De forma remota, alunos aprendem a criar jogos no Scratch - PORVIR
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Diário de Inovações

De forma remota, alunos aprendem a criar jogos no Scratch

Projeto Aventuras no Scratch reuniu alunos de escola pública no Recife (PE) para desenvolver games e animações

por Audaci Maria de Lima Silva ilustração relógio 26 de janeiro de 2022

Vivemos em um mundo no qual é importante, cada vez mais, saber cumprir algumas tarefas usando computadores, tablets, smartphones e aplicativos. Dentro deste universo, encontra-se a linguagem de programação, com características próprias e uma série de comandos que estruturam a lógica por trás de um jogo ou de um software.

O Scratch é uma linguagem de programação, na qual se pode criar histórias animadas e jogos online, compartilhando os resultados com quem você quiser. Escolhi essa ferramenta (e o aplicativo Scratch Jr.) durante a pandemia para criar o Projeto Aventuras no Scratch. Desenvolvi a ideia de maneira remota, em 2021, com 13 alunos entre entre 10 e 15 anos da Escola UTEC Móvel 3, no Recife (PE). A proposta era introduzir o aprendizado da linguagem de programação por meio do Scratch.

Realizadas no contrarturno de maneira remota (via Google Meet e WhatsApp), fizemos 24 aulas, com duas horas de duração cada uma delas. A proposta foi dividida em nível 1 (criação de animações) e nível 2 (criação de jogos matemáticos e jogos com tema escolhido pelos estudantes). Eles produziram, no nível 1, animações de palavras relacionadas aos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável). No nível 2, criaram jogos matemáticos (relacionados às quatro operações básicas) e jogos com temas escolhidos por eles. O projeto proporcionou aos participantes a experiência de se tornar produtor/criador de um produto digital.

O planejamento da atividade envolveu a exibição de vídeos informativos sobre a importância dos ODS, projeção de slides sobre a evolução dos jogos digitais e direitos autorais na internet, além da exploração prática da ferramenta e do aplicativo. Em nossos encontros online, cada um comentava os passos de suas construções, explicando quais foram as dificuldades e como fizeram para resolvê-las.

Os alunos superaram a experiência de ser apenas usuário da tecnologia digital com a mão na massa, criando seus primeiros jogos digitais. Assim, começaram a perceber quais são as características necessárias para produzir esses recursos. Outro ponto interessante da iniciativa é entender na prática como usar recursos tecnológicos integrando conhecimentos de várias outras linguagens (matemática, arte, português, ciências, etc.) para produzir animações e jogos digitais.

O Scratch contribui com o desenvolvimento de habilidades de sequenciamento que são importantes na criação de programações de animações e jogos. Dentro da BNCC (Base Nacional Curricular Comum), o projeto contempla as competências cultura digital e pensamento científico, crítico e criativo.

Alguns estudantes tiveram dificuldades com a conectividade mas, mesmo assim, participaram das aulas e realizaram todas as etapas. O engajamento foi muito bom. A aluna N. A., de 10 anos, disse:  “Eu gosto do Scratch porque gosto de fazer jogos. Esta plataforma me ajudou muito.” Já o estudante A. R., de 11 anos, afirmou: “Eu não gostava de jogos, mas aprendi a gostar. É muito legal.”


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Audaci Maria de Lima Silva

Pedagoga, com especialização em docência no ensino superior. Especialista em Metodologia do Ensino a Distância. Educadora Google (Nível 1). Professora concursada das redes municipais de Camaragibe e Recife (PE).

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ensino fundamental, jogos, scratch, tecnologia

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