Programa leva trilhas sobre criatividade para estudantes de todas as etapas
Investindo em protagonismo estudantil, Ação Criativa apresenta série de experiências didáticas com atividades mão na massa e diferentes tipos de tecnologia
por Ruam Oliveira 4 de abril de 2022
Protagonismo. Qual é a primeira sensação que essa palavra te causa? Se você já está inteirado com a BNCC (Base Nacional Comum Curricular), sabe que este é um termo bastante presente no documento e que também precisa estar no foco da atuação escolar nos próximos tempos.
Nos debates sobre como dar relevância à aprendizagem, atividades que são pautadas pelo protagonismo estudantil tem se mostrado um ponto chave. É com elas que se busca reverter o quadro de desinteresse e baixa aprendizagem, dois dos grandes desafios enfrentados em sala de aula. Isso porque o que estudantes encontram na escola não deve estar tão deslocado daquilo que ele vive em outros contextos.
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“A gente percebe que a educação hoje está muito defasada das necessidades do nosso tempo. Os alunos não veem sentido na escola e vão muito desanimados tentando descobrir o que que eles estão fazendo lá. Não percebem como a escola pode ajudá-los a se preparar para o futuro”, aponta Léo Burd, pesquisador do MIT Media Lab e diretor da RBAC (Rede Brasileira de Aprendizagem Criativa).
Foi pensando no apoio a este protagonismo estudantil que o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), com a parceria da Rede Brasileira de Aprendizagem Criativa e a Fundação Lemann, criou o PAC (Programa Ação Criativa). A iniciativa tem como foco apoiar professores e professoras da rede pública de educação infantil, ensino fundamental e médio por meio de webinários e trilhas pedagógicas que serão usadas para o desenvolvimento de atividades criativas, que no passo seguinte serão compartilhadas para inspirar outros educadores a seguirem caminhos semelhantes.
Por exemplo, na experiência didática denominada “Bicho Esquisito”, estudantes terão que identificar acidentes ambientais na região em que vivem. A turma é instigada a criar personagens que vão ajudar na erradicação das causas ou na redução do desequilíbrio ecológico. Ao longo desse percurso, terão que desenhar o projeto do bicho esquisito e depois, com materiais de baixo custo, construir uma versão física ou partir para uma versão virtual no Scratch.
Em comum, as temáticas conversam com o que determina a Base Nacional Comum Curricular e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas para a aprendizagem baseada em problemas, projetos, investigação e experienciação.
É muito importante que a gente escute esses jovens e que, desde já, se criem oportunidades para que eles tenham condições de pensar sobre o que querem ser quando crescer
Léo destaca que essa desconexão com relação aos desafios atuais é um ponto que vai impedir a transformação social que as juventudes podem gerar. E, neste sentido, é cada vez mais urgente que se invista no protagonismo de adolescentes e jovens.
“É muito importante que a gente escute esses jovens e que, desde já, se criem oportunidades para que eles tenham condições de pensar sobre o que querem ser quando crescer, praticar sua voz e entender quais são as dificuldades de criarem novos projetos de impacto”, disse.
De acordo com Erondina da Silva, Oficial de Educação do Unicef Brasil, essas ações de engajamento servem também para promover atitudes de enfrentamento ao fracasso escolar. Segundo ela, o programa “traz o tema da criatividade como convite para ampliar o protagonismo dos estudantes nas escolas, assim como o repertório dos educadores na implementação de Experiências Didáticas no ambiente escolar”.
Dentro destes espaços formativos, o programa também prevê a socialização de experiências didáticas que possam servir de inspiração para os participantes da ação.
O protagonismo dos estudantes como premissa da atividade docente pode aproximar os professores e estudantes
O diretor da RBAC afirma que há muitas escolas que já desenvolvem boas iniciativas voltadas ao protagonismo estudantil, enquanto existem, também, outros educadores e escolas que querem trabalhar com o tema, mas não sabem por onde começar e é neste meio que se inserem os exemplos apresentados no programa.
“As experiências didáticas que a gente está produzindo e compartilhando são menos um tipo de cartilha que deve ser seguida passo a passo e mais uma inspiração sobre o tipo de atividades que poderiam ser desenvolvidas caso o docente queira começar a fazer um trabalho com os seus alunos”, afirmou Léo.
Segundo o Unicef, “o protagonismo dos estudantes como premissa da atividade docente pode aproximar os professores e estudantes”, porque facilita a criação de currículos e atividades que atendam aos interesses, necessidades e expectativas dos estudantes e de seus territórios.
As Experiências Didáticas
Como participar
Acessando o site do Programa Ação Criativa você fica a par de todas as etapas sobre como participar dos webinários, desenvolver e postar no MURAL do site do PAC as experiências didáticas para obter ao final, a certificação. Você também terá a oportunidade de expor seu produto final em uma exposição virtual e na revista digital que vão celebrar os projetos criados por estudantes.