O que fazer para dar o próximo passo em avaliação usando tecnologia
Conheça dicas que facilitam a criação de tarefas online e o retorno avaliativo por parte do professor
por Thiago Varella 2 de março de 2021
A pandemia de Covid-19 obrigou os professores a se interessarem mais por tecnologia. O problema é que, na maioria das vezes, não houve um processo gradual para os docentes conhecerem e se acostumarem a usar todas as ferramentas online disponíveis para uma boa aula. Assim como no caso das práticas, que continuam presas a um modelo tradicional, o processo de avaliação e orientação segue muito parecido ao analógico, tomando um tempo precioso do professor.
Além disso, a falta do contato físico, do olho no olho e de eventuais momentos individuais de professor-aluno podem prejudicar a devolutiva para a turma. Afinal, nem todos os comentários (também conhecidos pelo termo em inglês “feedback”) ou avaliações devem ser abertos para a sala inteira. É justamente neste ponto do processo que o professor pode otimizar seu trabalho, personalizar e individualizar a devolutiva aos alunos.
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Mas como?
Em relação a avaliações e exercícios, uma das ferramentas que pode auxiliar o professor é o Microsoft Forms. Com ele, é possível gerar questionários para uma prova, por exemplo, e receber uma correção automática, com direito até a estatísticas da sala.
“O Forms gera, dependendo do tipo de questões, um relatório de desempenho do aluno. No caso de provas de múltiplas alternativas, o estudante consegue saber, logo que terminar a prova, seu desempenho, sem que o professor precise corrigir nada”, explicou Fernando Puertas, especialista em educação da Microsoft.
O professor consegue ver quantas pessoas erraram determinada questão e qual resposta equivocada foi a mais escolhida. Assim, é gerado um panorama geral da sala toda ou individualizado por estudante.
Em questões dissertativas, o professor ainda vai ter de corrigir uma por uma. No entanto, é possível colocar palavras-chaves e, digamos assim, ter uma ajudinha do sistema. “O Forms faz uma pré-correção para o professor, indicando se as palavras estão presentes ou não. Claro que é sempre necessário o olhar do professor, mas é um caminho andado”, afirmou Puertas.
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Tarefas personalizadas
Outro recurso interessante e útil para o professor é o da ramificação. Essa funcionalidade do Microsoft Forms permite que o professor personalize a experiência do estudante. A partir de uma resposta dada pelo aluno, ele será conduzido a uma trilha de questões, preparadas para seu nível de conhecimento.
“Digamos que o professor escolha uma pergunta chave, que será o “corte” para definir o nível do estudante. Se ele responder A, vai para um conjunto de perguntas, se responder B, outro conjunto de perguntas e assim por diante. O mais interessante é que tudo fica registrado para o professor, que consegue analisar os resultados individuais”, explicou Julci Rocha, professora embaixadora Microsoft e formadora de professores na Redesenho Educacional, assessoria especializada na integração de tecnologias digitais em sala de aula.
Segundo Julci, na comparação com os métodos tradicionais de correção, ao usar o Microsoft Forms, o professor ganha em agilidade e em dados, já que, ao ter acesso ao resultado consolidado da turma automatizada, o docente consegue fazer um planejamento com base em evidências.
“Se o professor elaborou uma avaliação ou atividade em que 70% dos estudantes tiveram resultados insatisfatórios, essa é uma informação importante para ele planejar uma intervenção. Por outro lado, se apenas 20% teve dificuldade, ele pode planejar uma intervenção direcionada para esse grupo. Analisando em profundidade, ele pode identificar que uma questão foi problemática para praticamente a turma toda, o que exigirá dele tomar uma ação, como uma revisão”, disse Julci.
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Avaliação em diferentes mídias
Além do Forms, outra ferramenta que pode ser útil aos professores é o OneNote, também da Microsoft. Trata-se de um caderno digital dos estudantes, que pode, inclusive, ser personalizado individualmente, dependendo da demanda de cada aluno. A ferramenta permite que o professor faça comentários, também individuais, em áudio ou vídeo.
