Uma viagem criativa está começando - PORVIR

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Conheça o Desafio de Aprendizagem Criativa e fique por dentro de tudo o que acontece ao longo do desenvolvimento dos projetos que pretendem transformar a educação brasileira
Crédito: Tatiana Klix

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Uma viagem criativa está começando

por Tatiana Klix ilustração relógio 7 de maio de 2019

Projetos de formação para professores, criação de espaços, implementação de metodologias ativas em escolas, articulação de redes para trocas entre educadores. Práticas e ideias para tornar a aprendizagem de crianças e jovens brasileiros criativa levaram um grupo de 11 educadores a uma jornada inspiradora e apaixonante, que também pode ser traduzida como “a concretização de um sonho”.

Nesta segunda-feira, dia 6 de maio, os autores de sete projetos selecionados pela terceira edição do Desafio de Aprendizagem Criativa, promovido pela Rede de Aprendizagem Criativa, começaram seu dia no Media Lab, do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), tendo uma conversa com Mitchel Resnick, o diretor do Lifelong Kindergarten, um grupo de estudos do laboratório interdisciplinar que cria soluções para o futuro a partir da tecnologia . “Eu até ia me arriscar no inglês, mas eu tô muito emocionada, porque o Mitchel é uma das pessoas que eu mais admiro no mundo”, disse Kelen Bernardi, uma das integrantes do grupo, ao se apresentar para o criador da linguagem de programação para crianças Scratch. Todos riram, mas suas palavras resumiram bem a excitação que também era sentida por Thiago da Silva, Alberto Henrique Cunha, Soraya Lacerda, Daniela Lyra, Carlos Lima, Sandreliza Mota, Fernanda Serra, Carla Priscila dos Santos, Débora Garofalo e Tiago Primo.

O papo foi a primeira atividade de uma agenda de seis dias que ocorrerá entre Cambridge, onde fica o MIT, e Boston, a cidade vizinha, destinada a aprofundar os conhecimentos dos participantes em aprendizagem criativa e prepará-los a se tornarem líderes da comunidade que procura levar essas práticas para a educação pública brasileira.

Se a felicidade dos visitantes num primeiro momento era acompanhada por um pouco de ansiedade, as boas vindas dos donos da casa – Leo Burd, pesquisador do MIT e diretor da Rede de Aprendizagem Criativa, Ann Valente, coordenadora do Desafio, Carolina Rodeghiero, coordenadora pedagógica da Rede, e Resnick – se encarregaram de tornar o clima leve e descontraído. “O Media Lab por si só é um espaço de aprendizagem criativa, focado na experiência de seus alunos e pesquisadores. Mas o nosso grupo [Lifelong Kindergarten] quer levar esse espírito para crianças do mundo todo. Desenvolvemos tecnologias, criamos atividades e espaços para as crianças crescerem como pensadores criativos. Mas isso só pode acontecer com parceiros que ajudem a levar essas ideias para várias partes do mundo. Por isso, estamos tão animados de poder trabalhar com vocês”, disse Resnick com um sorriso largo e contagiante no rosto.

Essa colaboração esperada pelo pesquisador, que representa um dos quarto princípios da aprendizagem criativa, vai nortear muito do que vai acontecer durante o período em que os participantes do Desafio de Aprendizagem Criativa ficarão no Media Lab. Até sábado, o grupo terá a chance de conhecer e colaborar com membros do Lifelong Kindergarten, interagir com pesquisadores e profissionais de outras equipes do Media Lab e de organizações parceiras, apresentar seus trabalhos para a comunidade do laboratório, além de discutir e refinar seus planos de projeto para o restante do programa.

“Nossa expectativa é que vocês desaprendam tudo o que sabem sobre aprendizagem criativa nessa semana”, provocou Burd, enquanto conduzia um tour pelos vários grupos de estudo do laboratório que provocou muitos “uaus” entre os recém chegados ao MIT.

Não vai ser difícil para essa expectativa ser atendida. Como não sair balançado do contato com espaços de criação abertos, compartilhados e altamente tecnológicos onde se criam soluções que vão desde próteses robóticas que superam habilidades humanas até pesquisas que mostram como as ferramentas de reconhecimento facial de cinco grandes empresas de tecnologia reconhecem mulheres negras como homens? Ou como não rever suas abordagens depois de trocar experiências com educadores norte-americanos que têm desafios semelhantes aos enfrentados no Brasil para implementar inovações, mas que já encontraram soluções para engajar a comunidade em que atuam? E como deixar de atualizar seus projetos depois de ouvir comentários e críticas de pesquisadores qualificados e experientes em aprendizagem criativa?

A experiência imersiva desenhada pela Rede de Aprendizagem Criativa tem o objetivo de transformar os fellows para que eles possam também contribuir com a transformação da educação brasileira. E esse blog, que estreia junto com essa a instigante viagem, será um espaço para o compartilhamento de seus desafios, aprendizados e resultados ao longo do ano.

Parte do material a ser publicado será produzido pelo Porvir, como este primeiro post que escrevo após também ter tido a chance de conhecer o Media Lab. Mas desde já faço o convite para que os educadores que se tornarão especialistas em aprendizagem criativa contem por aqui suas experiências. Para justificar esse chamado, recorro novamente a Resnick, que defendeu em sua conversa com fellows que todos devem ter a oportunidade de criar e se expressar. Este canal procura colaborar para isso.

Educadores criativos, a casa é de vocês. Fiquem à vontade!

* A Rede Brasileira de Aprendizagem Criativa é apoiadora do Porvir


TAGS

aprendizagem baseada em projetos, aprendizagem colaborativa, aprendizagem criativa, competências para o século 21, educação mão na massa, tecnologia

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