos alternativos para a síndrome de fibromialgia. Além disso, ela colaborou em um projeto sobre sistema de transporte de vacinas em parceria com a organização Médicos Sem Fronteiras.
Bianca gosta especialmente de incentivar crianças pequenas a se interessarem pela ciência, introduzindo-as a projetos de arte criativa baseados em ciência e utilizando materiais reciclados. Ela fundou a ONG “Tocando em Frente”, que impacta mais de 7 mil crianças e, como diretora regional, contribui para uma jornada pedagógica interativa, oferecendo aulas de inglês, arte, robótica e impacto social em escolas públicas no interior do Brasil.
Edições anteriores
No ano passado, o estudante Lucas Tejedor, do Centro Federal de Educação Tecnológica do Rio de Janeiro (RJ), ficou entre os dez melhores do mundo. Naquela edição, o vencedor foi o adolescente ucraniano Igor Klymenko, estudante de 17 anos de Kyiv, Ucrânia. Ele se mudou para o campo no início da invasão russa para concluir seu último ano do ensino médio. Abrigado no porão de sua nova casa, Igor concluiu com sucesso seus estudos enquanto aprimorava um drone de detecção de minas em que trabalhava há oito anos. Ele foi selecionado como o vencedor da premiação entre mais de 7 mil inscrições de mais de 150 países.
Na edição de 2021, Ana Julia Monteiro de Carvalho, estudante na Escola Industrial de Educação Básica do SESI Abelardo Lopes, também foi nomeada uma das 10 finalistas para o prêmio. Quem venceu aquela disputa foi Jeremiah Thoronka, um estudante de 21 anos de Serra Leoa, que lançou uma empresa que transforma vibrações de veículos e tráfego de pedestres em estradas em corrente elétrica. Com apenas dois dispositivos, a startup forneceu eletricidade gratuita para 150 residências, onde vivem 1.500 moradores e para 15 escolas frequentadas por 9 mil estudantes.
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Sobre a premiação
As inscrições e indicações para o Global Student Prize deste ano foram abertas em 19 de janeiro e encerradas em 14 de maio. Os estudantes estão sendo avaliados com base em suas realizações acadêmicas e no impacto que têm sobre seus colegas e comunidades. O prêmio está aberto a todos os estudantes com pelo menos 16 anos, matriculados em instituições de ensino ou participantes de programas de treinamento e habilidades, incluindo estudantes de meio período e aqueles matriculados em cursos online. O objetivo é reconhecer jovens talentosos que demonstram criatividade, inovação e compromisso com o bem-estar global.