“O estudante pode escrever um texto, por exemplo, e o professor pode comentar item a item e gravar um áudio no final para dar uma devolutiva mais rápida e completa”, explicou Julci.
Além dessa possibilidade de feedbacks individuais, a educadora também vê como vantagem na ferramenta o uso de mídias diferentes, já que nesse caderno virtual é possível anexar vídeos, áudios e hiperlinks. Além disso, o professor consegue acessar o caderno do estudante a qualquer momento, não apenas quando estão juntos em sala de aula.
Os estudantes, no geral, costumam se adaptar a essas ferramentas online de forma muito mais rápida do que os professores. Para Julci, os alunos inclusive gostam de realizar atividades mediadas por tecnologias e de receber feedbacks por elas, já que a experiência é semelhante àquela que eles estão acostumados nos jogos digitais.
“Eu já recebi relatos de professores que disseram que os estudantes realizavam mais as lições de casa e salas de aula invertida quando envolviam tecnologias digitais”, contou a educadora, que ressalta a importância de considerar o uso de tecnologias digitais na educação é uma necessidade independentemente da pandemia.
“Acho que se não compreendermos a importância da cultura digital na educação, corremos o risco de descontinuar boas práticas vivenciadas na pandemia. Porém, é importante sinalizar a importância de os gestores públicos e privados garantirem a conectividade nas escolas, dispositivos e formação dos docentes para um uso inovador dos recursos digitais”, opinou.
“Os professores, por sua vez, precisam assumir seu papel como profissionais do século 21 e engajar-se numa jornada de aprendizado pessoal para compreender melhor como as tecnologias podem potencializar o aprendizado”, completou.
É preciso constatante treinamento para os professores. E isso tem que começar de cima para baixo, da gestão aos educadores. Se isso já acontecer, isso sempre vai ficar em segundo ou terceiro plano.
A escola precisa montar um serviço de apoio para professor trabalhar com os dados das avaliações. Hoje a lógica é tocar o conteúdo. Quase ninguém faz uma análise das falhas do aluno é retoma o conteúdo não aprendido ou prepara aulas destinadas aos alunos que não entenderam a matéria.
As provas e os testes são na verdade instrumentos para verificar se o aluno entendeu e poder atuar sobre os resultados. Infelizmente, muitos não tem esse entendimento e nem suporte para isso.
Acredito que a tecnologia veio para ficar e o docente precisa se apropriar dessa ferramenta para dar conta de todos os seus estudantes, porém não podemos deixar que essa mesma tecnologia afaste ainda mais a parcela de estudantes que já estão distantes da educação.
Ainda há uma grande camada de discentes distantes da escola por diferentes razões e não podemos acrescentar a essas razões mais uma, a da falta de tecnologia, seria mais uma atitude equivocada da sociedade.
É preciso constantemente treinamento para os professores. E isso tem que começar de cima para baixo, da gestão aos educadores. Se isso já acontecer, isso sempre vai ficar em segundo ou terceiro plano.
MUITO LEGAL, ALGUMAS FERRAMENTAS NÃO CONHECIA, USAR A TECNOLOGIA NO NOSSO PLANEJAMENTO FAZ TODA A DIFERENÇA E TRÁS UM GRANDE CONHECIMENTO PARA NOSSOS ALUNOS.
Ferramentas digitais são excelentes para trabalhar com os alunos.
É preciso treinamento para os professores. E isso tem que começar de cima para baixo, da gestão aos educadores e fornecer ferramentas para esse trabalho.
As tecnologias são essenciais nos dias atuais e beiram para ficar. Foram muito importantes no período de pandemia e nos auxiliaram nas aulas on-line.
A tecnologia veio para ficar e o docente precisa se apropriar dessa ferramenta para dar conta de todos os seus estudantes.
A tecnologia tem que ser usada na educação, mas necessitamos da ajuda da escola com equipamentos.