Escola lança curso global para formar educador líder

Ensino híbrido, educação por projetos, tutoria personalizada, formação prática para de resolução de problemas reais. A rede de escolas norte-americana High Tech High, que já usa essas metodologias na formação de seus alunos, resolveu levar essas abordagens para a formação de professores. Não só dos que trabalham lá, mas para qualquer interessado no mundo. A formação vai ser dada pela Graduate School of Education, escola de formação criada dentro da própria rede para capacitar professores a partir de uma perspectiva prática.

Chamado de Educational Leadership Academy (Academia de Liderança Educacional, em livre tradução), o curso vai formar equipes de educadores, que deverão montar seu próprio plano de aprendizado e desenvolver um projeto de liderança que aborde uma necessidade autêntica ou um problema específico de suas escolas de origem. Por isso, a expectativa é que se inscrevam não apenas escolas dos EUA, mas também de países como Índia, Chile e Austrália.

Cada instituição deve escolher de quatro a cinco educadores para participar – eles podem ser desde membros da direção, professores com potencial de liderança ou até interessados em desenvolver novas práticas pedagógicas. O curso terá uma estrutura de ensino híbrido, misturando atividades on-line com encontros presenciais, o que facilita a composição dessa comunidade global.

A oportunidade de troca entre educadores das mais diversas realidades no mundo está, segundo Laura McBain, diretora de relações externas da High Tech High e também responsável por este novo curso, entre os grandes diferenciais do programa. “A educação é uma questão internacional e, nesse contexto, trabalhamos com colaboração, e não competição. A educação no mundo só vai melhorar se aprendermos uns com os outros, se tivermos a visão do que outros educadores ao redor do mundo estão fazendo em suas salas de aula”, diz.

O curso ocorre outubro a junho, sendo que três reuniões estão previstas para acontecer na sede da High Tech High, em San Diego (EUA) – a primeira ocorre na abertura do programa; outra em janeiro e a última no encerramento. Durante a estadia na sede da escola, os educadores vão participar de uma experiência imersiva, com workshops e atendimentos personalizados, vão visitar as salas de aula da instituição e realizar reuniões com seus grupos on-line para planejar e acertar os ponteiros de seus projetos.

Durante todo o período, porém, a expectativa é que os educadores participem de encontros remotos. Nesses fóruns on-line, será criado um espaço para os participantes consultarem especialistas da rede sobre problemas que enfrentam em suas práticas pedagógicas e também para aprofundar o conhecimento sobre temas, como salas de aula inclusivas ou ensino baseado em projetos, por exemplo.

Entre os temas que serão abordados no decorrer dos encontros, McBain que serão três assuntos principais: como construir uma comunidade global de práticas pedagógicas para engajar educadores; quais estratégias podem ser implementadas na escola que vão inspirar e dar suporte a todo o corpo docente; e autoconhecimento. Segundo a diretora, um dos objetivos do programa é inspirar educadores a se conhecerem mais e entenderem o que eles querem dos outros e para sua escola, exercendo exatamente o papel de líderes e multiplicadores de boas práticas.

“São os professores que vão transformar a educação. Não precisa ser a direção ou a política pública. São eles que estão nas salas de aula, com as crianças, colocando as mudanças em prática”, enfatiza McBain, sobre a necessidade de formação de líderes nas escolas, seja dentro ou fora da sala de aula.

O curso custa US$ 20 mil por equipe de até quatro educadores. Esse valor não inclui despesas de transporte, hospedagem e alimentação dos três encontros em San Diego. Mais informações serão disponibilizadas em breve no site da escola de formação da High Tech High.

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