Makerspace itinerante leva aprendizagem criativa para escolas públicas
por Redação 29 de agosto de 2019
Imagine como seria se um makerspace itinerante pudesse visitar escolas públicas para espalhar a aprendizagem criativa. Essa é a proposta de um projeto desenvolvido pelo Núcleo de Enriquecimento para Estudantes com Características de Altas Habilidades/Superdotação (NEECAHS), em São Luís (MA). Com a participação de professores e estudantes do ensino fundamental, a ideia é incentivar outros educadores e adolescentes a criarem soluções inovadoras para problemas reais. Quem conta mais sobre a iniciativa são as fellows Sandreliza Pereira Mota e Silvia Fernanda Gonçalves Serra:
“Nós conhecemos a Rede Brasileira de Aprendizagem Criativa através do Scratch. As crianças nos trouxeram uma demanda de aprender programação, mas ficamos um pouco perdidas sem saber como poderíamos ajudar. Depois de fazer algumas pesquisas, conhecemos a linguagem desenvolvida pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology). Isso aconteceu no período do Scratch Day, então resolvemos criar um evento na cidade de São Luís (MA).
Quando saiu o edital do Desafio Aprendizagem Criativa Brasil 2019, pensamos que seria muito bacana inscrever um projeto, mas ao mesmo tempo não imaginávamos que seria possível. Foi surreal quando saiu a notícia de que fomos selecionadas.
Com o Núcleo de Enriquecimento para Estudantes com Características de Altas Habilidades/Superdotação, da Secretária Municipal de Educação da Prefeitura São Luís, a nossa proposta era ir para as escolas desafiar professores e estudantes a buscarem soluções inovadoras para problemas reais. Queríamos incentivar o desenvolvimento de atividades mais criativas para trazer talentos a tona.
Percebemos que existiam muitos mitos em torno do grupo de altas habilidades e superdotação. Nós tínhamos muita dificuldade na hora de pedir indicações para os professores de quais estudantes deveríamos trabalhar. Em geral, eles só sugeriam os alunos nota dez em matemática e língua portuguesa, mas não conseguiam perceber que também tinham um aluno que desenhava muito bem ou tocava um instrumento. Começamos então a organizar oficinas e grupos de enriquecimento para tentar ajudar nessa identificação.
O projeto nasceu daí. Tivemos a ideia de fazer um makerspace itinerante para inspirar professores e estudantes a terem uma prática mais criativa e mão na massa.
Quando viajamos aos Estados Unidos para visitar o MIT, durante atividade prevista no Desafio Aprendizagem Criativa Brasil 2019, senti que estávamos no caminho certo, mas ainda um pouco engessadas. Foi uma experiência surreal de aprendizado que nos mostrou a importância de desenvolver projetos conectados ao mundo real, coisa que nem sempre acontece nas nossas universidades.
Conhecemos duas instituições na viagem que trabalham com grupos de crianças e adolescentes com altas habilidades e superdotação. A proposta era muito parecida com a nossa, mas percebemos que eles estavam com algumas coisas mais consolidadas em relação a avaliação e orientação dos estudantes. Trouxemos uma série de ideias para transformar a nossa realidade.
Nesse momento, estamos organizando nosso projeto piloto com três escolas da rede municipal de São Luís. O ponto de partida é trabalhar com a formação dos professores, e em setembro pretendemos começar a visitar a primeira escola. Queremos passar uma semana em cada instituição para desenvolver atividades de aprendizagem criativa e incentivar que os alunos elaborem um clubinho mão na massa.”
* A Rede Brasileira de Aprendizagem Criativa é apoiadora do Porvir