Da Copa do Mundo às Eleições: 4 dicas para conectar suas aulas e projetos com temas do ano - PORVIR
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Inovações em Educação

Da Copa do Mundo às Eleições: 4 dicas para conectar suas aulas e projetos com temas do ano

Planejar debates sobre assuntos contemporâneos ajuda a promover sentido aos conteúdos da escola. Confira algumas sugestões para 2022

Parceria com CLOE

por Maria Victória Oliveira ilustração relógio 23 de fevereiro de 2022

Se não todas as pessoas, a grande maioria já se perguntou a razão de aprender determinado conteúdo e como aquilo iria ajudar durante a vida. Um caminho para promover esse sentido do aprendizado é conectar os temas contemporâneos que são debatidos na sociedade com os ensinamentos e conteúdos que crianças e jovens aprendem na escola.

Segundo Diana Tatit, coordenadora pedagógica da CLOE e integrante da banda Tiquequê, durante muito tempo as instituições de ensino se isolaram da prática social de produção de conhecimento. “Era quase como se o que o estudante aprendia na escola não tivesse relação nenhuma com o mundo. E isso não é verdade, porque o conhecimento está no mundo e existe para que possamos entender as questões que estão colocadas.”


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Influência da BNCC
O trabalho por projetos interdisciplinares é, possivelmente, uma das principais influências da BNCC (Base Nacional Comum Curricular). Isso porque um mesmo conteúdo pode trabalhar diferentes e múltiplas competências e habilidades, uma vez que os ensinamentos e aprendizados não podem ser limitados a disciplinas. Em um paralelo simples: para resolver um problema de matemática, é importante conseguir compreender o texto.

“A BNCC tem incentivado cada vez mais para entendermos não como disciplinas, mas como grandes áreas do conhecimento, porque essas fronteiras entre disciplinas são muito permeáveis”, explica Diana. A coordenadora pontua, ainda, que o trabalho por projetos ajuda a promover maior engajamento dos estudantes. O estilo artístico barroco, por exemplo, pode ser trabalhado na aula de literatura a partir de uma coletânea de textos dos próprios alunos ou com a realização de um documentário ou intervenção artística na escola.

O aprender teórico e o prático
Incentivar que os estudantes “enxerguem”o que estão aprendendo em sala de aula pode ajudar a tornar esse conhecimento mais palpável, com a observação de um ângulo reto, ou do funcionamento do meio ambiente no entorno da escola, ou das milhares de notícias que estampam as desigualdades sociais.

“O conhecimento gera autonomia, pensamento e criticidade, e isso tudo é que faz parte da formação cidadã, inclusive o trabalho socioemocional. Muito tem se falado sobre as competências socioemocionais, mas também de uma forma que tende para a teoria, ou seja, com uma apostila. Mas o estudante não vai aprender empatia, por exemplo, se não vivenciar isso”, defende Diana.

Os temas de 2022
Para além do papel da escola de ensinar os estudantes sobre o conhecimento que foi produzido antes deles, Diana pontua a potência do movimento de conectar o aprendizado com o que está acontecendo no mundo real, como uma forma de incentivar que o conteúdo da sala de aula faça sentido para a vida do estudante.

“Quando o professor consegue fazer esse link entre o conteúdo que está previsto no currículo com aquilo que o estudante já reconhece na realidade dele, é onde reside a riqueza, ao passo que vai trazendo mais significado. O contrário disso seria aquela cena de que o aluno está aprendendo uma série de coisas na escola que não vê o menor sentido e que não trazem nenhum impacto para a vida dele”, expõe a coordenadora.

Confira abaixo alguns temas que estarão em alta em 2022 e que podem ser trabalhados com crianças e jovens na escola.

Pandemia e surto de gripe
Diana conta que, no início da pandemia, a CLOE já contava com um conteúdo de ciências, previsto no currículo, sobre o estudo de diferentes tipos de microorganismos e como se dá sua transmissão. Assim, foi fácil inserir o debate sobre a pandemia, algo que estava – e ainda está – sendo muito discutido no mundo todo.

Essas conversas podem incluir as diferentes formas de transmissão de um vírus e os caminhos possíveis de prevenção. Uma ideia é incentivar que os estudantes organizem uma campanha de conscientização com demais alunos e funcionários da escola.

Eleições
História, geografia e sociologia são apenas algumas das disciplinas que podem usar o contexto de 2022 para debater as eleições em sala de aula. Diana reforça que, ao contrário do que muitas escolas pensam, não se trata de tomar partido, mas sim promover dinâmicas para que crianças e jovens entendam, por exemplo, como acontece o processo eleitoral.

Nesse sentido, a coordenadora compartilha uma experiência que a marcou ainda enquanto estudante: sua sala de aula precisou criar candidatos fictícios, juntamente com suas características e planos de governo. Em seguida, a turma se dividiu em grupos para representar os partidos políticos, e cada um tinha que argumentar em prol de suas propostas.

“Era tudo uma simulação, mas isso faz com que o estudante entenda o processo eleitoral. Dá para simular as eleições em vários níveis e também os poderes que constituem a República”, sugere.

Copa do Mundo
Além de estudar as regras do jogo, uma ideia é partir para a prática: formar times e organizar uma Copa do Mundo ou Olimpíada na escola. A iniciativa tem o potencial de trabalhar diferentes áreas, como a atividade física e o desenvolvimento de competências socioemocionais.

Meio ambiente
Promover saídas a campo e pesquisas no entorno da escola são bons caminhos para que os estudantes percebam que o meio ambiente não é uma teoria que pertence aos livros, mas acontece na vida real bem perto da escola. É possível propor intervenções e ações práticas na comunidade onde a escola está inserida.

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aprendizagem ativa, aprendizagem baseada em projetos, competências para o século 21, educação infantil, educação integral, ensino fundamental, ensino médio, tecnologia

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